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Filme do Dia: Amor (2012), Michael Haneke

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A mor ( Amour , França/Alemanha/Áustria, 2012). Direção e Rot. Original: Michael Haneke. Fotografia: Darius Khondji. Montagem: Nadine Muse & Monika Willi. Dir. de arte: Jean-Vincent Puzos. Cenografia: Susanne Haneke & Sophie Raynaud. Figurinos: Catherine Leterrier. Com: Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva, Isabelle Huppert, Alexandre Tharaud, William Shimell, Ramón Agirre, Rita Blanco, Laurent Capelutto. O octogenário Georges (Trintignant), casado com Anne (Riva), de semelhante idade, acompanha de muito perto o declínio de sua companheira após ter sofrido um derrame e ficar com metade do corpo paralisada. Ele lida com ela sozinho, até o ponto de necessitar da ajuda de enfermeiras. Sua filha (Huppert), visita-o ocasionalmente. Após Anne muito implorar por seu próprio fim, Georges sufoca-a com um travesseiro. Haneke narra com sua austeridade habitual e o fato da narrativa ser praticamente confinada aos interiores do apartamento do casal, somado a ausência de t

Cartas Elizabeth Bishop#1

A livraria daqui é de um inglês e sua mulher, que é uns vinte anos mais velha que ele, mas muito bonita, com cabelos pintados de um tom vivo de rosa. Os dois ficam jogando xadrez no canto e detestam ser interrompidos por um freguês. No outro dia um conhecido meu entrou lá para comprar um livro e o pediu muito timidamente. Hugh, o inglês, disse: "Meu Deus! Será que você não vê que estou prestes a fazer uma jogada?" (em carta de Elizabeth Bishop a Robert Lowell, 1 de janeiro de 1948)

Filme do Dia: Nelson Filma (1971), Luiz Carlos Lacerda

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N elson Filma (Brasil, 1971). Direção: Luiz Carlos Lacerda. Fotografia: André Palluch & Marco Fernando. Curta um tanto anódino e pouco inventivo e que tampouco tem seu título justificado, pois não se acompanha as filmagens de algum projeto contemporâneo de Nélson Pereira dos Santos , antes um panorama nada auspicioso, menos pela narração ou pela própria trajetória do realizador, mas pela forma como é abordado, do cineasta. Afirmações como a que com Fome de Amor “o Cinema Novo alcançou sua maturidade técnica e formal” soam um tanto quanto parciais e passionais.   Alex Viany surge ao início afirmando de sua sintonia com Nelson, “apesar da diferença de idade de dez anos”. Soma-se isso alguns trechos de filmes do realizador, sobretudo Vidas Secas e   algumas frases de alguns colaboradores de Nelson do qual apenas escutamos o áudio, algumas inserções a la Godard de letreiros através de planos curtos e cortes abruptos e se tem uma malfadada tentativa de apresentar um curta docume

Filme do Dia: Esse Mundo é Meu (1964), Sérgio Ricardo

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E sse Mundo é Meu (Brasil, 1964). Direção: Sério Ricardo. Rot. Adaptado: Sérgio Ricardo, a partir da peça de Chico de Assis. Fotografia: Dib Lutfi. Música: Lindolfo Gaya & Sérgio Ricardo. Montagem: Ruy Guerra. Dir. de arte: José Scandal. Com: Sérgio Ricardo, Luiza Aparecida,, Antônio Pitanga, Léa Bulcão, José Sebastião, Amaro Scandal, Ziraldo. Pedro (Ricardo) une-se a namorada Luiza (Aparecida) e quando essa se encontra grávida, decide ela própria pelo aborto, enquanto Pedro teme pela morte dela como a de tantas que lhe antecederam nas mãos da mesma mulher. Toninho (Pitanga), engraxate e malandro, sonha com uma bicicleta com a qual poderá passear com a garota de seus sonhos, Zuleika (Bulcão). É a convivência entre uma nova bossa estilística, presente desde os devaneios da câmera de Lutfi em seu belo prólogo musicado e o paternalismo retrospectivamente algo constrangedor em relação aos seus personagens despossuídos que o filme sinaliza desde o seu início. Em termos de cr

