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Filme do Dia: A Bela Que Dorme (2012), Marco Bellocchio

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A Bela Que Dorme ( Bella Adormentata , Itália/França, 2012). Direção: Marco Bellocchio . Rot. Original: Marco Bellochio, Veronica Raimo & Stefano Rulli, partindo do argumento de Bellochio. Fotografia: Daniele Ciprì. Mùsica: Carlo Crivelli. Montagem: Francesca Calvelli. Dir. de arte: Marco Dentici & Briseide Siciliano. Cenografia: Laura Casalino. Figurinos: Sergio Ballo. Com: Toni Servillo, Isabelle Huppert, Alba Rohrwacher, Michele Riondino, Maya Sansa, Pier Giorgio Bellochio, Gianmarco Tognazzi, Roberto Herlitzka. Os debates acerca da manutenção da vida vegetativa de Eluana Englaro se acirram, após a possibilidade de desligamento de seus aparelhos, defendida por alguns, para a comoção irrestrita de religiosos como Maria (Rohrwacher), que possui uma relação complicada com o pai, Uliano (Servillo) que no momento pretende abdicar de sua cadeira no Senado, desde o momento em que sua mãe morreu em situação algo similar. A mãe da garota, conhecida como Divina Madre (Huppert), p

Filme do Dia: Acossado (1959), Jean-Luc Godard

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Acossado ( Á bout de Souffle , França, 1959). Direção: Jean-Luc Godard. Rot. Adaptado: Jean-Luc Godard, baseado no conto de François Truffaut. Fotografia: Raoul Coutard. Música: Martial Solal. Montagem: Cécile Decugis & Lila Herman. Dir. de arte: Claude Chabrol. Com: Jean-Paul Belmondo, Jean Seberg, Daniel Boulanger, Jean-Pierre Melville, Henri-Jacques Huet, Jacques Mansard, Roger Hanin.         Michel Poiccard (Belmondo) é um farsante que vive de pequenos furtos e sonha ser Humphrey Bogart. Apaixonado por Patricia Franchini (Seberg), uma americana que vive em Paris, ele assassina um policial rodoviário que se encontrava em seu encalço. No dia seguinte sua foto se encontra nos principais jornais da cidade e ele se torna um alvo fácil da polícia. Franchini é blasée o suficiente para não afirmar que sente nada a respeito dele. Ela entrega o New York Herald Tribune nas ruas da cidade e sonha em ser jornalista, indo para uma entrevista coletiva com um famoso escritor, Parvulesco (

Filme do Dia: Wort und Tat (1938), Fritz Hippler, Ottoheinz Jahm, Gustav Ucicky & Eugen York

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Wort und Tat (Alemanha, 1938). Direção: Fritz Hippler, Ottoheinz Jahm, Gustav Ucicky & Eugen York. Curta de propaganda nazista que explora, sem muitas sutilezas, e através de momentos de montagem alucinadamente acelerada, o contraste entre a época de Weimar, descrita como decadente econômica e socialmente e espúria e os novos tempos sob a égide do nacional-socialismo, onde se destaca as virtudes das atividades esportivas, da produtividade e do arianismo. Nessa peça de retórica visual – tal como O Triunfo da Vontade , de Riefensthal não existe uma narração over que estruture as imagens - sem muita sutileza, ao contrário dos documentários longos de Riefensthal, aparentemente se contrapõe uma sucessão de eventos calamitosos associados aos conflitos de rua, a inflação e a vida noturna desregrada de Weimar, numa montagem acelerada, nos quais planos de menos de um segundo são constantes, com um momento posterior de calmaria, a partir do discurso de uma liderança nazista. Como se atr

