Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Documentário

Filme do Dia: Edward Hopper (2006), Gavin Lawson

Imagem
E dward Hopper (EUA, 2006). Direção: Gavin Lawson. Através de uma comedida narração in off (do próprio realizador?) se tem acesso a um pouco do universo do grande pintor norte-americano que dá título a esse curta-metragem. Pena que Lawson poucas vezes vá além da mera exibição de um quadro, passeando dentro dele e observando certos detalhes. As únicas cenas que não são das obras do artista são planos, por vezes longos, como o recorrente plano dos raios de sol em meio a árvores, enfatizando a importância da iluminação e do jogo de contrastes na obra de Hopper. Uma decisão acertada foi a opção de não ter utilizado material iconográfico diretamente biográfico como fotografias ou cartas, fugindo de uma tendência mais tradicional de documentarismo e preservando um certo tom intimista e subjetivo na sua aproximação com o artista. 10 minutos e 17 segundos.  

Filme do Dia: Como Nasceu o Primeiro Carro Brasileiro (1962)

Imagem
  C omo Nasceu o Primeiro Carro Brasileiro (Brasil, 1962) Nesse documentário curto produzido por Jean Manzon se acompanha, de forma sintética, os dois anos de preparação para o lançamento do primeiro automóvel brasileiro, um Aero Willis, fabricado pela Jeep. Ao modo dinâmico de narrar, em que à montagem dos vários processos se acrescenta uma inconfundível voz masculina que fala em primeira pessoa, como se fosse o próprio carro, dos seus primeiros desenhos até o acabamento final e sua exibição “triunfante” em uma feira automobolística parisiense, não apresentada pela produção. E também doses de um exaltado nacionalismo ufano, pródigo de um produtor que sempre soube ir onde o dinheiro se encontrava, sejam nos grandes industriais ou nos governos no poder – Manzon seria um dos maiores decantadores dos tempos de Milagre Brasileiro, já antecipados aqui, como no plano aéreo final que apresenta os arranha-céus de São Paulo, imagem considerada mais imponente que a fábrica em São Bernardo do C

Filme do Dia: The Birth of a Flower (1910), F. Percy Smith

Imagem
T he Birth of a Flower (Reino Unido, 1910). Direção: F. Percy Smith. Exercício pioneiro de fotografar diversas flores se abrindo pelo naturalista Smith.Talvez menos interessante que as imagens em si, para o espectador de mais de um século após de sua realização, acostumado a cenas do tipo observadas dezenas de vezes em programas de TV, seja o filme fazer uso de um processo pioneiro de cor que não parte da pintura artesanal da película chamado Kinemacolor, que teria vida relativamente breve e fazia uso de filtros nas projeções e filmagens de um original em p&b. Charles Urban Trade Co. 7 minutos.  

Filme do Dia: Varda por Agnès (2019), Agnès Varda

Imagem
  V arda por Agnès ( Varda par Agnès , França, 2019). Direção e Rot. Original: Agnès Varda & Didier Rouget. Fotografia: Claire Duguet, François Decreau & Julia Fabry.  Montagem: Nicolas Longinotti & Agnès Varda. Há um tom professoral e uma sensação de déjà vu inescapáveis na revisitação de sua obra que, somados a estrutura em forma de apresentação diante de uma plateia em um teatro e ausência de perguntas ou qualquer tipo de confrontação por parte dos outros que transformam esse último filme da realizadora em um exercício algo engessado de autocelebração, condescendência essa que um contemporâneo sobrevivente seu, Godard , jamais se permitiu ou sequer contemplou. Mais de uma vez a realizadora exalta o tripé ideação, criação (por em execução a ideia inicial) e compartilhamento como fundamento do cinema. Porém o último filme q parece cumprir a risca o mesmo é o seu anterior, não por acaso vislumbrado como seu filme-testamento, Visages Villages , algo q poderia se estender