Filme do Dia: Mãos Vazias (1971), Luiz Carlos Lacerda

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M ãos Vazias (Brasil, 1971). Direção: Luiz Carlos Lacerda. Rot. Adaptado: Luiz Carlos Lacerda, a partir do romance de Lúcio Cardoso. Fotografia: Rogério Noel. Música: Jaceguay Lins. Montagem: Raimundo Higino. Dir. de arte e Figurinos: Mara Chaves. Com: Leila Diniz, José Klébler, Ana Maria Magalhães, Arduíno Colasanti, Irene Stefânia, Hélio Fernando, Manfredo Colasanti, Gabriel Archanjo, Nildo Parente. Felipe (Kléber) leva a esposa Ida (Diniz), ambos prósperos burgueses e vivendo numa posição social de destaque em Curvelo, a trocar por Vila Velha, onde Felipe herdou propriedade e pretende reviver um engenho de açúcar. E onde encontram um casal Ana (Magalhães) e Mário (Arduíno Colasanti) completamente descrente na vida e no amor. Sobre Mário pesa  os comentários da população de seu envolvimento com outro homem. A própria Ida se revolta contra os costumes e temores sociais do marido após a morte do filho, Luisinho entregando-se a Mário, e igualmente disposta a abandonar Felipe e ro

The Film Handbook#110: Peter Yates

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Peter Yates Nascimento: 24/07/1929, Aldershot, Hampshire, Inglaterra Morte: 09/01/2011, Londres, Inglaterra Carreira (como diretor): 1962- O  comercialmente mais bem sucedido diretor britânico a se mudar para Hollywood nos últimos vinte anos, Peter Yates é mais conhecido por seus filmes de ação. Porém sua melhor obra apresenta um grande interesse nos personagens e em sua posição na sociedade; somente quando se engaja na dimensão humana de um filme é que ele consegue transcender a mera eficácia narrativa. Antes de entrar para o cinema como assistente de dublagem, Yates havia trabalhado no teatro (como ator e diretor formado no RADA) e corrida de carros, como empresário e reserve de pilotos, Após trabalhar como assistente para Tony Richardson, Jack Cardiff e outros, ele finalmente realizaria sua estreia como diretor, dirigindo o musical com Cliff Richard Tudo Começou em Paris / Summer Holiday . Nem esse nem a versão de uma comédia de fantasia surreal One Way Pendulum  foram dign

Filme do Dia: Elizabeth (1998), Shekhar Kapur

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E lizabeth ( Elizabeth , Reino Unido, 1998). Direção:  Shekhar Kapur. Rot. Original: Michael Hirst. Fotografia: Remi Adefarasin. Música: David Hirschfelder. Montagem: Jill Bilcock. Dir. de arte: John Myhre & Lucy Richardson. Cenografia: Peter Howitt. Figurinos: Alexandra Byrne. Com:  Cate Blanchett,  Geoffrey Rush,   Joseph Fiennes,  Richard Attenborough ,  Christopher Eccleston, Jamie Foreman,  Edward Hardwicke,  James Frain, Emily Mortimer,  Kelly MacDonald, Kathy Burke,  Fanny Ardant,  Vincent Cassel,  Daniel Craig,  John Gielgud, Jean-Pierre Léaud.           A princesa Elizabeth (Blanchett), passa a ser o centro das atenções da corte inglesa do século XVII sob a eminente morte da irmã, a atual rainha Mary Tudor (Burke). Porém sua ascensão ao trono representa uma séria querela diplomática-política, já que ela é protestante, e a maioria da Inglaterra, segue a rainha de orientação católica. Presa, ela teme a morte, embora as palavras de despedida do seu amado Robert (Fien

