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Filme do Dia: Filme de Amor (2003), Júlio Bressane

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  F ilme de Amor (Brasil, 2003). Direção: Júlio Bressane. Rot. Original: Júlio Bressane & Rosa Dias. Fotografia: Walter Carvalho. Música: Guilherme Vaz. Montagem: Vírginia Flores. Dir. de arte: Moa Batsow. Figurinos: Helen Millet. Com: Bel Garcia, Josi Antello, Fernando Eiras. O mesmo estilo hermético de Bressane num padrão de produção pouco usual – fotografia exuberante de Carvalho, imagens em vídeo digital – com acabamento aparentemente estranho ao universo do cineasta. Porém, ledo engano, já que as preocupações visuais do filme – inclusive, em termos de cromatismo – acompanham  o cineasta de muito. Nessa história que conta os encontros de um homem e duas mulheres numa velha casa no centro do Rio – adaptada do mito das três graças - existem dois momentos de intensa inspiração. O primeiro é o que as mulheres flutuam de uma forma que nunca se viu no cinema, numa cena de sofisticação visual de dar inveja a Tarkovski. O segundo é a terna homenagem final que desvela as verdadeiras p

Filme do Dia: Dias de Nietzsche em Turim (2001), Júlio Bressane

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  D ias de Nietzsche em Turim (Brasil, 2001). Direção: Júlio Bressane. Rot. Original: Júlio Bressane & Rosa Dias. Fotografia: José Tadeu Ribeiro. Montagem: Víriginia Flores. Com: Ferando Eiras, Paulo José, Tina Novelli, Isabel Themudo, Paschoal Villaboim, Mariana Ximenes.  Talvez o maior e quase único interesse do filme se encontre nas próprias reflexões extraídas do filósofo quando de sua estadia em Turim. Bressane não se atreve a esboçar qualquer enredo, antes permitindo um livre fluxo de imagens e situações filmadas tanto na cidade italiana quanto – e principalmente – no Rio de Janeiro. Ainda que se detenha em Turim sobre alguns prédios históricos, não existe qualquer esforço de se apagar de vez o fato de se filmar na contemporaneidade, com luzes e carros à mostra, ainda que sem muito destaque. O que talvez se torne mais problemático no filme seja a sua própria pretensão, ou seja, a pobre tradução que suas imagens, com raras exceções, são para a escrita impregnada de brilho do f

Filme do Dia: Cleópatra (2006), Júlio Bressane

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C leópatra (Brasil, 2006). Direção e Rot. Original: Júlio Bressane. Fotografia: Walter Carvalho. Montagem: Rodrigo Lima. Dir. de arte: Moa Batsow & Francesca Ballestra  Di Mottola. Com: Alessandra Negrini, Miguel Falabella, Bruno Garcia, Nildo Parente, Taumaturgo Ferreira, Lúcio Mauro, Josi Antello, Heitor Martinez Mello. Cleópatra (Negrini) chega a corte de Júlio César (Falabella) com a fama de ser uma devoradora de livros e buscando forjar uma identidade egípcia avessa à decadência romana, débil cópia da cultura grega segundo o próprio Júlio César. Uma paixão intensa entre ela e Júlio César finda com o assassinato do primeiro. Cleópatra se apaixona então pelo guerreiro Marco Antônio (Garcia), porém ele a abandona. Decadente e politicamente enfraquecida, Cleópatra se suicida. Parece sintomático o fato de Bressane escolher como tema o mesmo de uma das mais extravagantes e desastrosas incursões no terreno dos épicos efetivadas por Hollywood, dirigida por Mankiewicz em 1963.

