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Filme do Dia: Arsena Jorjiashvili (1921), Ivane Perestiani

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Arsena Jorjiashvili (União Soviética, 1921). Direção: Ivane Perestiani. Rot. Original: Shalva Dadiani & Ivane Perestiani. Fotografia: Aleqsandre Digmelovi. Dir. de arte: Fiodor Push. Com: Mikheil Chiaureli, Ivane Perestiani, Alisa Quiquodze, Nino Dolidze, Elizabed Cherqezishvili, N. Yachmenev, Ya. Kruchinin, N. Okudjava. Grupo de operários, do qual faz parte Arsena (Chiaruli), trabalhador da ferrovia, passa a se reunir planejando uma ação ofensiva contra as forças do Tzar. O grupo é descoberto pelas forças da polícia por conta de um delator e sofre intensa repressão. Arsena consegue fugir e pouco depois provoca um atentado no qual morre o General Griaznov (Yachmenev). Capturado, é condenado a morte e executado. Mesmo que beneficiado ocasionalmente pelo talento de seu realizador para composições que ressaltam poéticas imagens em profundidade, essa produção pioneira do cinema realizado na Geórgia se ressente grandemente de seu caráter de propaganda.  Nesse sentido, é como

19 Nada Será Como Antes

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um amigo britânico descobrindo deslumbrado Milton por essas semanas... e como não ficar deslumbrado com canções com tanta paixão e utopia em versos como ele cita: 'tell me when will i hear from my people'  nothing will be as it was

Filme do Dia: Tire Dié (1960), Fernando Birri

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Tire Dié (Argentina, 1960). Direção: Fernando Birri. Rot. Original: Fernando Birri, Juan Carlos Cabello, María Domínguez, Manuel Horácio Giménez, Hugo Gola, Neri Milesi, Rubén Rodríguez, Enrique Urteaga. Documentário que apresenta uma comunidade miserável que dá título ao filme, focando sobretudo as crianças que possuem como maior fonte de renda correrem atrás dos trens, onde alguns passageiros jogam moedas. Provavelmente devido à ausência de som direto no momento de sua produção, o recurso utilizado foi de se ter dois narradores que dublam o discurso dos moradores, embora não seja de todo descartada a possibilidade de serem uma livre construção em cima das entrevistas com os moradores. O que se sobressai, antes de tudo, é a forte expressividade visual do filme e uma certa melancolia em registrar sua realidade agridoce, ao mesmo tempo repleta do que há de lúdico na infância e também do processo de exclusão social que se prolonga para as novas gerações, já que a maioria das crianç

Meu Caro Diário, 12/08/05

Exatos dez anos atrás... Sexta. Momentos de euforia em Sampa. Ontem, acordei e fui todo cagado mesmo (não havia água para lavar a louça ou o cu e o resto do corpo idem)até à Cinemateca Brasileira, onde finalmente peguei a cópia de Aves sem Ninho . Depois fiquei fazendo hora na biblioteca do CCSP, onde tentei encarar uma tese de mestrado tornado livro sobre Joaquim Canuto Mendes de Almeida, o pensador que influenciou a proposta de um cinema educativo no Brasil, mas achei sacau demais e provavelmente sem grande interesse para minha tese. Acabei foi saciando minha curiosidade mórbida numa biografia sensacionalista que uma pessoa que foi relativamente próxima de Yukio Mishima escreveu sobre ele. (...) Devorei o almoço antes disso feito um animal. Foi quase meio quilo de comida. Lá mesmo no CCSP. Porém, o objetivo, que era fazer hora para assistir a versão de Dom Quixote de Welles, que só foi concluída após sua morte, acabou não se concretizando. A sala já estava lotada pelos maloqueiros

Filme do Dia: A Vida em um Dia (2011), Kevin Macdonald, Alejandro Romeo e vários outros

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A Vida em um Dia ( Life in a Day ,   EUA/Reino Unido, 2011). Direção: Kevin MacDonald e vários outros. Fotografia: Cristina Bocchialini, Ayman El Gazwy & Soma Helmi. Música: Harry Gregson-Williams & Matthew Herbert. Montagem: Joe Walker. Parte da premissa de que todo o material filmado o havia sido no dia 24 de julho de 2010 enviado por pessoas ao redor do mundo. Com as cerca de 4 mil e 500 horas enviadas lapida-se o produto final que soa algo como uma versão global das sinfonias urbanas que povoaram as telas a partir dos anos 20 do século passado. Dentre os diferenciais daquela produção se encontra muito do que separa os valores tidos como dominantes então e os que hoje são pronunciados. Assim, sai a fé irrestrita no progresso e na industrialização e a exaltação de valores considerados modernos como a tecnologia e se tenta privilegiar a intimidade e a visão pessoal. Algo patente já na própria proposta de estruturação do projeto, com imagens enviadas individualmente pelo m

