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Mostrando postagens com o rótulo Documentário

Filme do Dia: 1971: O Ano em Que a Música Mudou o Mundo - Starman (2021)

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  1 971: O Ano em Que a Música Mudou o Mundo ( 1971: The Year That Music Changed Everything - Starman , EUA, 2021). Montagem Sam Blair. Em um movimento que ocorre ao longo da série em 8 partes, do qual esse é o último episódio, parece haver idas e vindas como em uma onda. Aqui se retorna novamente a discutir uma Inglaterra que arrisca voltar aos tempos pré-Beatles, em termos de conservadorismo – e observamos os senhores andando com seus chapéus coco típicos, e um deles sendo ofensivo a um repórter que busca indagar algo nesse sentido dele. E também o retorno a Bowie e John & Yoko.   E quando se utiliza uma canção de Yoko para auxiliar a ilustrar o tema do conservadorismo, parece também se buscar uma valorização que vá contra o apagamento da figura feminina, como ela vivenciou à época, independente da qualidade de sua música. E movimentos de cunho fascista reivindicam uma Inglaterra para os brancos. E escutamos Bob Marley, que também contribuiu com o fantástico repertório do ano,

Filme do Dia: Together (1956), Lorenza Mazzetti & Denis Horne

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  T ogether (Reino Unido, 1956). Direção: Lorenza Mazzetti & Denis Horne. Rot. Original: Denis Horne. Fotografia: Hamed Hadari. Música: Daniele Paris. Montagem:  John Fletcher. Com: Michael Andrews, Eduardo Paolozzi, Valy, Denis Richardson, Cecilia May. Com equipe técnica um pouco diferenciada da média dos realizadores do Free Cinema – a exceção do montador Fletcher – e uma abordagem também distinta, Mazzetti efetiva uma incursão talvez mais próxima de On the Bowery , em sua quase indistinção entre documentário ou ficção, ainda que seja praticamente encenado do início ao final e conte com atores que eram amigos próximos da realizadora. Acompanhamos o cotidiano errante de uma dupla de surdos-mudos no soturno East End londrino. Discriminados pelas crianças – e também pelos adultos, como a família em que alugam um quarto ou o caminhoneiro que perde a paciência por não escutarem a buzina – eles trabalham como estivadores de cargas no porto. A fuga do cotidiano sombrio se dá através d

Filme do Dia: Colectiv (2019), Alexander Nanau

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  Colectiv (Romênia/Luxemburgo/Alemanha, 2019). Direção Alexander Nanau. Rot. Original Alexander Nanau & Antoaneta Opris. Fotografia Alexander Nanau. Música Kyan Bayani. Montagem Dana Bunescu, George Cragg & Alexander Nanau. Há um determinado momento, uma médica escuta a interrogação do novo ministro da saúde de o que terá acontecido para que se tenha chegado a situações tão absurdas quanto a de se ter larvas visíveis na nuca de um paciente internado ou que se cubra os rostos de pacientes internados, para simplesmente não se encarar as deformações que lhe foram causadas pelas queimaduras. Essa, responde que talvez tenham perdido a humanidade. E  essa consideração da médica deve não só ser levada em conta como observada em sua recorrência ao redor do mundo, em situações distintas, por mais temores que se tenha de generalizações vazias – uma delas poderia ser a criminosa atuação repressiva da polícia francesa em relação aos manifestantes no contemporâneo O Monopólio da Viol

Filme do Dia: Attica (2021), Traci Curry & Stanley Nelson

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  A ttica (EUA, 2021). Direção Traci Curry & Stanley Nelson. Rot. Original Stanley Nelson. Fotografia Stefan Beaumont, Ryan Bronz, Kevin J. Burroughs, Ronan Killeen, Antonio Rossi & Bill Winters. Música Tom Phillips. Montagem Jaclyn Lee & Aljernon Tunsil. No cinquentenário do episódio mais sangrento que envolveu um presídio norte-americano,   em setembro de 1971, dois longas documentais foram lançados, esse e Betrayal at Attica . Se o último tende a ficar demasiado colado em uma única voz e em fotos dos corpos massacrados até então indisponíveis ao olhar público, esse traz o tema para um formato mais padronizado de narrativa documental, com vozes de vários dos depoentes que sobreviveram, envolvidos no episódio e uma estrutura de montagem que é referendada pelos dias do conflito (tal como o contemporâneo Get Back ), sendo que apenas ao primeiro dia são dedicados mais de 40 minutos. E tal como no documentário sobre os Beatles, e ainda mais, há uma construção de suspense