The Film Handbook#18: Abel Gance

Abel Gance Nascimento : 25/10/1899, Paris, França Morte: 10/11/1981, Paris, França Carreira (como diretor): 1911-71 A despeito de sua longa carreira, foi somente nos anos do cinema mudo que Abel Gance realizou filmes de alguma importância. Em grande parte produto de seu tempo, reflete o interesse na experimentação formal que varreu a intellegentsia francesa nos anos 10 e 20. Em termos de conteúdo, no entanto, seus filmes parecem florescer diretamente dos romances românticos do século XIX. Tendo atuado em teatro em Bruxelas, Gance passou a vender roteiros para a Gaumont. Dois anos depois, começou a dirigir, e rapidamente se estabeleceu como um dos talentos mais brilhantes de sua geração. Os primeiros filmes, frequentemente marcados pelo respeito de Gance pela Cultura (adaptações literárias e históricas/heróis artísticos se tornaram recorrentes) demonstram seu crescente fascínio com técnicas inovadoras. Em La Folie du Docteur Tube , Gance realizou experiências com distorção de l
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‘Selfish, Shallow, and Self-Absorbed: Sixteen Writers on the Decision Not to Have Kids’

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By Kate Bolick Today 19 percent of American women reach their mid-40s without ever having a child — a figure that has nearly doubled in four decades, a truly staggering statistic. The sheer velocity of its emergence suggests a unity of intent, as if an army of Gen Xers came of age razing day care centers and burning diapers, and continues to march steadily into the future, attracting new recruits by the minute. I suspect even these ostensible trailblazers wish it were that straightforward. A 2012 Centers for Disease Control report shows that among women in the 40-44 age bracket — the final reckoning, according to such surveys — 22 percent were “childless by choice,” compared with 35 percent who felt they didn’t have any say in the matter. Far from being a unified front, this growing demographic tilts toward women who had a wish about how their lives would turn out that didn’t come true. The mystery of whether this wish is a personal urge, a biological imperative or the uncon

Filme do Dia: Os Desajustados (1961), John Huston

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Os Desajustados ( The Misfits , EUA, 1961). Direção: John Huston. Rot. Original: Arthur Miller. Fotografia: Russell Metty. Música: Alex North. Montagem: George Tomasini. Dir. de arte: Stephen B. Grimes & Bill Newberry. Cenografia: Frank R. McKelvy. Com: Clark Gable, Marilyn Monroe, Montgomery Clift, Elli Wallach, Thelma Ritter , James Barton, Kevin McCarthy, Estelle Winwood. Roslyn Taber (Monroe) é uma recém-divorciada que se envolve com o vaqueiro Gay Langland (Gable), indo morar com ele em seu rancho em Nevada. Porém, o que parecia ser inicialmente um paraíso, aproxima-se das dificuldades que já alertara a amiga de Roslyn, Isabelle Steers (Winwood). Roslyn terá que lidar não apenas com as bebedeiras de Langland, como com a forma que Lengland ganha dinheiro juntamente com seus dois inseparáveis amigos, Perce Howland (Clift) e Guido (Wallach), capturando e vendendo cavalos selvagens, situação que tornará limítrofe a relação entre ambos. Mesmo com todas suas fraquezas, esse f

Filme do Dia: Tsuruhachi Tsurujirô (1938), Mikio Naruse

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Tsuruhachi Tsurujirô (Japão, 1938). Direção: Mikio Naruse. Rot. Adaptado: Mikio Naruse, a partir do romance Matsutarô Kawaguchi. Fotografia: Takeo Itô. Música: Nobuo Lida. Montagem: Kôichi Iwashita. Dir. de arte: Kazuo Kubo. Com: Kazuo Hasegawa, Isuzu Yamada, Kamatari Fujiwara, Heihachirô Ôkawa, Masao Mishima, Unpei Yokoyama, Kenho Nakamura, Kan Yanagiya.         Tsuruhachi (Hasegawa) forma uma dupla de sucesso com Tsurujirô (Yamada). Ele cantando e ela o acompanhando com seu tradicional instrumento de corda. Conhecidos desde a tenra infância, quando Tsuruhachi confessa sua paixão a Tsurujirô essa, que havia se comprometido em casar com o rico Matsuzaki (Ôkawa), volta atrás e aceita o seu pedido. Os dois fazem planos. Um deles, de interesse imediato de Tsuruhachi, é o de comprar um teatro. Quando esse fica sabendo que Tsurujirô conseguiu um empréstimo junto a Matsuzaki, cancela o casamento. Pouco depois, fica sabendo que Tsurujirô se casou de fato com Matsuzaki, o que apenas conf