Luigi Tenco-Se Potessi Amore Mio

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Filme do Dia: O Amuleto de Ogum (1974), Nelson Pereira dos Santos

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O Amuleto de Ogum (Brasil, 1974). Direção: Nélson Pereirados Santos . Rot. Original: Nélson Pereira dos Santos & Francisco Santos, a partir do argumento do último. Fotografia: José Cavalcanti, Nélson Pereira dos Santos & Hélio Silva. Música: Jards Macalé. Montagem: Severino Dadá. Dir. de arte e Figurinos: Luiz Carlos Lacerda. Com: Ney Santanna, Anecy Rocha, Jofre Soares, Maria Ribeiro, Jards Macalé, Emmanuel Cavalcanti, Erley José, Francisco Santos. No sertão nordestino, Gabriel consegue escapar do morticínio de sua família juntamente com a mãe. Essa o leva para um ritual no qual se acredita que ele tenha ficado com o corpo fechado. Dez anos depois, o jovem Gabriel (Santanna) chega em Caxias com um carta de apresentação de seu padrinho para Severiano (Soares), bicheiro famoso por seu poder e violência. Aos poucos Gabriel é iniciado no mundo da criminalidade e sua perícia passa a ser elogiada pelo pistoleiro líder do bando, Quati (José). Porém, ao não assassinar o homem que

Filme do Dia: Carriers leaving building, U.S.P.O. [Version 1] (1903)

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Carriers Leaving Building, U.S.P.O (EUA, 1902). Fotografia: A.E. Weed. Também conhecido como Carriers at Work , integra o conjunto de mais de duas dúzias de filmes financiados pelos Correios, apresentando diversos aspectos de suas operações. Como a maior parte do material produzido consta aqui de filme de plano único fotografado por Weed, em um momento no qual na produção cinematográfica já se encontra bastante disseminado filmes de vários planos. Aqui se trata de um grupo de carteiros homogeneamente uniformizados e descendo as escadarias do escritório para exercer sua atividade. Apesar de quase todos ignorarem a câmera um deles não deixa de saudá-la com o levantar do chapéu, atitude bastante comum em “flagrantes” do gênero. A estratégia de casualidade é reforçada pela aparição repentina no quadro da imagem de uma carroça que bloqueia parcialmente a visão do motivo principal. Destaque para o inaudito fato de que nem todos os carteiros haviam saído do prédio quando a imagem finda,

Filme do Dia: O Beijo da Mulher Aranha (1985), Hector Babenco

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O Beijo da Mulher Aranha ( Kiss of the Spider Woman,  Brasil/EUA, 1985). Direção: Hector Babenco. Rot. Adaptado: Leonard Schrader, baseado no romance de Manuel Puig. Fotografia: Rodolfo Sánchez. Música: John Neschling. Montagem: Mauro Alice. Dir. de arte: Clóvis Bueno. Figurinos: Patrício Bisso. Com: William Hurt, Raul Julia, Sônia Braga, José Lewgoy, Milton Gonçalves, Mírian Pires, Nuno Leal Maia, Fernando Torres, Patrício Bisso, Herson Capri. Dividindo a mesma cela de prisão numa situação de ditadura, encontram-se o homossexual acusado de pedofilia Luís Molina (Hurt) e o preso político Valentin Arregui (Julia). Molina distrai Valentin contando histórias sobre filmes antigos, enquanto busca ganhar benefícios junto aos investigadores (Lewgoy e Gonçalves). Ele propõe revelar tudo o que Valentin lhe contar aos mesmos, mas se apaixona por ele. Não apenas deixa de contar como, quando indultado, envolver-se-á com o grupo armado ao qual pertence Valentin e que o levará à morte. Mesmo