Filme do Dia: O Barato de Iacanga (2019), Thiago Mattar

Imagem
  O   Barato de Iacanga (Brasil, 2019). Direção Thiago Mattar. Rot. Original Guilherme Algon & Thiago Mattar. Fotografia Diego Lajst & André Manfrim. Montagem Guilherme Algon. Documentário que faz um retrospecto do Festival de Águas Claras, sobretudo em suas três primeiras edições, tendo como fio condutor maior o seu próprio idealizador e principal organizador, Leivinha, e algumas pessoas próximas, incluindo a sua irmã. Iniciando como algo praticamente entre amigos, e divulgado através do boca-a-boca, demonstrou ser uma fonte de agregação e de público, boa parte deles de verve hippie, a realizarem o que seria uma versão Woodstrock, em solo brasileiro, na fazenda do pai de Leivinha, na provinciana Iacanga, no interior de São Paulo, em 1975. Período ainda bastante repressor da ditadura. Importante peça de uma memória não muito cultivada, contando com gravações em vídeo, quase todas em condições relativamente precárias, e dos arquivos de TV, possui um momento ao menos tocant

Filme do Dia: 1971: O Ano em Que a Música Mudou o Mundo - Starman (2021)

Imagem
  1 971: O Ano em Que a Música Mudou o Mundo ( 1971: The Year That Music Changed Everything - Starman , EUA, 2021). Montagem Sam Blair. Em um movimento que ocorre ao longo da série em 8 partes, do qual esse é o último episódio, parece haver idas e vindas como em uma onda. Aqui se retorna novamente a discutir uma Inglaterra que arrisca voltar aos tempos pré-Beatles, em termos de conservadorismo – e observamos os senhores andando com seus chapéus coco típicos, e um deles sendo ofensivo a um repórter que busca indagar algo nesse sentido dele. E também o retorno a Bowie e John & Yoko.   E quando se utiliza uma canção de Yoko para auxiliar a ilustrar o tema do conservadorismo, parece também se buscar uma valorização que vá contra o apagamento da figura feminina, como ela vivenciou à época, independente da qualidade de sua música. E movimentos de cunho fascista reivindicam uma Inglaterra para os brancos. E escutamos Bob Marley, que também contribuiu com o fantástico repertório do ano,

Filme do Dia: Together (1956), Lorenza Mazzetti & Denis Horne

Imagem
  T ogether (Reino Unido, 1956). Direção: Lorenza Mazzetti & Denis Horne. Rot. Original: Denis Horne. Fotografia: Hamed Hadari. Música: Daniele Paris. Montagem:  John Fletcher. Com: Michael Andrews, Eduardo Paolozzi, Valy, Denis Richardson, Cecilia May. Com equipe técnica um pouco diferenciada da média dos realizadores do Free Cinema – a exceção do montador Fletcher – e uma abordagem também distinta, Mazzetti efetiva uma incursão talvez mais próxima de On the Bowery , em sua quase indistinção entre documentário ou ficção, ainda que seja praticamente encenado do início ao final e conte com atores que eram amigos próximos da realizadora. Acompanhamos o cotidiano errante de uma dupla de surdos-mudos no soturno East End londrino. Discriminados pelas crianças – e também pelos adultos, como a família em que alugam um quarto ou o caminhoneiro que perde a paciência por não escutarem a buzina – eles trabalham como estivadores de cargas no porto. A fuga do cotidiano sombrio se dá através d

Filme do Dia: Colectiv (2019), Alexander Nanau

Imagem
  Colectiv (Romênia/Luxemburgo/Alemanha, 2019). Direção Alexander Nanau. Rot. Original Alexander Nanau & Antoaneta Opris. Fotografia Alexander Nanau. Música Kyan Bayani. Montagem Dana Bunescu, George Cragg & Alexander Nanau. Há um determinado momento, uma médica escuta a interrogação do novo ministro da saúde de o que terá acontecido para que se tenha chegado a situações tão absurdas quanto a de se ter larvas visíveis na nuca de um paciente internado ou que se cubra os rostos de pacientes internados, para simplesmente não se encarar as deformações que lhe foram causadas pelas queimaduras. Essa, responde que talvez tenham perdido a humanidade. E  essa consideração da médica deve não só ser levada em conta como observada em sua recorrência ao redor do mundo, em situações distintas, por mais temores que se tenha de generalizações vazias – uma delas poderia ser a criminosa atuação repressiva da polícia francesa em relação aos manifestantes no contemporâneo O Monopólio da Viol