Filme do Dia: Joe Cocker e o Grupo da Pesada (1971), Pierre Adidge

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  J oe Cocker e o Grupo da Pesada ( Mad Dogs & the Englishmen , EUA, 1971). Direção:  Pierre Adidge. Fotografia: Dave Meyers. Montagem: Sidney Levin. Compilado de cerca de 80 horas de filmagem que acompanha Joe Cocker em uma turnê americana costa-a-costa,   na companhia do grupo Mad Dog, cuja figura de destaque é o tecladista Leon Russell, sendo que uma das vocalistas – Rita Coolidge – também faria carreira solo. Cocker, revelação para os EUA a partir do festival de Woodstock, encontra-se no auge da fama – o grupo viaja em uma avião batizado de Cocker Power. Talvez a maior falha do filme seja se deter excessivamente em cenas dos bastidores da turnê onde, embora exista o enfoque em caracterizar a entourage como uma espécie de membros unidos de uma pequena comunidade efêmera, nunca se vê os dois maiores nomes, Cocker e Russell, dialogando. Ao enfatizar os bastidores, o filme raramente apresenta números inteiros e, quando o faz, na seqüência final dá-se também o clímax, com a apres

Filme do Dia: Faces de Novembro (1964), Robert Drew

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  F aces de Novembro ( Faces of November , EUA, 1964). Direção: Robert Drew. Esse sensível curta-metragem de Drew procura menos ser fiel ao estilo de um tema, sobre o qual se tem acesso privilegiado aos bastidores do evento, como Primárias e Crise: Por Trásde um Compromisso Presidencial que observar, com um toque de poesia a reação aos funerais de Kennedy. A inclusão de certos planos como os de gotas de chuva no asfalto remetem ao precursor desse estilo, Joris Ivens com seu A Chuva , ainda que no caso em questão tal descrição de elementos poéticos do cotidiano se dá em conjunção com um dos momentos mais tensos da história americana, provocando um efeito intrigante. Em sua maior parte, está mais interessado em colher as impressões nos rostos anônimos que acompanham a cerimônia do que se deter sobre o staff presidencial, sendo tal efeito bastante evocativo dos curtas sobre partidas de futebol produzidos pelo Canal 100 no Brasil, no seu interesse tão ou maior (principalmente aqui) em

Filme do Dia: Navalny (2022), Daniel Roher

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  N avalny (EUA, 2022). Direção Daniel Roher. Fotografia Niki Walti. Música Marius De Vries, Anna Drubich & Matt Robertson.  Montagem Maya Hawke & Langdon Page. Dir. de arte Rafael Loβ & Johannes Weckl. Desinteressante, na linha de Cidadãoquatro , ao colar nos bastidores de uma persona non grata , como o personagem-título, documentário a acompanhar os bastidores da repercussão de suas revelações e movimentações de moradia, tal como no caso de Snowden no outro documentário. Porém, o que este tipo de documentário suscita, e ainda mais que o seu equivalente sobre Snowden, é um incomum desejo ou suposição que se sairia melhor ficcionalizado (o que foi o caso, em relação a Snowden ). Contribuem para tal impressão o formato demasiado conhecido de narrativa e estética documental e uma certeza demasiado pacífica de heróis e vilões, aqui em sentido ideológico cruzado em relação a Snowden – enquanto este consegue asilo na Rússia, aqui Navalny tem que se refugiar fora dela. Seu

Filme do Dia: Derek (2008), Issac Julien & Bernard Rose

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  D erek (Reino Unido, 2008). Direção: Isaac Julien & Bernard Rose. Rot. Original: Tilda Swinton. Fotografia: Nina Kellgren. Música: Simon Fischer-Turner. Montagem: Adam Finch. Documentário-tributo ao cineasta Derek Jarman (1942-1996), que faz a questão de demonstrar o quanto a vida pública e a obra de Jarman se confundiam, algo mais ressaltado do que nunca quando se apresentam as várias manifestações em prol da causa gay ao qual o cineasta participou, recebendo intimações da polícia ou sendo arrastado e a reprodução anacrônica de tais acontecimento na Inglaterra vitoriana de Eduardo II (1992). Conduzido por uma de suas atrizes recorrentes e amiga pessoal, Tilda Swinton, além – e talvez mais importante – por uma entrevista do realizador no qual ele faz um apanhado sobre sua vida e obra. Pode-se até afirmar que a negação da auto-deferencialidade como um dos traços característicos do realizador não são exatamente cumpridos nesse documentário, mas se não o são, isso se dá menos pe

