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Filme do Dia: As Pinturas do Meu Irmão Júlio (1965), Manoel de Oliveira

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  A s Pinturas do Meu Irmão Júlio (Portugal, 1965). Direção, Fotografia e Montagem: Manoel de Oliveira. Rot. Original: Manoel de Oliveira & José Régio. Música: Carlos Paredes. Ao contrário de outra incursão sua que faz referência à pintura ( O Pintor e a Cidade ) nesse também filme curto,  Oliveira abraça de forma mais ortodoxa às convenções dos documentários sobre arte e, embora possua uma locução over , ao contrário da produção da década anterior, após algum tempo como que se liberta dessa e parece se contentar com o próprio universo pictórico das obras do irmão, passeando com a câmera sobre elas e acompanhado de temas musicais instrumentais ao violão, de viés tradicional. Motivos aparentemente vinculados à noite, boemia, bebida, prostituição, dança e música emergem de seus quadros e o filme pretende evocar, seja o movimento das ondas em um quadro que apresenta um pescador em um barco, seja a dança em meio a boemia. Ou motivos populares outros, como o quadro que escolhe para en

Filme do Dia: O Cinema, Manoel de Oliveira e Eu (2016), João Botelho

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O   Cinema, Manoel de Oliveira e Eu (Portugal, 2016). Direção e Rot. Original: João Botelho. Fotografia: João Ribeiro. Música: Nicholas McNair. Montagem: João Braz. Com: Mariana Dias, Miguel Nunes, Antônio Durães, Ângela Marques, Maria João Pinho, Leonor Silveira, Marcelo Urgeghe. A partir de uma foto do começo dos anos 80 tirada do momento de seus primeiros contatos com Manoel de Oliveira, Botelho faz uma apreciação do estilo do realizador através das várias décadas de sua produção. Observa-se ele se deter, por exemplo, na resposta de Oliveira ao plano/contraplano filmando um longo plano em que um ator dirige seu discurso a uma mulher fora do plano, que ocasionalmente reage a sua fala e depois se observa novamente todo o diálogo observando a mulher a quem ele se dirigia. Ou ainda o garoto que se apossa de uma boneca para aparecer à janela da menina por quem se encontra apaixonado e após furtar-lhe um beijo despenca telhado abaixo. As duas sequencias sintetizam, no primeiro, o in

Filme do Dia: Viagem ao Princípio do Mundo (1997), Manoel de Oliveira

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V iagem ao Princípio do Mundo (Idem, França/Portugal, 1997). Direção: Manoel de Oliveira. Rot. Original:   Manoel de Oliveira. Fotografia: Renato Berta. Música: Emmanuel Nuñes. Montagem: Valérie Loiseleux Com: Marcello Mastroianni,   Jean-Yves Gautier,   Leonor Silveira,   Diogo Dória,   Isabel de Castro,   José Pinto,   Manoel de Oliveira.           Disposto a revisitar os locais que conheceu durante sua infância em Portugal, o cineasta Manoel (Mastroianni) empreende uma pequena jornada a vila onde morou com sua família: observa de longe o prédio onde funcionara o colégio de jesuítas onde estudara; a casa, hoje em ruínas,   onde agonizara um jovem de tifo; a árvore com as marcas de um banco que dividira na adolescência com amigos; uma estátua de um homem com o eterno sofrimento de carregar um tronco sobre as costas. Quando observa a estátua, passa uma portuguesa que conta uma ladainha a respeito da mesma.   Juntamente com Manoel   se encontram um ator de sua nova produção, A

Filme do Dia: A Carta (1999), Manoel de Oliveira

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A Carta ( A Carta , Portugal/França/Espanha, 1999). Direção:  Manoel de Oliveira. Rot. Adaptado: Manoel de Oliveira, baseado no romance La Princesse de Clèves, de Madame de la Fayette. Fotografia: Emmanuel Machuel. Montagem: Valérie Loiseleux. Dir. de arte: Ana Vaz da Silva. Com: Chiara Mastroianni, Pedro Abrunhosa, Antoine Chappey, Leonor Silveira, Françoise Fabian, Anny Romand, Stanislas Merhar, Luís Miguel Cintra, Catherine Deneuve.         A jovem aristocrata Catherine de Clèves (Mastroianni), foi educada pela mãe distante dos costumes modernos. Rejeitando o assédio de François de Guise (Merhar), da sua idade,  casa-se com um homem mais velho (Chappey). Porém, ainda recém-casada, numa apresentação do cantor de rock português Pedro Abrunhosa, apaixona-se à primeira vista. Só tem coragem de revelar seus segredos a amiga de infância, hoje freira (Silveira). A força para resistir a tentação que representa Pedro é selada com a declaração da mãe em seu leito de morte, que pede que

