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Filme do Dia: O Homem Que Amava as Mulheres (1977), François Truffaut

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O Homem Que Amava as Mulheres ( L’Homme qui aimait les femmes , França, 1977). Direção:  François Truffaut. Rot. Original: Michel Fermaud,  Suzanne Schiffman &  François Truffaut. Fotografia: Néstor almendros. Música: Maurice Jaubert. Montagem: Martine Barraqué. Dir. de arte: Jean-Pierre Kohut-Svelko. Com: Charles Denner, Brigitte Fossey, Nelly Borgeaud, Leslie Caron, Geneviève Fontanel, Nathalie Baye , Sabine Glaser, Jean Dasté, Valérie Bonnier, Anna Perrier, Marie-Jeanne Montfajon, Martine Chassing, Rosylyne Puyo.            Bertrand Morane (Denner) é um cumpulsivo admirador das mulheres. Para procurar compreender melhor a si próprio, resolve escrever um livro que relata suas aventuras amorosas com um número considerável de mulheres: a anônima Marianne, que se apaixona pelas pernas e persegue através da placa do carro, numa longa operação, até ir de encontro com sua prima e não com ela;  a telefonista Aurore, de quem apenas conhece a voz; uma mulher de meia-idade, que o

Filme do Dia: Compasso de Espera (1969), Antunes Filho

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C ompasso de Espera (Brasil, 1969). Direção e Rot. Original: Antunes Filho, a partir de seu próprio argumento. Fotografia: Jorge Bodanzky. Música: Vicente de Paula Salvia. Montagem: Charles Fernand Mendes de Oliveira. Cenografia: Laonte Klawa. Com: Zózimo Bulbul, Renée de Vielmond, Elida Gay Palmer, Karin Rodrigues, Léa Garcia, Stenio Garcia, Antonio Pitanga, Cléa Simões, Augusto Barone. Jorge (Bulbul) é um publicitário de sucesso que lança seu primeiro livro de poesias. Apadrinhado do poderoso Dr. Macedo (Barone), Jorge sente vários conflitos por ser negro e de origem pobre, sendo acusado pela irmã (Garcia), de ter vergonha da própria família. Amante da branca, rica e mais velha Ema (Palmer) e iniciando uma relação com a igualmente branca e mais jovem Cristina (Vielmond), ele também faz parte de um grupo de consciência negra que discute as diversas vertentes do movimento negro. A tensão se torna crescente quando Jorge e Cristina são espancados ao namorarem numa praia do litoral d

National Gallery of Art#55: Menino em Colete Vermelho 1888-90, Paul Cézanne

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Menino em Colete Vermelho  é uma de um conjunto de obras - duas aquarelas e quatro pinturas - descrevendo o modelo italiano Michelangelo di Rosa vestindo o vistoso colete que se refere o título. O uso de um modelo profissional foi um divisor de águas para Cézanne que, até então, havia contado com a família e amigos como temas. Pouco se conhece sobre quem posa, além de seu nome e nacionalidade, mas a pintura é menos um retrato que um estudo sobre estilo e composição. A pose do modelo é convencional, reminiscente dos nus acadêmicos produzidos em aulas de desenho da figura humana. No entanto, igualmente remonta a outros e mais elegantes antecedentes da Alta Renascença tais como os retratos aristocráticos de Agnolo Bronzino, notáveis por suas desacreditadas e lânguidas figuras, a linha sinuosa de seu torso e o formato em três quartos de comprimento. Cézanne parece prestar um tributo ao passado mesmo quando transforma suas tradições através da introdução de uma linguagem visual mais ar