Filme do Dia: Alemanha, Mãe Pálida (1980), Helma Sanders-Brahms

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Alemanha, Mãe Pálida ( Deutschland Bleich Mutter , Al. Ocidental, 1980). Direção: Helma Sanders-Brahms. Rot. Adaptado: Helma Sanders-Brahms, a partir de um poema de Bertolt Brecht. Fotografia: Jürgen Jurges. Música: Jürgen Knieper. Montagem: Uta Periginelli & Elfie Tillack. Dir. de arte: Gotz Heimann. Figurinos: Janken Janssen. Com: Eva Mattes, Ernst Jacobi, Elizabeth Stepanek, Angelika Thomas, Angelika Thomas, Rainer Friedrichsen, Gisela Stein, Fritz Lichtenhahn, Anna Sanders, Sonja Lauer, Miriam Lauer.        Helene (Mattes) casa-se com Hans (Jacobi), que admira por não ser nazista, justamente no momento em que o nazismo, já devidamente instalado no poder a certo tempo, descumpre suas promessas de paz e promove a guerra. Hans parte para a frente de batalha. Lene, como é conhecida, fica esperando, como a maior parte das mulheres então. Em um de seus retornos, o casal decide ter uma criança. Essa (Sanders e Sonja e Miriam Lauer), tornando-se a única verdadeira companhia de Le

Filme do Dia: Pedro Páramo (1967), Carlos Velo

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Pedro Páramo (México, 1967). Direção: Carlos Velo. Rot. Adaptado: Manuel Barbachano Ponce, Carlos Fuentes & Carlos Velo, a partir do romance de Juan Rulfo. Fotografia: Gabriel Figueroa. Música: Joaquin Gutierrez Heras. Montagem: Gloria Schoeman. Dir. de arte: Manuel Fontanals. Cenografia: Julio Alejandro. Com: John Gavin, Ignacio López Tarso, Pilar Pellicer, Julissa, Graciela Doring, Carlos Fernández, Augusto Benedico, Beatriz Sheridan, Claudia Millán. Idos do século XX. Juan Preciado (Fernández), após a morte da mãe, vai atrás do pai que nunca conheceu  e descobre se chamar, como ele Pedro Páramo (Gavin), praticante das maiores violências contra a população local, sempre que seus interesses estavam em jogo, sendo secundado por seu fiel capataz Fulgor Sedano (Tarso). Aos poucos Juan se encontrará com a louca Dolores Preciado (Millán), assim como Susana San Juan (Pellicer), amiga de infância, que partiu com o pai e é constantemente vítima de seus abusos sexuais. E é justamente

Filme do Dia: Inferno n.17 (1953), Billy Wilder

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Inferno nº 17 ( Stalag 17 , EUA, 1953). Direção: Billy Wilder. Rot. Adaptado: Billy Wilder & Edwin Blum, baseado na peça de Donald Bevan & Edmund Trzcinski. Fotografia: Ernest Lazslo. Música: Franz Waxman. Montagem: Doane Harrison & George Tomasini. Dir. de arte: Franz Bachelin & Hal Pereira. Cenografia: Sam Comer & Roy Moyer. Com: William Holden, Don Taylor, Robert Strauss, Harvey Lembeck, Neville Brand, Richard Erdman, Otto Preminger, Peter Graves. Gil Stratton Jr., Jay Lawrence, Michael Mooro, Peter Baldwin.      Num campo de prisioneiros do exército alemão que abriga sargentos americanos, capturados nos combates da II Guerra, vários tipos vivem em um mesmo barracão: o brincalhão Animal (Strauss), que só pensa em mulheres, especialmente Betty Grable; o demente Joey (Stone) e, entre muitos outros, Sefton (Holden), que consegue formar um patrimônio em cigarros (moeda corrente) e alguns badaluques que os prisioneiros não possuem acesso, passa a ser tido como in