Filme do Dia: Luciano Serra, Piloto (1938), Goffredo Alessandrini

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L uciano Serra, Piloto ( Luciano Serra, Pilota , Itália, 1938). Direção: Goffredo Alessandrini. Rot. Original: Goffredo Alessandrini & Roberto Rossellini, baseado em argumento de Alessandrini & Francesco Masoero. Fotografia: Ubaldo Arata. Música: Giulio Cesare Sonzogno. Montagem: Giorgio Simonelli. Dir. de arte: Gastone Medin. Com: Amedeo Nazzari, Roberto Villa, Germana Paolieri, Mario Ferrari, Gugliemo Sinaz, Egisto Olivieri, Andrea Cecchi, Gino Mori. Luciano Serra (Nazzari),piloto condecorado da I Guerra Mundial, abandona sua família, rejeitando o convite para ingressar no mundo dos negócios oferecido por seu rico sogro (Olivieri) e parte para viver na América. Seu filho, Aldo (Villa), ingressa na força aérea. Serra aceita o desafio de um voo do Rio para Roma, mas voa para a Etiópia, onde se engaja nas tropas italianas. Ele descobre em meio a batalha que seu filho se encontra gravemente ferido dentro de um avião e o pilota de retorno à Itália, em busca de reforços para

Filme do Dia: Sons Britânicos (1970), Jean-Luc Godard & Jean-Henri Roger

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S ons Britânicos ( British Sounds , França, 1970). Direção e Rot. Original: Jean-Luc Godard & Jean-Henri Roger. Fotografia: Charles Stwart. Montagem: Elizabeth Kozmian. Ainda que o filme possua todas as características dos filmes produzidos pelo Grupo Dziga Vertov, manifestos políticos dirigidos por Godard e outros colaboradores sobre assinatura coletiva, acabou sendo assinado pelos dois realizadores. E, embora seja ainda mais ingenuamente político em seu panfletarismo que outros filmes desse momento de politização radical de Godard (como Vento do Leste e Um Filme Como os Outros ) e de boa parte do mundo, como na sua adesão ao maoísmo, é bem mais inventivo e elaborado formalmente que o último. Inicia com uma longa e engenhosa seqüência numa fábrica de automóveis inglesa, que reproduz ironicamente uma narrativa em off típica do mais clássico cinema documental para traçar comentários marxistas sobre apropriação do trabalho operário, trabalho assalariado, etc. Como na sua

Filme do Dia: Ondas do Destino (1996), Lars Von Trier

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O ndas do Destino ( Breaking the Waves , Dinamarca/Holanda/Suécia/França, 1996) Direção: Lars von Trier. Rot.Original: Lars von Trier. Fotografia: Robby Müller. Música: Joachim Holbek. Montagem: Anders Refn. Com: Emily Watson, Stellan Skarsgård, Katrin Cartlidge, Jean-Marc Barr, Adrian Rawlins, Jonathan Hackett, Sandra Voe, Udo Kier, Mikkel Gaup, Roef Ragas, Phil McCall, Ray Jeffries, Owen Kavanagh.            Bess MacNeil (Watson) resolve se casar com Jan (Skarsgaard). Como ela vive em uma comunidade cristã grandemente fechada e tradicional, seu casamento com um estrangeiro não é visto com bons olhos pela mesma. Dodo (Cartlidge), sua cunhada e uma das poucas a apoiá-la sem restrições, faz um discurso apaixonado de como ela, outra estrangeira, fora acolhida de braços abertos por Bess e como uma cuidara da outra quando da morte do irmão de Bess. Os outros elementos a se destacarem da comunidade, por seus hábitos liberais, por também serem estrangeiros e não professarem a religi