Filme do Dia: A Romance of the Redwoods (1917), Cecil B.DeMille

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A Romance of the Redwoods (EUA, 1917). Direção: Cecil B. DeMille. Rot. Adaptado: Cecil B. DeMille & Jeanie Macpherson, baseado em peça Maedchen fuer alles . Fotografia: Alvin Wyckoff. Montagem: Cecil B. DeMille. Dir. de arte: Wilfred Buckland. Com: Mary Pickford, Eliott Dexter, Tully Marshall, Raymond Hatton, Charles Ogle, Walter Long, Winter Hall. Nova Inglaterra, 1850. Jenny (Pickford), orfã, decide ir morar com o tio na California, que vive sua corrida do ouro. Porém, no local do tio, ela encontra alguém que se faz passar por ele, o aventureiro e larápio Black Brown (Dexter). Chocada com o novo ambiente de promiscuidade e violência, Jenny não tem outra opção do que buscar segurança em Brown, que se apaixona por ela. Ainda assim ele continua planejando assaltar mineiros e Jenny finda por descobrir. Ela lhe dá um ultimato para que ele se regenere. Ele se encontra disposto a fazê-lo, porém um amigo o acaba tentando para que assaltem uma diligência. Eles o fazem, mas são des

Filme do Dia: Jauja (2014), Lisandro Alonso

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J auja (Argentina/Dinamarca/França/México/Brasil/EUA/Holanda/Alemanha, 2014). Direção: Lisandro Alonso. Rot. Original: Lisandro Alonso & Fabian Casas. Fotografia: Timo Salminem. Música: Viggo Mortensen. Montagem: Gonzalo del Val & Natalia López. Dir. de arte: Sebastián Rosés. Com: Viggo Mortensen, Diego Roman, Ghita Norby, Mariano Arce, Viilbjork Malling Ager. Gunnar Dinesen (Mortensen) parte em busca de sua filha Ingeborg (Ager), que fugiu com o soldado que era mantido prisioneiro e a quem se espera provas do que disse sobre o oficial desaparecido e de que não se trata de mero desertor. Engana-se quem acredita que a mudança de foco para um período histórico diferenciado, assim como uma abordagem plenamente ficcional e com atores do cenário internacional como Mortensen significaria também uma revisão do horizonte estético do realizador. A recusa ao drama convencional, ao caráter eminentemente dialógico e a fartura de “tempos mortos”, onde detalhes de ações são descri

Filme do Dia: Intervenção Divina (2002), Elia Suleiman

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I ntervenção Divina ( Yadon Ilaheyya , França/Marrocos/Alemanha/Palestina, 2002). Direção e Rot. Original: Elia Suleiman. Fotografia:   Marc-André Batigne. Montagem: Veronica Lange. Dir. de arte: Miguel Markin. Cenografia: Miguel Markin, Denis Renault & Samir Srouji. Figurinos: Eve-Marie Arnault. Com: Elia Suleiman, Nayef Fahoum Daher, George Ibrahim, George Khleifi, Nazira Sabbagh, Rama Nashashibi, Fairos Hakim, Abu Junia, Emma Boltanski. Menos que seguir uma linha narrativa tradicional, com personagens principais e secundários, o cineasta palestino faz uso de esquetes intercalados que procuram retratar os conflitos entre árabes e judeus. De uma maneira geral vai por vias outras que o realismo, como se este  não desse conta do absurdo vivenciado. Entre as situações apresentadas se encontram a de um Papai Noel (Ibrahim) perseguido e esfaqueado por jovens palestinos, uma turista francesa (Boltanski) que procura informações com a polícia israelense, que apela para seus prisio

Filme do Dia: O Invicto (1949), Paul Dickson

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O Invicto ( The Undefeated , Reino Unido, 1949). Direção: Paul Dickson. Rot. Original: Paul Dickson & Ted Willis. Fotografia: Ronald Anscombe. Música: Lambert Williamson. Montagem: Francis Cockburn. Com: Gerald Pearson. O que talvez mais chame a atenção nesse documentário sobre programas do governo com relação ao apoio aos mutilados de guerra seja o fato de que sua dramatização dos eventos que pretende apresentar suplanta a maior parte das tímidas incursões dramáticas então esboçadas pelo gênero. Aqui não apenas atores vivenciam papéis de personagens aparentemente reais (caso não o sejam, apenas aumenta o teor de aproximação com o universo do docudrama ficcional) como toda uma aproximação  com o universo dramático ficcional se faz presente. Chama a atenção, neste sentido, a forma como a superação do trauma de Joe Anderson (Pearson), que não consegue falar, vem a ser conseguido a partir do momento em que reencontra o amigo que acreditava morto na guerra e ao qual não pôde aj