Filme do Dia: A Defeated People (1946), Humphrey Jennings

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  A   Defeated People (Reino Unido, 1946). Direção: Humphrey Jennings. Música: Guy Warrack. Mais convencional e menos inspirado que alguns títulos mais célebres de seu realizador ( Listen to Britain , Spare Time , A Diary for Timothy ), esse curta documental apresenta a complexa realidade do território alemão sob o domínio britânico pouco tempo após a maciça ofensiva aliada, cenário algo desolador, com ruínas por todos os lados e uma ração controlada de mil e poucas calorias por dia, assim como o fantasma do Nazismo a exorcizar (sobretudo dos mais velhos e daqueles que viveram em áreas não atingidas pelo conflito), assim como poucos professores e escolas completamente danificadas enquanto obstáculo para a educação das crianças. Em poucos momentos, Jennings parece se aproximar de um tom menos didático, ainda assim sem abdicar da locução over (a cargo de William Hartnell), como quando os destroços são observados enquanto verdadeiro parque de diversões para os pequenos ou ainda quando u

Filme do Dia: O Invasor Marciano (1988), Wolney Oliveira

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  O   Invasor Marciano ( El Invasor Marciano , Cuba, 1988). Direção e Rot. Original: Wolney Oliveira. Fotografia: Gustavo Velázquez. Montagem Juan Carlos Cremata Malberti. Mesclando ficção e documentário, o filme realiza um comovente tributo aos realizadores de películas amadoras em Cuba nos anos 1950 que, a certo momento, se emocionam revendo a si próprios quando jovens. Esse curta-metragem é marcado por um insistente desejo de traçar uma ancestralidade e continuidade no projeto posterior desenvolvido pela escola de cinema em Santo Antonio de Los Banhos,   não faltando tampouco o olhar paternalista e sentimental dirigido a um cinema que se equipararia a arte “primitivista” na pintura. Assim como uma relação ambígua com o referencial maior hollywoodiano (presente em trechos de clássicos como Cantando na Chuva , Casablanca e King Kong e no tema de As Time Goes By nos créditos finais). EICTV. 24 minutos.  

Filme do Dia: Com o Oceano Inteiro Para Nadar (1997), Karen Harley

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  C om o Oceano Inteiro Para Nadar (Brasil, 1997). Direção: Karen Harley. Curta que se apoia sobretudo nos “diários gravados” pelo artista plástico Leonilson entre 1990 e 1993, antes de sucumbir ao vírus HIV. Oscilando entre momentos de alegria e melancolia, sua fala percorre desde descrições de situações que ele vivenciara a pouco em suas viagens até observações sobre trabalhos de outros artistas e sua incompetência em fazer marketing de si próprio e seu desgosto com o mercado de arte e “os filhos da puta” que fazem parte dele. Ao contrário do longa que volta a esses mesmos depoimentos tempos depois ( A Paixão de JL , de 2015) parece haver menor aderência ou tentativa de ilustração das palavras de Leonilson com imagens sobre o que ele faz referência. Não existe aqui a grande quantidade de menções televisivas e/ou cinematográficas presentes no longa, até mesmo por provavelmente se contar com recursos bem mais modestos que não dariam conta do uso autorizado dessas imagens. Por outro l

Filme do Dia: A Midsummer Day's Work (1939), Alberto Cavalcanti

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  A   Midsummer Day's Work (Reino Unido, 1939). Direção: Alberto Cavalcanti. Fotografia: Jonah Jones. Montagem: R.Q McNaughton. Simpático curta de Cavalcanti que acompanha não apenas Oxford, centro de reconhecida universidade, mas sobretudo os trabalhadores que se encontram a serviço das comunicações. A música e o tom ensolarado e límpido que acompanha os planos iniciais logo irão ceder a uma certa apreensão prosaica  da realidade, porém sem invalidar uma certa propensão épica em pleno prosaico. Sua referência jocosa a Shakespeare já no título, em aberto contraste com a inclusão de um aspecto do cotidiano – e ainda por cima operário -  é acompanhada por outras das residências de Francis Drake e de William Blake.13 minutos.

Filme do Dia: Dr. Wise on Influenza (1919)

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  D r. Wise on Influenza (Reino Unido, 1919). Nesse curta produzido para efeitos didáticos junto à população, em meio a epidemia de “gripe espanhola”, utiliza-se do linguajar médico-científico então disponível, assim como dos recursos de microscopia. Inicia de uma forma pouco atrativa ao público, de provavelmente qualquer época, inclusive a de seu lançamento, apresentando o que seria o Dr. Wise em uma palestra de cunho acadêmico-científico, gesticulando enfaticamente e lendo o que se encontra em um artigo. E o efeito-câmera se faz sentir no momento em que o ator que simula se encontrar gripado, sai mesmo assim para a rua (dois jovens param e ficam a fitar a câmera). Os transeuntes andam pelas ruas de Londres sem máscaras. Brown encontra um amigo chamado Jones e o cumprimenta, espirrando próximo a ele. No trabalho,  continua a espirrar. E quando o quadro de Brown agrava, nem mesmo Dr. Wise utiliza máscara ou luvas quando vai examiná-lo. E são sugeridos tratamentos  de substâncias para