Filme do Dia: Depois do Vendaval (1952), John Ford

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Depois do Vendaval ( The Quiet Man , EUA, 1952). Direção: John Ford. Rot. Adaptado: Frank Nugent, baseado no folhetim de Maurice Walsh. Fotografia: Winton Hoch & Archie Stout. Dir. de arte: Frank Hotaling. Cenografia: John McCarthy & Charles Thomson. Com: John Wayne, Maureen O`Hara, Barry Fitzgerald, Ward Bond, Victor McLaglen, Mildred Natwick, Francis Ford, Eileen Crowe.       Sean Thornton (Wayne) retorna ao vilarejo natal da Irlanda disposto a comprar o terreno e a casa onde nasceu. Um dos vizinhos da propriedade, Will Danaher (McLaglen), homem rude e conhecido na região, torce o nariz para Sean. A situação piora quando Sean apaixona-se pela irmã de Will, Mary Kate, e é correspondido. Como a tradição local reza que o irmão da moça tem que assentir com o pedido, quando o pai já se encontra morto, Will nega. Irá mudar de idéia quando algumas pessoas do povoado, incluindo o padre Peter Lonergan (Bond), conspiram que somente a saída de Mary Kate possibilitará o casamento d

The Film Handbook#35: Federico Fellini

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Et Tu, Federico? Fellini demonstra como assassinar César no set de Roma de Fellini Federico Fellini Nascimento: 20/01/1920, Rimini, Itália Morte: 3 1/10/1993, Roma, Itália Carreira  (como realizador): 1950-1993 Há muito considerado um realizador maior, Federico Fellini estabeleceu sua reputação através de sua insistência em sua própria visão fantástica e idiossincrática do mundo. Ao fazê-lo, no entanto, repetidamente expôs-se abertamente às acusações de egomania, auto-indulgência e superficialidade; certamente muito de sua obra, ainda que visualmente extraordinária, é hiperbólica, ingênua e incoerente. Após trabalhar como desenhista de quadrinhos e escritor para uma rádio, Fellini entrou para o mundo do cinema através de roteiros escritos para vários realizadores, o mais notável de todos Rossellini  para quem co-roteirizou Roma: Cidade Aberta , Paisà e o episódio "Il Miracolo" em O Amor , no qual também atuou. Colab o rou regularmente com Alberto Lattuada , com

Filme do Dia: Umberto D. (1952), Vittorio De Sica

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Umberto D. (Itália, 1952). Direção: Vittorio De Sica. Rot. Original: Cesare Zavattini. Fotografia: G. R. Aldo. Música: Alessandro Cicognini. Montagem: Eraldo Da Roma. Dir. de arte: Virgilio Marchi. Cenografia: Ferdinando Ruffo. Com: Carlo Battisti, Maria Pia Casilio, Lina Gennari, Ileana Simova, Elena Rea, Memmo Carotenuto, Alberto Albani Barbieri, De Silva. Umberto Domenico (Battisti) é um aposentado que com o baixo valor pago de aposentadoria não consegue se manter a contento na pensão de Antonia Belloni (Gennari), que mesmo com todas as suas pretensões de dama da sociedade, aluga quartos – inclusive o do próprio Umberto – para encontros furtivos. A única aliada de Umberto em um mundo cada vez mais hostil é a jovem empregada Maria (Casilio), grávida de um namorado militar, que não pretende assumir a paternidade. Assim como seu fiel cão. Sentindo-se mal de saúde com angina, Umberto força um internamento e quando retorna a pousada, descobre que seu quarto está em reformas e que o

Simon & Garfunkel - Mrs. Robinson (Audio)

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Filme do Dia: Uma Garota Dividida em Dois (2007), Claude Chabrol

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Uma Garota Dividida em Dois ( La Fille Coupée en Deux , França/Alemanha, 2007). Direção: Claude Chabrol. Rot. Original: Claude Chabrol & Cécile Maistre. Fotografia: Eduardo Serra. Música: Matthieu Chabrol. Montagem: Monique Fardoulis. Dir. de arte: Françoise Benoît-Fresco. Figurinos: Mic Cheminal. Com: Ludivine Sagnier, Benoît Magimel, François Berléand, Mathilda May, Caroline Sihol, Marie Bunel, Valeria Cavalli, Etienne Chicot. Em Lyon, Gabrielle (Sagnier), filha da livreira Marie (Bunel), e apresentadora de TV, apaixona-se pelo escritor Charles St. Denis (Berléand), homem de meia-idade, que vive um relacionamento estável com a esposa Dona (Cavalli) e que vai lançar seu novo livro na livraria da mãe. No mesmo dia, Gabrielle é assediada pelo milionário e herdeiro de um laboratório francês Paul Gaudens (Magimel), que demonstra estar perdidamente apaixonado por ela. St. Denis viaja e desaparece subitamente da vida de Gabrielle a deixando deprimida. Sua mãe convida Paul para ten