Filme do Dia: Um Filme Falado (2003), Manoel de Oliveira

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Um Filme Falado (Portugal/França/Itália, 2003). Direção e Rot. Original: Manoel de Oliveira. Fotografia: Emmanuel Machuel. Montagem: Valérie Loiseleux. Dir. de arte: Zé Branco. Figurinos: Isabel Branco. Com: Leonor Silveira, Filipa de Almeida, John Malkovich, Catherine Deneauve , Stefania Sandrelli, Irene Papas, Luís Miguel Cintra, Michel Lubrano di Sbaraglione. A professora de história Rosa Maria (Silveira) parte em cruzeiro com sua filha, Maria Joana (Almeida)  que atravessa recantos turísticos do Mediterrâneo na França, Itália, Grécia, Turquia, com o objetivo de encontrar o marido na Índia, comentando a história que há por trás dos monumentos que visitam. No Egito, Rosa Maria é surpreendida pelo conterrâneo ator Luís Miguel Cintra (Cintra), que a leva ao hotel onde foi firmado o Canal do Panamá. No navio, Rosa Maria é surpreendida pelo interesse do comandante do navio, John Walesa (Malkovich), sendo convidada a sentar em sua mesa, ao lado da francesa Delfina (Deneauve), da ital

Morreu Manoel de Oliveira. Como queria, filmou até ao fim

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Em 2010, num artigo para o PÚBLICO, em "defesa do cinema português", escreveu que pensava nas condições cada vez mais difíceis dessa coisa de fazer filmes em Portugal. Que pensava nos seus colegas. "Eles, como eu, sempre viveram na precariedade e na insegurança, sem reforma nem subsídio de desemprego, e sem nunca sabermos se não estaremos a fazer o nosso último filme. Eles, como eu, só temos um desejo: todos ambicionamos morrer a fazer filmes." Morreu esta manhã o realizador Manoel de Oliveira. Tinha 106 anos. Morreu em casa, soube o PÚBLICO junto de fonte próxima da família. Quando, jovem de 20 anos, começou a frequentar os meios do cinema, este dava ainda os primeiros passos como nova forma de expressão artística, mesmo se com a energia inovadora da narrativa de um David W. Griffith, do expressionismo alemão de um Wilhelm F. Murnau, ou do realismo soviético de um Sergei M. Eisenstein. Em 1928, matriculou-se na Escola de Actores de Cinema fundada no P

Filme do Dia: Aniki Bóbó (1942), Manoel de Oliveira

Aniki Bóbó (Portugal, 1942). Direção:  Manoel de Oliveira. Rot. Adaptado: Manoel de Oliveira, baseado no romance de Rodrigues de Freitas. Fotografia: Antonio Mendes. Música: Jaime Silva Filho. Montagem: Manoel de Oliveira & Vieira de Sousa. Cenografia: José Porto. Com: Feliciano David, Nascimento Fernandes, Fernanda Matos, António Palma, Armando Pedro, António Santos, Horácio Silva, António Soares.      As aventuras de um grupo de crianças e as figuras fantasmáticas, do mundo adulto, que as perseguem. Um dos garotos, sonhando em ganhar as graças de uma garota da sua idade, que se encontra apaixonada por um amigo seu, acaba roubando uma boneca de um armarinho. Pouco depois, para complicar sua situação, todos os garotos pensam que ele empurrou o rival, que escorregou do despenhadeiro e se encontra em situação grave no hospital. Porém, o dono da loja acabará descobrindo toda a verdade. O garoto tentará lhe devolver a boneca, que lhe é dada de presente pelo dono e seus amigos e a