Filme do Dia: Attica (2021), Traci Curry & Stanley Nelson

Imagem
  A ttica (EUA, 2021). Direção Traci Curry & Stanley Nelson. Rot. Original Stanley Nelson. Fotografia Stefan Beaumont, Ryan Bronz, Kevin J. Burroughs, Ronan Killeen, Antonio Rossi & Bill Winters. Música Tom Phillips. Montagem Jaclyn Lee & Aljernon Tunsil. No cinquentenário do episódio mais sangrento que envolveu um presídio norte-americano,   em setembro de 1971, dois longas documentais foram lançados, esse e Betrayal at Attica . Se o último tende a ficar demasiado colado em uma única voz e em fotos dos corpos massacrados até então indisponíveis ao olhar público, esse traz o tema para um formato mais padronizado de narrativa documental, com vozes de vários dos depoentes que sobreviveram, envolvidos no episódio e uma estrutura de montagem que é referendada pelos dias do conflito (tal como o contemporâneo Get Back ), sendo que apenas ao primeiro dia são dedicados mais de 40 minutos. E tal como no documentário sobre os Beatles, e ainda mais, há uma construção de suspense

Filme do Dia: Joe Cocker e o Grupo da Pesada (1971), Pierre Adidge

Imagem
  J oe Cocker e o Grupo da Pesada ( Mad Dogs & the Englishmen , EUA, 1971). Direção:  Pierre Adidge. Fotografia: Dave Meyers. Montagem: Sidney Levin. Compilado de cerca de 80 horas de filmagem que acompanha Joe Cocker em uma turnê americana costa-a-costa,   na companhia do grupo Mad Dog, cuja figura de destaque é o tecladista Leon Russell, sendo que uma das vocalistas – Rita Coolidge – também faria carreira solo. Cocker, revelação para os EUA a partir do festival de Woodstock, encontra-se no auge da fama – o grupo viaja em uma avião batizado de Cocker Power. Talvez a maior falha do filme seja se deter excessivamente em cenas dos bastidores da turnê onde, embora exista o enfoque em caracterizar a entourage como uma espécie de membros unidos de uma pequena comunidade efêmera, nunca se vê os dois maiores nomes, Cocker e Russell, dialogando. Ao enfatizar os bastidores, o filme raramente apresenta números inteiros e, quando o faz, na seqüência final dá-se também o clímax, com a apres

Filme do Dia: Faces de Novembro (1964), Robert Drew

Imagem
  F aces de Novembro ( Faces of November , EUA, 1964). Direção: Robert Drew. Esse sensível curta-metragem de Drew procura menos ser fiel ao estilo de um tema, sobre o qual se tem acesso privilegiado aos bastidores do evento, como Primárias e Crise: Por Trásde um Compromisso Presidencial que observar, com um toque de poesia a reação aos funerais de Kennedy. A inclusão de certos planos como os de gotas de chuva no asfalto remetem ao precursor desse estilo, Joris Ivens com seu A Chuva , ainda que no caso em questão tal descrição de elementos poéticos do cotidiano se dá em conjunção com um dos momentos mais tensos da história americana, provocando um efeito intrigante. Em sua maior parte, está mais interessado em colher as impressões nos rostos anônimos que acompanham a cerimônia do que se deter sobre o staff presidencial, sendo tal efeito bastante evocativo dos curtas sobre partidas de futebol produzidos pelo Canal 100 no Brasil, no seu interesse tão ou maior (principalmente aqui) em

Filme do Dia: Navalny (2022), Daniel Roher

Imagem
  N avalny (EUA, 2022). Direção Daniel Roher. Fotografia Niki Walti. Música Marius De Vries, Anna Drubich & Matt Robertson.  Montagem Maya Hawke & Langdon Page. Dir. de arte Rafael Loβ & Johannes Weckl. Desinteressante, na linha de Cidadãoquatro , ao colar nos bastidores de uma persona non grata , como o personagem-título, documentário a acompanhar os bastidores da repercussão de suas revelações e movimentações de moradia, tal como no caso de Snowden no outro documentário. Porém, o que este tipo de documentário suscita, e ainda mais que o seu equivalente sobre Snowden, é um incomum desejo ou suposição que se sairia melhor ficcionalizado (o que foi o caso, em relação a Snowden ). Contribuem para tal impressão o formato demasiado conhecido de narrativa e estética documental e uma certeza demasiado pacífica de heróis e vilões, aqui em sentido ideológico cruzado em relação a Snowden – enquanto este consegue asilo na Rússia, aqui Navalny tem que se refugiar fora dela. Seu