Filme do Dia: Asas (1927), William A. Wellman

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A sas ( Wings , EUA, 1927). Direção: William A. Wellman. Rot. Adaptado: Louis D.Lighton, Hope Loring & Julian Johnson, baseado no conto de John Monk Saunders. Fotografia: Harry Perry. Música: J.S Zamecnik. Montagem:  Lucien Hubbard & E.Lloyd Sheldon. Com: Clara Bow, Charles “Buddy” Rogers, Richard Arlen, Jobyna Ralston, El Brendel, Richard Tucker, Gary Cooper, Gunboat Smith, Henry B. Walthall, Roscoe Karns, Julia Swayne Gordon.              John “Jack” Powell (Rogers) é um típico garoto de classe média de uma cidade provinciana. Seu sonho é um dia ser aviador. Sua vizinha, Mary (Bow), é apaixonada por ele, mas ele gosta é de Silvia Lewis (Ralston), uma garota da cidade, que é namorada do rico David (Arlen). A I Guerra Mundial explode e Jack, como David, alista-se na Força Aérea. Inicialmente rivais, Jack e David tornam-se amigos inseparáveis, após uma briga. Os dois são destaque da frota aliada, provocando muitas baixas no exército alemão. Jack torna-se o lendário Estrel

Filme do Dia: Panorama of Wreckage of Water Front (1900), Albert E. Smith

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P anorama of Wreckage of Water Front (EUA, 1900). Direção: Albert E.Smith. Esse panorama que descreve através de uma bem ritmada panorâmica (não se trata de redundância, no sentido do que era conhecido como panorama na época se referia tanto a panorâmicas quanto mais raramente a travellings) os destroços no cais de Galveston que incluem postes arriados e barcos virados, faz parte de uma série de panoramas que descrevem, de modo pioneiro (que voltará a ser utilizado em outro cataclisma natural célebre, o terremoto de San Francisco, seis anos após), as conseqüências de uma catástrofe natural de grande porte. Vale ressaltar que ao final do movimento da objetiva observamos um pequeno grupo de pessoas que observa a cena. Segue-se um segundo plano, mais breve, de motivo não muito evidente. Edison Manufacturing Co. 1 minuto

Filme do Dia: Abílio Matou Pascoal (1977), Pola Ribeiro

A bílio Matou Pascoal (Brasil, 1977). Direção: Pola Ribeiro. Esse interessante e original curta-metragem, inicia com imagens de mulheres grávidas andando pelas ruas e um carro de propaganda política que amplifica uma música sobre a infância sem pais e indaga “de quem é esta criança?”. Depois cede um longo espaço de seu áudio para o discurso grandemente reacionário, de um advogado que proclama enfaticamente que o maior problema do país não é o social, mas sim o de um materialismo sem qualquer moralidade que substituiu Deus pelo sexo. Ribeiro consegue grande efeito com sua ruptura entre a voz off do advogado e imagens que habitualmente vão contra a sua fala, apresentando pessoas pobres construindo suas moradias ou crianças deambulando pelas ruas. Depois do discurso do advogado, o filme insere uma música de evocação infantil e doce, como se um contraponto a própria fala anterior e uma aproximação com a própria visão do cineasta, apresentando rostos em close de crianças que andam pela

The Film Handbook#109: Edward Dmytryk

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Edward Dmytryk Nascimento: 04/09/1908, Grand Forks, British Columbia, Canada Morte: 01/07/1999, Encino, Califórnia, EUA Carreira (como diretor): 1935-1976 E m meados dos anos 40, Dmytryk realizou diversos filmes-B superiores que mesclavam suspense com comentário social; porém, após os problemas com o Comitê de Atividades Anti-Americanas, entrou em declínio artístico, ironicamente com projetos mais custosos e prestigiados. Tendo ascendido de mensageiro do estúdio a editor, Dmytryk passou à direção com uma série de "tapa-buracos" para a Paramount e Columbia. Mudando para a RKO, ele encontrou seu passo com dois filmes de propaganda ( Os Filhos de Hitler / Hitler's Children  e Mulheres de Ninguém / Tender Comrade , que observava mulheres que trabalhavam na indústria bélica). Uma versão tensa de Até a Vista Querida/Murder, My Sweet > 1 , de Raymond Chandler ajudou tanto a definir o estilo visual sombrio do cinema noir , com uma vívida sequencia de fantasia expressi