Filme do Dia: Bang Bang (1971), Andrea Tonacci

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B ang Bang (Brasil, 1970). Direção e Rot. Original: Andrea Tonacci. Fotografia: Thiago Veloso. Montagem: Roman Stulbach. Cenografia: Andrea Tonacci & Milton Gontijo. Com: Paulo César Pereio, Abrahão Farc, Jura Otero, Ezequiel Marques, José Aurélio Vieira, Thiago Veloso, Antônio Naddeo, Thales Pena, Milton Gontijo. Um homem (Pereio), uma mulher e uma quadrilha formada por uma mãe comilona, um filho cego que atira a esmo e outro narcisista. Não muito mais que isso é fornecido por esse filme sui generis de Tonacci que, mesmo enquadrado no estilo do que ficou conhecido como Cinema Marginal, muito se distancia dos clássicos Matou a Família e Foi ao Cinema e O Bandido da Luz Vermelha . Embora tenha em comum com o último o fato de canabalizar muitos elementos dos filmes de gênero americanos (a trilha sonora faz uso de compositores que produziram para o cinema americano como Andre Previn, Lalo Schiffrin e Henri Mancini), sinalizando para a influência em ambos de Godard, e can

The Film Handbook#101: Peter Greenaway

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Peter Greenaway Nascimento: 05/04/1942, Londres, Inglaterra Carreira (como diretor): 1973- O excêntrico Peter Greenaway começou sua carreira realizando curtas experimentais de baixo orçamento revelando uma obsessão erudita por taxonomia, numerologia, história natural e anedotário apócrifo. É portanto, então, surpreendente que sua transição para os longas, realizada com pouca evidência de compromisso artístico, tenha sido tão bem sucedida. Os primeiros filmes de Greenaway foram ao mesmo tempo sátiras formalmente ambiciosas e engenhosas dos estilos cinematográficos documentais. Windows  é sobre 37 pessoas que morreram caindo de janelas. Water Wrackets  mescla planos líricos de córregos com uma narração seca sobre uma dinastia esquecida e desumana. A Walk Through H  apresenta panorâmicas sobre mapas bizarros para explicar a obra do ornitólogo ficcional Tulsa Luper. E em Vertical Features Remake > 1 , várias reconstruções hipotéticas de um filme de fragmentos apresentando objeto

Filme do Dia: Issunboshi Chibisuke Monogatari (1935), Mitsuyo Seo

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I ssunboshi Chibisuke Monogatari (Japão, 1935). Direção: Mitsuyo Seo. Garoto que descobre que não crescerá além de alguns centímetros resolve se aventurar pelo mundo, travestido como samurai. Ele   sobe em um pé de feijão onde se torna acompanhante de uma princesa. Um demônio surge e ataca ambos. O bravo garoto consegue fazer cópias de si próprio a partir de um carimbo e cavalgando rãs, um exército de cópias do garoto, assim com ele próprio, atacam o demônio com fósforos acesos, posteriormente o prendendo com cordas ao redor de seu corpo. O tiro de misericórdia vem de uma das rãs que atira contra o monstro toda uma caixa de fósforos. Ao final o conjunto de cópias, assim como ele próprio se atiram   em um cachimbo do qual emerge uma criança em tamanho normal. Tal como nas produções do Primeiro Cinema, existe um plano inicial que antecipa os motivos ou talvez um dos maiores atrativos do curta – o polegar do gigante que possui uma estatura semelhante ao do herói dessa animação q

Filme do Dia: Futuro Junho (2015), Maria Augusta Ramos

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F uturo Junho (Brasil, 2015). Direção: Maria Augusta Ramos. Fotografia: Lucas Barbi & Camila Freitas. Montagem: Karen Akerman. Na iminência da Copa do Mundo de 2014 e com manifestações pipocando pelo país esse documentário segue a trajetória de um operário da indústria automobilística, um motoboy, um sindicalista dos metroviários e um economista. Cada um, a seu modo, vivencia os efeitos de uma sociedade em mutação. Numa das falas mais interessantes do filme, o economista, André Perfeito, afirma que se chegou a uma verdadeira encruzilhada no país: ou se avança e se quebra os paradigmas do que já está posto ou se regride a uma posição em que as camadas menos favorecidas que ascenderam a classe C nos últimos anos retornarão as D e E e, numa inspirada fala ilustrativa, ele faz referência a “alguém que usava sabão de coco e passou a usar Dove, não vai querer voltar a usar sabão de coco.” No outro extremo do espectro, existe o operário da Volkswagen, de quem pouco se ouve e si