Filme do Dia: Derek (2008), Issac Julien & Bernard Rose

Imagem
  D erek (Reino Unido, 2008). Direção: Isaac Julien & Bernard Rose. Rot. Original: Tilda Swinton. Fotografia: Nina Kellgren. Música: Simon Fischer-Turner. Montagem: Adam Finch. Documentário-tributo ao cineasta Derek Jarman (1942-1996), que faz a questão de demonstrar o quanto a vida pública e a obra de Jarman se confundiam, algo mais ressaltado do que nunca quando se apresentam as várias manifestações em prol da causa gay ao qual o cineasta participou, recebendo intimações da polícia ou sendo arrastado e a reprodução anacrônica de tais acontecimento na Inglaterra vitoriana de Eduardo II (1992). Conduzido por uma de suas atrizes recorrentes e amiga pessoal, Tilda Swinton, além – e talvez mais importante – por uma entrevista do realizador no qual ele faz um apanhado sobre sua vida e obra. Pode-se até afirmar que a negação da auto-deferencialidade como um dos traços característicos do realizador não são exatamente cumpridos nesse documentário, mas se não o são, isso se dá menos pe

Filme do Dia: A Defeated People (1946), Humphrey Jennings

Imagem
  A   Defeated People (Reino Unido, 1946). Direção: Humphrey Jennings. Música: Guy Warrack. Mais convencional e menos inspirado que alguns títulos mais célebres de seu realizador ( Listen to Britain , Spare Time , A Diary for Timothy ), esse curta documental apresenta a complexa realidade do território alemão sob o domínio britânico pouco tempo após a maciça ofensiva aliada, cenário algo desolador, com ruínas por todos os lados e uma ração controlada de mil e poucas calorias por dia, assim como o fantasma do Nazismo a exorcizar (sobretudo dos mais velhos e daqueles que viveram em áreas não atingidas pelo conflito), assim como poucos professores e escolas completamente danificadas enquanto obstáculo para a educação das crianças. Em poucos momentos, Jennings parece se aproximar de um tom menos didático, ainda assim sem abdicar da locução over (a cargo de William Hartnell), como quando os destroços são observados enquanto verdadeiro parque de diversões para os pequenos ou ainda quando u

Filme do Dia: O Invasor Marciano (1988), Wolney Oliveira

Imagem
  O   Invasor Marciano ( El Invasor Marciano , Cuba, 1988). Direção e Rot. Original: Wolney Oliveira. Fotografia: Gustavo Velázquez. Montagem Juan Carlos Cremata Malberti. Mesclando ficção e documentário, o filme realiza um comovente tributo aos realizadores de películas amadoras em Cuba nos anos 1950 que, a certo momento, se emocionam revendo a si próprios quando jovens. Esse curta-metragem é marcado por um insistente desejo de traçar uma ancestralidade e continuidade no projeto posterior desenvolvido pela escola de cinema em Santo Antonio de Los Banhos,   não faltando tampouco o olhar paternalista e sentimental dirigido a um cinema que se equipararia a arte “primitivista” na pintura. Assim como uma relação ambígua com o referencial maior hollywoodiano (presente em trechos de clássicos como Cantando na Chuva , Casablanca e King Kong e no tema de As Time Goes By nos créditos finais). EICTV. 24 minutos.  

Filme do Dia: Com o Oceano Inteiro Para Nadar (1997), Karen Harley

Imagem
  C om o Oceano Inteiro Para Nadar (Brasil, 1997). Direção: Karen Harley. Curta que se apoia sobretudo nos “diários gravados” pelo artista plástico Leonilson entre 1990 e 1993, antes de sucumbir ao vírus HIV. Oscilando entre momentos de alegria e melancolia, sua fala percorre desde descrições de situações que ele vivenciara a pouco em suas viagens até observações sobre trabalhos de outros artistas e sua incompetência em fazer marketing de si próprio e seu desgosto com o mercado de arte e “os filhos da puta” que fazem parte dele. Ao contrário do longa que volta a esses mesmos depoimentos tempos depois ( A Paixão de JL , de 2015) parece haver menor aderência ou tentativa de ilustração das palavras de Leonilson com imagens sobre o que ele faz referência. Não existe aqui a grande quantidade de menções televisivas e/ou cinematográficas presentes no longa, até mesmo por provavelmente se contar com recursos bem mais modestos que não dariam conta do uso autorizado dessas imagens. Por outro l