Filme do Dia: A Lenda da Fortaleza Suram (1986), Sergei Paradjanov & Dodo Abashidze

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A Lenda da Fortaleza Suram ( Ambavi Suramis Tsikhitsa , URSS, 1986). Direção: Sergei Paradjanov & Dodo Abashidze. Rot. Adaptado: Vaja Gigashvili, a partir do livro de Daniel Chonqadze. Fotografia: Yuri Klimenko & Sergo Sikharulidze. Música: Jansug Kakhidze. Montagem: Kora Tsereteli. Dir. de arte: Aleksandr Dzhanshiyev & Besarion Gelashvili. Figurinos: Irina Mikatadze. Com: Dodo Abashidze, Sofiko Chiaureli, Zura Kipshidze, Veriko Andjaparidze, Levan Uchaneishvili, Dudukhana Tserodze, Leila Alibegashvili, Tamari Tsitishvili. O amor entre Vardo (Alibegshvili) e Durmishkan (Kipshidze), não se concretiza pois ele é liberto da prisão, mas ela continua escrava. Durmishkan busca amealhar dinheiro o suficiente para libertar Vardo. Ela continua na Fortaleza de Suram, única fortificação do principado que é constantemente atacada e destruída. O Príncipe, impressionado com a acuidade das premonições de Vardo sobre o sexo dos futuros infantes, liberta-a. Descrente do retorno de

Filme do Dia: Um Casamento à Indiana (2001), Mira Nair

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U m Casamento à Indiana ( Moonsoon Wedding , Índia/Itália/Alemanha/França, 2001). Direção: Mira Nair. Rot. Original: Sabrina Dhawan. Fotografia: Declan Quinn. Música: Mychael Danna. Montagem: Allyson C. Johnson. Dir. de arte: Stephanie Carroll & Sunil Chabra. Figurinos: Arjun Bhasin. Com: Naseeruddin Shah, Lillete Dubey, Shefali Shetty, Vijay Raaz, Tilotama Shome, Vasundhara Das, Parvin Dabas, Kulbushan Kharbanda. Os quatro dias que antecedem ao casamento de Aditi (Das), filha de uma família de classe média alta indiana e o noivo arranjado que ainda não conhece, Hemant (Dabas). Durante esses poucos dias, muitas pequenas histórias envolverão a família e as pessoas que lhes são próximas, indo desde a vontade do irmão homossexual de Aditi manifestar sua vontade de dançar na festa, proibido pelo pai até a paixão do organizador do evento Dubey (Raaz) pela criada de Aditi, Alice (Shome), passando pela revelação da prima de Aditi, Ria (Shetty), de que fora abusada sexualmente por

Filme do Dia: Toni (1935), Jean Renoir

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T oni ( Toni , França, 1935). Direção: Jean Renoir. Rot. Original: Carl Einstein,  J. Lebert &  Jean Renoir. Fotografia: Claude Renoir. Música: Paul Bozzi. Montagem: Marguerite Renoir&Suzanne de Troeye. Com: Charles Blavette, Celia Montalván, Jenny Hélia, Max Dalban, André Kovachevitch, Edouard Delmont, Andrex, Paul Bozzi.             O errante imigrante italiano Toni (Blavette) chega a um pequeno povoado francês que parece ser a esperança de um futuro melhor, onde passa a trabalhar numa pedreira. Torna-se amante da possessiva Marie (Hélia), porém sente-se grandemente atraído é pela espanhola Josefa (Montalván) que, no entanto, casa-se com o capataz Albert (Dalban), que aos poucos se apossa de todos os negócios do tio de Josefa. Os dois casais casam-se no mesmo dia. Marie, cansada com o interesse renitente de Toni por Josefa, tenta o suicídio e posteriormente rompe o relacionamento. Toni passa a morar numa colina. Gaby (Andrex), primo de Josefa, confidencia que irá fug