Filme do Dia: Chappaqua (1966), Conrad Rooks

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C happaqua (EUA, 1966). Direção e Rot. Original: Conrad Rooks. Fotografia: Étienne Becker, Robert Frank & Eugen Schüfftan. Música: Ravi Shankar. Montagem: Kenout Peltier. Figurines: Agnès Senne. Com: Conrad Rooks, Jean-Louis Barrault, William S. Burroughs, Allen Ginsberg, Ravi Shankar, Paula Pritchett, Ornette Coleman, Swami Satchidananda. Russell Harwick, alcóolatra e viciado em várias drogas, vai a uma clínica de desintoxicação, onde conta suas aventuras e desventuras ao Dr. Benoit (Barrault). Produzido como vários outros filmes independentes na carona da contracultura que vivia seus dias de glória e que esperaria ao menos 3 anos até ser representada numa produção dirigida ao grande público ( Sem Destino ), esse filme termina por reproduzir a auto-condescendência, infantilidade e falta de propósito que seu protagonista no plano diegético, assim como o oportunismo em relação a temas como o uso de drogas, a “cultura oriental” (representada por referências místicas, documenta

Filme do Dia: Meu Destino é Pecar (1952), Manuel Peluffo

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M eu Destino é Pecar (Brasil, 1952). Direção: Manuel Peluffo. Rot. Adaptado: Carlos Ortiz, Alfredo Palácios &   Manuel Peluffo, baseado no romance de Suzana Flag (Nélson Rodrigues). Fotografia: Mario Pagés. Música: Enrico Simonetti. Montagem: José Cañizares. Dir. de arte: Francisco Balduíno. Figurinos: Franco Ceni. Com: Ayres Campos, Maria de Lurdes Lebert, José Gomes, Henricão, Greta Jorge, Zilah Maria, Ilza Menezes, Antonieta Morineau, Carlos Ortiz Leninha, noiva recém-casada (Lebert) por interesses da família com um marido, que detesta e desconhece,   Paulo (Campos)   sofre quando vai residir com sua família, na Fazenda Santa Maria, ainda vivenciando o trauma da recente morte trágica da esposa anterior de Paulo . Além da família de Paulo ter se tornado inimiga mortal dos parentes de sua falecida esposa, Leninha ainda tem que lidar com a psicose da governanta, fascinada tanto pela falecida, que acredita ver andando nas imediações da casa e pelo irmão do marido, Maurício,

Filme do Dia: The Way of Peace (1947), Frank Tashlin

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T he Way of Peace (EUA, 1947). Direção e Rot. Original: Frank Tashlin. Fotografia: Wah Chang. Música: Edison von Ottenfield. Montagem: Stuart O’Brien. Dir. de arte: Blading Sloan. Deus criou todas as maravilhas da natureza, sendo a mais perfeita o Homem. A paz no entanto, logo foi rompida, pelo próprio Homem. O Homem construiu muros altos da ganância e intolerância. Cerca de 2000 anos atrás, nasce Jesus. Nos tempos da Era Atômica, o homem é capaz de destruir tudo o que foi criado por Deus. Nesse curta de animação com bonecos em stop motion, Tashlin segue uma proposta bastante distinta das anárquicas animações que dirigiu para a série Looney Tunes ou ainda as comédias de ação ao vivo com Jayne Mansfield da década seguinte. Portanto, não se trata apenas de se fazer uso de outra técnica, mas de toda uma concepção sério-dramática que se expressa na narração over na voz de Lew Ayres, assim como consultoria de um reverendo. Existe, inclusive, a inserção de imagens de ação ao vivo