Filme do Dia: A Midsummer Day's Work (1939), Alberto Cavalcanti

Imagem
  A   Midsummer Day's Work (Reino Unido, 1939). Direção: Alberto Cavalcanti. Fotografia: Jonah Jones. Montagem: R.Q McNaughton. Simpático curta de Cavalcanti que acompanha não apenas Oxford, centro de reconhecida universidade, mas sobretudo os trabalhadores que se encontram a serviço das comunicações. A música e o tom ensolarado e límpido que acompanha os planos iniciais logo irão ceder a uma certa apreensão prosaica  da realidade, porém sem invalidar uma certa propensão épica em pleno prosaico. Sua referência jocosa a Shakespeare já no título, em aberto contraste com a inclusão de um aspecto do cotidiano – e ainda por cima operário -  é acompanhada por outras das residências de Francis Drake e de William Blake.13 minutos.

Filme do Dia: Dr. Wise on Influenza (1919)

Imagem
  D r. Wise on Influenza (Reino Unido, 1919). Nesse curta produzido para efeitos didáticos junto à população, em meio a epidemia de “gripe espanhola”, utiliza-se do linguajar médico-científico então disponível, assim como dos recursos de microscopia. Inicia de uma forma pouco atrativa ao público, de provavelmente qualquer época, inclusive a de seu lançamento, apresentando o que seria o Dr. Wise em uma palestra de cunho acadêmico-científico, gesticulando enfaticamente e lendo o que se encontra em um artigo. E o efeito-câmera se faz sentir no momento em que o ator que simula se encontrar gripado, sai mesmo assim para a rua (dois jovens param e ficam a fitar a câmera). Os transeuntes andam pelas ruas de Londres sem máscaras. Brown encontra um amigo chamado Jones e o cumprimenta, espirrando próximo a ele. No trabalho,  continua a espirrar. E quando o quadro de Brown agrava, nem mesmo Dr. Wise utiliza máscara ou luvas quando vai examiná-lo. E são sugeridos tratamentos  de substâncias para

Filme do Dia: Ademã - A Vida e as Notas de Ibrahim Sued (2022), Paulo Henrique Fontenelle & Isabel Sued

Imagem
  A demã – A Vida e as Notas de Ibrahim Sued (Brasil, 2022). Direção Paulo Henrique Fontenelle & Isabel Sued. Rot. Original e Montagem Paulo Henrique Fontenelle. A frase final da realizadora, ao afirmar não se importar com as diversas definições sobre Ibrahim (o maior colunista de todos os tempos, um reacionário, um bon vivant , etc), pois para ela, ele seria sobretudo seu pai,  à guisa de buscar um fecho para o documentário é como um tiro pela culatra, ao nos deixar a par de uma proposta bastante enviesada de perfil,  quase que completamente endereçada à exaltação ou descrição nostálgico-anedótica dos episódios o envolvendo. O que se torna, de certa forma, impositivo quando é a própria Isabel quem comanda todas as entrevistas com personalidades do universo jornalístico (Ricardo Boechat, Elio Gaspari – que iniciaram carreira como assistentes de Ibrahim – Roberto d’Avila, etc.), personalidades do mundo artístico, também associadas ao jet set de sua época (como Omar Shariff) ou

Filme do Dia: O Amor Existe (1960), Maurice Pialat

Imagem
  O   Amor Existe ( L’Amour Existe , França, 1960). Direção e Rot. Original: Maurice Pialat . Fotografia: Gilberte Sarthre. Música: Georges Delerue. Montagem: Kenout Peltier. De imediato, desde suas primeiras imagens, duas coisas chamam a atenção nesse curta de início de carreira do realizador: seu aparente deslumbramento com a possibilidade de expressão subjetiva de seu protagonista, algo que começava a se transformar numa coqueluche mundial e tinha na França um dos realizadores na vanguarda desse quesito então (Alain Resnais), mas que logo se demonstrará ser um logro, e a virtuosidade precisa de seus enquadramentos através de fluidos movimentos de câmera, ainda que não tão diretamente vinculados à memória como em Resnais . De forma que talvez possa parecer aos incautos insconscientemente inorgânico o curta mistura uma verve de memória nostálgica e pessoal, como os que passeia por locais outrora repletos de vida e hoje (no momento em que foram registrados pelo curta) fantasmáticos c