Filme do Dia: Matou a Família e Foi ao Cinema (1969), Júlio Bressane

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M atou a Família e F oi ao Cinema (Brasil, 1969). Direção e Rot. Original: Júlio Bressane. Fotografia: Thiago Veloso. Montagem: Geraldo Veloso. Com: Márcia Rodrigues, Renata Sorrah, Antero de Oliveira, Vanda Lacerda, Paulo Padilha, Rodolfo Arena, Carlos Eduardo Dolabella, Guará Rodrigues. Um rapaz de classe média resolve matar os pais e ir assitir um filme no cinema. Duas garotas passam a se relacionar em uma casa de campo em Petrópolis. O assassino é vítima da tortura policial. Duas mulheres de classe média baixa possuem sua relação de amor condenada pela mãe de uma delas, que é assassinada pela própria filha. Um pai de família mata a esposa e o filho. As duas garotas da casa de campo matam uma a outra, num ritual de prazer e morte. Esse breve e sensível filme de Bressane pode ser considerado como uma das mais tocantes e originais realizações da cinematografia nacional, sendo um clássico do Cinema Marginal, ao lado de O Bandido da Luz Vermelha . Para tanto colaboram sua apa

Filme do Dia: Cara a Cara (1967), Júlio Bressane

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Cara a Cara (Brasil, 1968). Direção e Rot. Original: Júlio Bressane. Fotografia: Affonso Beato. Música: Sidney Waisman. Montagem: Eduardo Escorel. Cenografia: Luiz Carlos Ripper. Com: Antero de Oliveira, Helena Ignez, Paulo Gracindo, Paulo Padilha, Maria Lúcia Dahl, Wanda Lacerda, Ítalo Rossi, Ênio Gonçalves, Rosita Tomás Lopes, Maria Bethânia.               Raul (Oliveira) é um jovem funcionário público que não possui maiores esperanças na vida, tendo uma mãe em estado terminal e se fixando obsessivamente na jovem rica Luciana (Ignez), que o ignora. Luciana é filha do corrupto chefe político Hugo Castro (Gracindo). No dia em que Castro recebe homenagem importante, Raul mata um colega de repartição, rapta e mata Luciana e assassina a própria mãe. Em seu primeiro longa-metragem, Bressane já apresenta muitas das características que iriam ser desenvolvidas em seus filmes posteriores desse primeiro momento de sua carreira. Seu interesse por crimes passionais provocados por eleme

Filme do Dia: A Família do Barulho (1970), Júlio Bressane

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A Família do Barulho (Brasil, 1970). Direção e Rot. Original: Júlio Bressane. Fotografia: Lauro Escorel & Renato Laclete. Música: Guilherme Magalhães Vaz. Montagem: Mair Tavares & Amaury Alves. Dir. de arte: Guará Rodrigues. Com: Maria Gladys, Wilson Grey, Helena Ignez, Grande Othelo, Poty, Guará Rodrigues, Kleber Santos. Uma “família” no qual um malandro e um mais frágil se relacionam com uma mulher debochada (Ignez). Os dois homens buscam, através de um homossexual (Othelo) conseguirem uma odalisca (Gladys) que irá resolver a vida deles. Porém, a odalisca se entende com a mulher debochada e partem ambas, voltando a situação inicial. Sem maiores preocupações narrativas, Bressane apresenta uma série de situações, a maioria das quais se repete ao longo do filme, fazendo uso de recursos diversos como a luz estourada semelhante ao efeito em negativo (explorada por Gláuber em sequências de Terra em Transe ), tela escura, fotos fixas que não possuem qualquer relação direta

Filme do Dia: O Anjo Nasceu (1969), Júlio Bressane

O Anjo Nasceu (Brasil, 1969). Direção e Rot. Adaptado: Júlio Bressane, baseado no conto Comédia da Inocência . Fotografia: Thiago Veloso. Música: Guilherme Magalhães Vaz. Montagem: Mair Tavares. Cenografia: Guaracy Rodrigues. Elenco: Hugo Carvana, Milton Gonçalves, Norma Bengell, Maria Gladys, Carlos Guima, Neville D’Almeida.           Santamaria (Carvana) e Urtiga (Gonçalves) são dois marginais perigosos que, fugindo da polícia, invadem uma casa da classe média carioca, matando um homem e transformando a empregada e a dona de casa (Bengell) em reféns. Santamaria, que se encontra ferido na perna, acredita na chegada de um anjo e é mais violento, acreditando que sua violência o redimirá perante o anjo. Urtiga lhe segue como um cão fiel. Juntos, acabam matando as duas mulheres. Matam a seguir um homem para roubar um carro e também a mulher que presenciou o assassinato, após uma sessão de torturas. Santamaria indaga sobre o futuro de Urtiga após sua morte, mas esse se recusa em acredit