Filme do Dia: A Queda! As Últimas Horas de Hitler (2004), Oliver Hirschbiegel

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A Queda! As Últimas Horas de Hitler ( Der Untergang , Alemanha/Itália/Áustria, 2004). Direção: Oliver Hirschbiegel. Rot. Adaptado: Bernd Eichinger, baseado nos livros de Joachin Fest, Traudl Junge e Melissa Muller. Fotografia: Rainer Klausmann. Música: Stephan Zacharias. Montagem: Hans Funck. Dir. de arte: Bernd Lepel. Figurinos: Claudia Bobsin. Com: Bruno Ganz, Alexandra Maria Laura, Ulrich Mattes, Julianne Köhler, Heino Ferch, Christian Berkel, Matthias Habbich. Abril de 1945. Com a ameaça da invasão iminente dos russos ocorre uma gradual desintegração do comando de liderança nazista. A jovem e inocente Traudl Junge (Laura), secretária particular de Hitler (Ganz), acompanha todo o processo de perto. A falta de consenso entre os altos oficiais,  deserções, os ataques coléricos de Hitler, a promiscuidade suicida e anarquia generalizada no bunker , a onda de suicídios que se inicia com o próprio suicídio de Hitler e Eva Braun (Köhler), o envenenamento dos filhos de Goebbels (Matth

Filme do Dia: De Dois Homens e uma Guerra (2005), Robert Drew

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D e Dois Homens e uma Guerra ( From Two Men and a War , EUA, 2005). Direção: Robert Drew. Comovente relato da experiência pessoal do cineasta durante a Segunda Guerra Mundial na Itália. Com seu avião abatido, o jovem de 19 anos procura se desvencilhar da morte seja pelo fogo aliado, seja pelas tropas alemãs em terra. Sua trajetória é cruzada com a do então célebre correspondente de guerra Ernie Pyle, que chega a escrever uma coluna na qual cita Drew, e que será uma importante fonte de informação e esperança para a família do piloto desaparecido. Posteriormente, Pyle será morto em atividade numa ilha do Pacífico. Mesmo utilizando recursos do documentarismo mais trivial, como as entrevistas de ex-combatentes e da irmã do cineasta, o filme se apóia basicamente em imagens de arquivo comentadas pela pausada e serena voz off do próprio Drew. Quando as imagens não dão conta do relato pessoal, como na acolhida e riscos sofridos na sua tentativa de voltar ao exército, opta-se pela rec

The Film Handbook#100: Alain Resnais

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Alain Resnais Nascimento : 03/06/1922, Vannes, Morbihan, França Morte: 01/03/2014, Paris, França Carreira (como diretor): 1946-2014 F igura de proa no desenvolvimento do cinema modernista, Alain Resnais parece recentemente retrocedido ainda mais em uma pretensiosidade hermética que leva em pouca conta as demandas do público mais amplo. Ao lidar repetidamente com os efeitos da memória e da imaginação sobre as paixões humanas, sua abordagem intelectual e quase abstrata da trama e de seus personagens previne o envolvimento emocional. Tendo já realizado filmes em 8 mm quando criança, Resnais se graduou em uma escola de cinema e se voltou para a produção de filmes amadores em 16 mm, muitos dos quais retratos documentais de artistas. Sua primeira obra profissional foi no mesmo campo, incluindo documentários sobre Van Gogh, Gaughin e o Guernica  de Picasso; mais indicativos de seu posterior desenvolvimento, no entanto, foram Noite e Neblina / Nuit et Brouillard   (que contrapõe em se

Filme do Dia: La Nave Bianca (1941), Roberto Rossellini & Francesco De Robertis

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L a Nave Bianca (Itália, 1941). Direção: Roberto Rossellini & Francesco De Robertis. Rot. Original: Roberto Rossellini & Francesco De Robertis, sob argumento do último. Fotografia: Giuseppe Caracciolo. Música: Renzo Rossellini. Montagem: Eraldo Da Roma. Dir. de arte: Amleto Bonetti. Marinheiro sonha encontrar sua amada “madrinha”, a quem escreve cartas, sem a conhecer pessoalmente, sendo vítima de troça de seus companheiros. Ele se encontra feliz pois finalmente marcou um encontro para conhecê-la pessoalmente, porém chega atrasado ao embarque do bote para terra. Uma operação não esperada de guerra se sucede e em meio ao combate ele é ferido gravemente, sendo internado em um navio-hospital. Lá é cuidado por ninguém menos que é sua madrinha, algo que somente descobre ao perceber em seu traje o mesmo medalhão que ela havia lhe presenteado. De longe, trata-se do mais fraco dos três filmes dirigidos por Rossellini em sua “trilogia das forças armadas”, mesmo que não tenha