60 Anos Sem Carman Miranda

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Hoje se completa os sessenta anos da morte da "pequena notável". Embora tradicionalmente avesso a efemérides, por completa coincidência li ainda esse ano a biografia sobre ela (bastante volumosa e "completa", na medida do possível) de Ruy Castro. Miranda é um daqueles ícones sobre os quais qualquer pessoa medianamente informada no país já ouviu falar e até mesmo tem alguma imagem sobre...de preferência como a baiana estilizada que a acompanhou nos 15 anos finais de sua carreira nos palcos da Broadway, boates e produções hollywoodianas (sendo o período áureo no cinema relativamente curto e coincidindo praticamente com a Segunda Guerra, entre 1940 e 1945). Porém, poucos viram (ou reviram)  os filmes, ou ao menos alguns dos filmes, seja o que restou no Brasil, nada deveras extenso,  sejam as extravagantes comédias musicais que estrelou ao lado de Betty Grable, Alice Faye, Don Ameche, Cesar Romero e um recorrente elenco de apoio na Fox. E, menos ainda, pararam para

Filme do Dia: Kaigenrei (1973), Yoshishige Yoshida

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Kaigenrei (Japão, 1973). Direção: Yoshishige Yoshida. Rot. Original: Minoru Betsuyaku. Fotografia: Motokichi Hasegawa. Música: Sei Ichiyanagi. Dir. de arte: Akira Naitô. Com: Rentarô Mikuni, Yasuo Miyake, Akiko Kurano, Tadahiko Sugano, Masako Yagi, Yasuyo Matsumura, Kei Iinuma, Kazunaga Tsuji. Anos 1930. Ikki Kita (Mikuni) é um radical de direita. Seu irmão mais jovem, após ter assassinado a liderança de um conglomerado financeiro, suicidou-se. Ele, por sua vez, monta um grupo de agentes para praticar um golpe de estado no país que pretende implantar uma lei marcial dando plenos poderes à figura do imperador. Embora algumas das ações sejam perpetradas com sucesso, Kita, angustiado, tortura a si próprio. Junto dele passa a morar o jovem soldado (Miyake) que  disse não ter tido coragem suficiente para praticar a ação terrorista planejada contra uma central elétrica. Já de início, a música eletrônica, os recortes elegantes não apenas da imagem, mas no interior dessa através de obj

Carta de um comentador do blog de Paulo Henrique Amorim

CARO PHA, triste reconhecer q vc tá certo. A bandeira do PT “virou” amarela. A estrela já não brilha. O sangue nas veias dos ministros DILMISTAS éh anêmico, sem força, descolorado. Os traíras(do Partido) se multiplicam, se acovardam, estão felizes com os seus cargos e doidos p/ re(a)fundarem o PT, colocando as cores tucanalhas em cima de um URUBU, e mudando o nome para PAMMM: Partido Amigo da Mídia, Mercado e MORO (ou Magistrado). FIM melancólico de um partido que NÃO LUTA MAIS, ACOMODOU-SE, VIROU PELEGO. Triste povo que um dia sonhou em ser dono do seu país: seu petróleo, suas riquezas minerais, sua terra, suas telecomunicações, sua independência nuclear, sua soberania … fazendo as contas, o último trabalhista a deixar o poder foi JANGO em 1964; para 2003, quando LULA assumiu, foram 39 anos! DILMA sai em 2015 ou 2018, mais 39 anos, igual a 2054 ou 2057! Estarei com 84 anos. Espero q os ENTREGUISTAS não tenham entregue o INSS à SEGURADORA AMERICANA AiG, como pretendia fazer FHC. E aí e

Filme do Dia: A Mulher Sem Cabeça (2008), Lucrecia Martel

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A Mulher Sem Cabeça ( La Mujer Sin Cabeza , Argentina/França/Itália/Espanha, 2008). Direção e Rot. Original: Lucrecia Martel.  Fotografia: Bárbara Álverez.  Montagem: Miguel Sverdfinger. Dir. de arte: Maria Eugenia Sueiro. Com: Maria Onetto, Claudia Cantero, César Bordón, Daniel Genoud, Guillermo Arengo, Inés Efron, Alicia Muxo, Maria Vaner. Verônica (Onetto), odontóloga, após ter atropelado o que acredita ser uma pessoa na estrada, passa a agir de modo estranho e maquínico com relação a seus amigos, parentes e no trabalho. O marido a tenta demover da idéia, achando que ela não atropelou mais do que um cachorro, porém ela descobre em um jornal que uma criança foi encontrada morta dentro de uma represa próxima ao local do atropelamento. Há muito de O Pântano , seu primeiro e ainda melhor longa-metragem: a elegância do enquadramento, o senso lacunar em que as personagens se movem em meio a famílias extensas,  o estranhamento da morte inesperada, a angústia. A elipse e a atmosfera

The Mindbenders - It's Getting Harder All the Time

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Cilla Black - Step Inside Love 1968

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Cilla Black se foi ontem, na Espanha...