Filme do Dia: Pequeno Dicionário Amoroso (1996), Sandra Werneck

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Pequeno Dicionário Amoroso (Brasil, 1996). Direção: Sandra Werneck. Rot. Original: Paulo Halm & José Roberto Torero. Música: Ed Motta & João Nabuco.  Fotografia: Walter Carvalho. Montagem: Vírginia Flores. Dir. de arte: Cláudio Amaral Peixoto. Figurinos: Pedro Sayad. Com: Daniel Dantas, Andréa Beltrão, Mônica Torres, Tony Ramos, Glória Pires, José Wilker. Gabriel (Dantas), biólogo, recém-separado, encontra Luísa (Beltrão), que quer tirar fotos no cemitério onde Gabriel se encontra para o enterro de um amigo. Uma atração irresistível surge entre os dois, que se apaixonam, namorando e indo viver juntos. Em certo tempo o que era paixão virá tédio, monotonia, conflitos e ambos decidem se separar. Vivem a angústia da separação, mas conseguem superá-la voltando a se apaixonarem. Bem poderia também ser chamado de Compêndio de Lugares Comuns. O filme de Werneck apresenta o que seria a radiografia do encantamento, união e progressivo desencantamento que acometem um casal. Evident

Filme do Dia: The Lion Hunt (1949), Eddie Donnelly

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The Lion Hunt (EUA, 1949). Direção: Eddie Donnelly. Rot. Original: John Foster. Faísca & Fumaça decidem partir para África para caçar um leão em um safári. Como nos curtas imediatamente anteriores da série, a crescente antropomorfização da dupla faz com que o fato de se tornarem caçadores de outros animais – e, para a sensibilidade do século XXI, inclusive, soará bastante anti-politicamente correta a surreal caça na qual se abate um elefante e uma girafa do céu – se torne mais diferenciada. Com alguns bons achados, como o momento no qual todos os leões do pedaço se manifestam, após escutarem um comentário de um dos corvos, assim como a breve alusão ao fato de, no universo do desenho animado, tudo se resolver de forma tão fácil, motivo que apela ao inverossímil assumido da trajetória para a África e também ao curta imediatamente anterior, o mais explicitamente auto-reflexivo da série ( The Power of Thought , também assinado por Donnelly). O leão é uma presença recorrente na ani
Não é um defeito da palavra "pé" que ela se refira a mais pés do que os meus dois, descuidando-se da peculiaridade do meu par pessoal. Reclamar do não-particularismo da linguagem é tão inadequado quanto lastimar-se por não poder ouvir um jogo da Copa na máquina de lavar roupa. O conceito de uma coisa não deve ser compreendido como uma pálida réplica mental dela, perturbadoramente destituída de sua vida sensível, mas sim como uma série de práticas sociais - como maneiras de fazer algo com a palavra que denota a coisa. A Ideologia da Estética , Terry Eagleton, p. 248
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The Film Handbook#17: Bertrand Blier

Bertrand Blier Nascimento: 11/03/1939, Boulogne-Billancourt, Hauts-de-Seine, França Carreira (como diretor ): 1962- Dos diretores franceses que conquistaram destaque durante os anos 70, Bertrand Blier é um dos mais notáveis, seu humor negro e robusto, satírico das ansiedades sexuais o pondo em direta, e frequentemente bem sucedida, oposição ao filme de arte convencional. Filho do veterano ator Betrand Blier, iniciou sua carreira no cinema como assistente dos diretores John Berry, Jean Delannoy e Christian-Jaque. Após diversos documentários de cinéma vérite  ele avançou com a realização de sua estreia no longa-metragem, Hitler?Connais Pas! , em 1962. Porém seu primeiro grande sucesso foi com Corações Loucos / Les Valeuses > 1 , um road-movie cru e deliberadamente ofensivo sobre um casal de pequenos criminosos. Em seus esforços brutalmente determinados, mas pateticamente impotentes, de satisfazer os desejos sexuais de diversas mulheres, os então desconhecidos atores Gérard Depa

Filme do Dia: No Palco da Vida (1951), Clarence Brown, Don Hartman, John Sturges, Richard Thorpe, Charles Vidor, Don Weis & William A. Wellman