Filme do Dia: Minha Secretária Brasileira (1942), Irving Cummings

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M inha Secretária Brasileira (Springtime in the Rockies, EUA, 1942). Direção: Irving Cummings. Rot. Adaptado: Walter Bullock & Ken Englund, a partir do conto de Philip Wylie. Fotografia: Ernest Palmer. Música: Charles Henderson & Alfred Newman. Montagem: Robert L. Simpson. Dir. de arte: Richard Day & Joseph C. Wright. Cenografia: Thomas Little. Figurinos: Earl Luick. Com: Betty Grable, John Payne, Carmen Miranda , Cesar Romero, Charlotte Greenwood, Edward Everett Horton, Harry James, Bando da Lua. Os artistas de Broadway Vicky Lane (Grable) e Dan Christy (Payne) brigam pelos ciúmes dela por encontrar sempre eventualmente provas de como ele é mulherengo. Christy a segue. Para fazerem ciúmes um ao outro, Vicky demonstra interesse por um don Juan canastrão, Victor Prince (Romero), enquanto Christy simula interesse por sua sensual secretária brasileira, Rosita (Miranda). Um pouco saturado das recorrências em suas comédias musicais, Cummings apela para algumas poucas va

Filme do Dia: Da Manjedoura à Cruz (1912), Sidney Olcott

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D a Manjedoura à Cruz ( From the Manger to the Cross , EUA, 1912). Direção: Sidney Olcott. Rot. Adaptado: Gene Gautier.  Fotografia: George K. Hollister. Dir. de arte: Henry Allen Farnhan. Com: Robert Henderson-Bland, Percy Dier, Gene Gautier, Alice Hollister, Samuel Morgan, James D. Ainsley, Robert G. Vignola, George Kellog, Sidney Babe, Montague Sidney, Jack J. Clark. A anunciação. A aparição de um anjo em sonho que anuncia a verdade para José (Sidney), que havia se afastado de Maria (Gautier), desde sua gravidez. O nascimento de Jesus. Sua visita pelos Reis Magos. A fúria de Herodes (Kellog). A fuga pelo Egito. A infância de Jesus (Dyer), com os pais, que o flagram discutindo entre os sábios. Já adulto (Henderson-Bland), sendo visitado por uma pecadora arrependida, Maria Madalena (Hollister). Pregando e arrebanhando apóstolos. A sucessão de milagres e curas, entre elas a ressureição de Lázaro (Baber). Expulsando os mercadores do templo. Caminhando sobre o mar. Antevendo a t

Filme do Dia: Heimat (1984), Edgar Reitz

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H eimat ( Heimat – Eine Deustsche Chronik , Al. Ocidental, 1984). Direção: Edgar Reitz. Rot. Original: Edgar Reitz & Peter F. Steinback. Fotografia: Gernot Roll. Música: Nikos Mamangakis. Montagem: Mulle Goetz-Dickopp, Margarete Rose, Caroline Meier, Carola Aulitzki, Heidi Handorf & Kirsten Liesenborgs. Dir. de arte: Franz Bauer. Figurinos: Reinhild Paul, Regine Batz & Ute Schwippert. Com: Marita Breuer, Kurt Wagner, Rüdiger Waigang, Eva Maria Schneider, Karin Rasenack, Johannes Lobewein, Gertrud Bredel, Eva Maria Bayerwaltes, Hans-Jürgen Schatz, Johannes Metzdorf, Wolfram Wagner, Dieter Schaad, Jörg Hube, Helga Bender, Sabine Wagner, Jörg Richter, Gudrun Landgrebe. O Desejo de Fugir . Paul Simon (Schaad), recém-retornado de uma experiência de guerra na França, reencontra a família, apaixona-se pela garota francesa que é vilipendiada na aldeia, mas essa parte e ele se casa com Maria (Breuer), abandonando a família e a aldeia sem dar notícias. O Centro do Mundo . O ir