Filme do Dia: On the Bowery (1956), Lionel Rogosin

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On the Bowery (EUA, 1956). Direção: Lionel Rogosin. Rot. Original: Richard Bagley, Lionel Rogosin & Mark Sufrin. Música:  Charles Mills. Montagem: C arl Lerner. Essa ficção próxima do documentário encenado de Rogosin e também seu primeiro filme é impressionante pela força que capta seus personagens, vivendo no submundo dos biscates e do álcool numa região tradicionalmente decadente de Nova York, assim como – e talvez sobretudo – pela dimensão visual que empresta ao seu ambiente, magistralmente enquadrado, iluminado e fotografado por alguém que parece ter uma familiaridade grande com a estética da fotografia fixa. O filme acompanha alguns desses “personagens”, sobretudo o recém-chegado Ray Sayler, que perde sua mala para um dos homens que manteve certa proximidade e o havia auxiliado, Gorman Hendricks. O filme acompanha momentos de Ray em bares, seja conversando e escutando casos atentamente, seja simplesmente saindo de si e sendo agressivo para os que se encontram próximos.

The Complete Stories by Clarice Lispector

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By  TERRENCE RAFFERTY There’s a whiff of madness in the fiction of Clarice Lispector. The “Complete Stories” of the great Brazilian writer, edited by Benjamin Moser and sensitively translated by Katrina Dodson, is a dangerous book to read quickly or casually because it’s so consistently delirious. Sentence by sentence, page by page, Lispector is exhilaratingly, arrestingly strange, but her perceptions come so fast, veer so wildly between the mundane and the metaphysical, that after a while you don’t know where you are, either in the book or in the world. “Coherence, I don’t want it anymore,” a character in one of her stories thinks. “Coherence is mutilation. I want disorder.” That character, a 37-year-old woman in melancholy flight from her husband or lover, has this revelation too: “It was a lie to say you could only have one thought at a time: She had many thoughts that intersected and were multiple.” Especially in the 1970s, in the last decade of Lispector’s life, when that sto

Filme do Dia: Christophe Colomb (1904), Vincent Lorant-Heilbronn

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Christoph Colomb (França, 1904). Direção: Vincent Lorant-Heilbronn. Rot. Original: Lucien Nonguet. Embora a extensão do que para a época tinha ares de super-produção possa igualmente sugerir o desenvolvimento precoce rumo a duração de filme de alguns anos após, marcada sobretudo pela produção de Griffith para a Biograph, não se trata exatamente do caso. Como em A Vida e Paixão de Jesus Cristo , trata-se de cenas relativamente isoladas que irão representar a travessia de Colombo e suas principais peripécias, que podiam ser exibidas de forma independente. Como nos filmes de Méliès de pouco antes (a exemplo do célebre Viagem à Lua ), as cenas se prolongam muito mais do que seria o habitual nos filmes de orientação mais precisa para a narrativa, ainda quando comparados aos “filmes de perseguição”, modelo que se situa entre este Primeiro Cinema e um cinema de maior organicidade narrativa. É o caso, por exemplo, de Colombo sendo recebido tal qual uma estrela de cinema pelos indianos e

Filme do Dia: O Gato Fritz (1972), Ralph Bakshi

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O Gato Fritz ( Fritz, the Cat , EUA, 1972). Direção: Ralph Bakshi. Rot. Adaptado: Ralph Bakshi, a partir dos personagens de Robert Crumb. Fotografia: Ted C.Bemiller & Gene Borghi. Música: Ed Bogas & Ray Shanklin. Montagem: Renn Reynolds. Certamente é sua aberta alusão a sexualidade e as drogas numa dimensão talvez inédita para um longa-metragem comercial de animação que chamou a atenção para esse filme, o que não deixa de ser um elemento condizente com o universo dos personagens do cartunista Robert Crumb (motivo do documentário Crumb ), que curiosamente pediria para que retirassem seu nome dos créditos. Porém, para além da alusão explícita a sexualidade, cópula e genitália masculinas e femininas, quase num radical processo de desrecalcamento de motivos não comumente associados com o gênero, principalmente no formato de longa-metragem, assim como uma menção mais restrita ao uso de drogas, talvez o que torma interessante essa animação aos olhos de hoje é o quanto ela repro