Filme do Dia: Manifesto por uma Noite de Amor (1988), Dusan Makavejev

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M anifesto por uma Noite de Amor ( Manifesto , EUA, 1988). Direção e Rot. Original: Dusan Makavejev . Fotografia: Tomislav Pinter. Música: Nicola Piovani. Montagem: Tony Lawson. Dir. de arte: Veljko Despotovic. Figurinos: Marit Allen. Com: Camilla SØeberg,, Alfred Molina, Simon Callow, Eric Stoltz, Lindsay Duncan, Rade Serbedzija, Svetozar Cvetkovic, Chris Haywood, Patrick Godfrey. Ao narrar o complô para atentar contra o monarca de uma dinastia da Europa Central pouco após a Revolução Soviética efetivada, em grande parte, graças a perseverança da libertina Svetlana Vargas (Søeberg), que se utiliza do sexo para conseguir empreender a missão, o filme se aproxima do tema que marca toda a obra de Makavejev : as relações entre política, sexualidade e poder. Porém, no caso do filme em questão, que se pretende uma comédia, falta tanto o frescor e a vitalidade de suas melhores produções, seja o anárquico W.R. – Os Mistérios do Organismo ou o mais convencional Montenegro quanto o cin

Filme do Dia: Darling, A Que Amou Demais (1965), John Schlesinger

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D arling, A Que Amou Demais ( Darling , Reino Unido, 1965). Direção: John Schelsinger. Rot. Original: Frederic Raphael, a partir do argumento dele próprio, Schelsinger & Joseph Janni. Fotografia: Kenneth Higgins. Música: John Dankworth. Montagem: Jim Clark. Dir. de arte: Ray Simm. Cenografia: David Ffolkes. Figurinos: Julie Harris. Com: Julie Christie, Dirk Bogarde, Laurence Harvey, José Luis de Villalonga, Roland Curram, Basil Henson, Helen Lindsay, Carlo Palmucci. Jovem modelo de talento  e casada com um marido inexpressivo, Diana Scott (Christie) envolve-se com o charmoso jornalista cultural Robert Gold (Bogarde). Pouco tempo depois, já morando juntos, ela mantém uma relação  com o playboy inconseqüente Miles Brand (Harvey) viajando com ele para Paris. Ao retornar a Londres, é escorraçada por Robert como prostituta. Decide viajar para a Itália com o amigo homossexual Malcolm (Curram). Lá despeta a paixão do jovem Curzio (Palmucci) assim como de seu pai, o Príncipe Cesar

Filme do Dia: Sou Cuba (1964), Mikhail Kalatozov

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S ou Cuba ( Soy Cuba/Ya Kuba , Cuba/URSS, 1964). Direção: Mikhail Kalatozov. Rot. Original: Enrique Pineda Barnet & Yevgeni Yeytushenko. Fotografia: Sergei Urusevsky. Música: Carlos Fariñas. Montagem: Nina Glagoleva. Dir. de arte: Yevgeni Svidetelev. Figurinos: René Portocarrero. Com: Sergio Corrieri, Salvador Wood, José Gallardo, Raúl García, Luz Maria Collazo, Jean Bouise, Alberto Morgan, Celia Rodríguez. Com essa superprodução grandiloquente, o cineasta Kalatozov pretendeu realizar o seu Outubro . Hoje em dia destaca-se apenas pelo trabalho de câmera magistral, que pode-se dar ao luxo de apresentar quase toda narrativa em planos-sequência e o apuro visual. A narrativa é construída em quatro sketches que apresentam a tomada de consciência de diversos setores da sociedade cubana para a legitimidade da revolução. Em maior ou menor tom, esse caráter abertamente propagandístico e didático chega a ser pueril, em alguns dos casos de conscientização, como quando apresenta um c