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No Palco da Vida ( It´s a Big Country , EUA, 1951). Direção: Clarence Brown, Don Hartman, John Sturges, Richard Thorpe, Charles Vidor, Don Weis & William A. Wellman. Roteiro Original: Helen Deutsch, Dorothy Kingsley & Lucille Schlossberg. Rot. Adaptado: William Ludwig, baseado em conto de Edgar Brooke; Ray Chordes, baseado em conto de Isobel Lennart; Claudia Cranston, baseado em conto de Allen Rivkin; Dore Schary, baseado em conto de George Wells. Fotografia: John Alton , Ray June, William C. Mellor & Joseph Ruttenberg. Música: Alberto Colombo, Adolph Deutsch, Lennie Hayton, Bronislau Kaper, Rudolph G. Kopp, David Raksin, David Rose & Charles Wolcott. Montagem: Ben Lewis & Frederick Y. Smith. Dir. de arte: Malcolm Brown, William Ferrari, Cedric Gibbons, Eddie Imazu, Arthur Lonergan & Gabriel Scogamillo. Cenografia: Jack Nonar, Ralph S. Hurst, Arthur Krams, Fred M. MacLean, Alfred E. Spencer & Edwin B. Willis. Com: Ethel Barrymore, Frederic March , Gary Co
“I am longing to be with you, and by the sea, where we can talk together freely and build our castles in the air.”  ― Bram Stoker

Jimmy Cliff - Reggae Night 1984

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Morreu Manoel de Oliveira. Como queria, filmou até ao fim

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Em 2010, num artigo para o PÚBLICO, em "defesa do cinema português", escreveu que pensava nas condições cada vez mais difíceis dessa coisa de fazer filmes em Portugal. Que pensava nos seus colegas. "Eles, como eu, sempre viveram na precariedade e na insegurança, sem reforma nem subsídio de desemprego, e sem nunca sabermos se não estaremos a fazer o nosso último filme. Eles, como eu, só temos um desejo: todos ambicionamos morrer a fazer filmes." Morreu esta manhã o realizador Manoel de Oliveira. Tinha 106 anos. Morreu em casa, soube o PÚBLICO junto de fonte próxima da família. Quando, jovem de 20 anos, começou a frequentar os meios do cinema, este dava ainda os primeiros passos como nova forma de expressão artística, mesmo se com a energia inovadora da narrativa de um David W. Griffith, do expressionismo alemão de um Wilhelm F. Murnau, ou do realismo soviético de um Sergei M. Eisenstein. Em 1928, matriculou-se na Escola de Actores de Cinema fundada no P

Filme do Dia: Cat Nap Pluto (1948), Charles A. NIchols

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Cat Nap Pluto (EUA, 1948). Direção: Charles A. Nichols. Rot. Original: Eric Gurney. Música: Oliver Wallace. O visual lustroso de uma casa burguesa, com destaque para seu piso transparente de limpo e seus estofados e a implicância dos dois personagens principais um com o outro – sobretudo de Figaro em relação a Pluto traem provavelmente a influência da animação da dupla Hanna & Barbera para a Metro, sobretudo seus mais célebres personagens, Tom & Jerry. O diferencial aqui – em que todas as motivações partem do desejo de Pluto de dormir, após o que aparenta ter sido uma noite de farra encontrando resistência do gato Figaro, que quer brincar – é a maior suavidade com que tudo é tratado em relação a dupla do estúdio rival. Walt Disney Prod. para RKO Radio Pictures. 6 minutos e 32 segundos.

Filme do Dia: Mishima - Uma Vida em Quatro Tempos (1985), Paul Schrader

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Mishima ( Mishima - A Life in Four Chapters , EUA, 1985) Direção: Paul Schrader. Rot.Original: Paul&Leonard Schrader. Fotografia: John Bailey. Música: Philip Glass. Montagem: Michael Chandler&Tomoyo Oshima. Com: Ken Ogata, Masayuki Shionoya, Hiroshi Mikami, Junia Fukuda, Shigato Tachihara.       Sem dúvida uma experiência incomum no panorama do cinema americano dos anos 80, provavelmente Schrader não tivesse conseguido efetivá-la sem a ajuda dos amigos George Lucas e Coppola . Mishima narra a vida e obra do famoso literato e agitador cultural através de três linhas narrativas distintas - o passado (em p&b), trechos inspirados em sua obra literária (em cores esfuziadamente surreais) e o momento atual (em cores realistas) - no caso 1970. De certa forma as linhas acabam por se confundirem, sugerindo uma personalidade em que vida e obra não se distinguiam.           A opção por uma acentuada e impecável estilização na utilização da cenografia e da fotografia para compo