Filme do Dia: Ademã - A Vida e as Notas de Ibrahim Sued (2022), Paulo Henrique Fontenelle & Isabel Sued

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  A demã – A Vida e as Notas de Ibrahim Sued (Brasil, 2022). Direção Paulo Henrique Fontenelle & Isabel Sued. Rot. Original e Montagem Paulo Henrique Fontenelle. A frase final da realizadora, ao afirmar não se importar com as diversas definições sobre Ibrahim (o maior colunista de todos os tempos, um reacionário, um bon vivant , etc), pois para ela, ele seria sobretudo seu pai,  à guisa de buscar um fecho para o documentário é como um tiro pela culatra, ao nos deixar a par de uma proposta bastante enviesada de perfil,  quase que completamente endereçada à exaltação ou descrição nostálgico-anedótica dos episódios o envolvendo. O que se torna, de certa forma, impositivo quando é a própria Isabel quem comanda todas as entrevistas com personalidades do universo jornalístico (Ricardo Boechat, Elio Gaspari – que iniciaram carreira como assistentes de Ibrahim – Roberto d’Avila, etc.), personalidades do mundo artístico, também associadas ao jet set de sua época (como Omar Shariff) ou

Filme do Dia: O Amor Existe (1960), Maurice Pialat

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  O   Amor Existe ( L’Amour Existe , França, 1960). Direção e Rot. Original: Maurice Pialat . Fotografia: Gilberte Sarthre. Música: Georges Delerue. Montagem: Kenout Peltier. De imediato, desde suas primeiras imagens, duas coisas chamam a atenção nesse curta de início de carreira do realizador: seu aparente deslumbramento com a possibilidade de expressão subjetiva de seu protagonista, algo que começava a se transformar numa coqueluche mundial e tinha na França um dos realizadores na vanguarda desse quesito então (Alain Resnais), mas que logo se demonstrará ser um logro, e a virtuosidade precisa de seus enquadramentos através de fluidos movimentos de câmera, ainda que não tão diretamente vinculados à memória como em Resnais . De forma que talvez possa parecer aos incautos insconscientemente inorgânico o curta mistura uma verve de memória nostálgica e pessoal, como os que passeia por locais outrora repletos de vida e hoje (no momento em que foram registrados pelo curta) fantasmáticos c

Filme do Dia: Gimme Danger (2016), Jim Jarmusch

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  G imme Danger (EUA, 2016). Direção e Rot. Original: Jim Jarmusch. Montagem: Affonso Gonçalves & Adam Kurnitz. Documentário que traça a “genealogia” na mítica banda The Stooges , considerada como a maior influência das bandas punks que vieram após, sobretudo de sua figura icônica, Iggy Pop. A partir de material de arquivos farto e uma ainda mais generosa metragem de entrevistas – sobretudo com Pop – em que se abusa de material colhido em uma mesma sessão de entrevistas – Jarmusch realiza um documentário em padrão bem convencional. Por sorte, Iggy Pop é uma figura articulada e que exala certo carisma. Por azar, essa narrativa em retrospecto sempre tende a amortizar o passado, sobretudo os percalços. Teria sido interessante se observar os bastidores de uma turnê dos Stooges em um formato documental antípoda do padrão aqui em questão, o do Cinema Direto, capturando todas as tensões de se estar vivo, independente do bom ou mau momento de fama. Observa-se a conquista gradual do garo

Filme do Dia: Manhatta (1921), Charles Sheeler & Paul Strand

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  M anhatta (EUA, 1921). Direção e Fotografia: Charles Sheeler & Paul Strand. Antecipando as “sinfonias urbanas” de alguns anos após, o filme faz uma elegia a Nova York e ao progresso. Nenhum elemento é mais presente em suas imagens do que a fumaça, provocada seja pelos motores a vapor de balsas, locomotiva, chaminés de transatlânticos  ou ainda dos sumidoros do alto dos telhados dos arranha-céus. Esse encantamento com o progresso será visto com uma perspectiva invertida, não menos manipuladora, mas certamente menos poética, décadas após, em Koyaanisqatsi , de Reggio. É tido como o primeiro filme conscientemente vanguardista do cinema norte-americano.  11 minutos.

Filme do Dia: Cidade Vazia (2015), Cristiano Burlan

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  C idade Vazia (Brasil, 2015). Direção: Cristiano Burlan. Imagens de São Paulo em p&b, seja em fotos fixas ou imagens em movimento. Ressalta-se trechos de sua área central e alguns ícones como a catedral e, sobretudo, a Estação da Luz. Ao final uma queima de fogos na banda sonora aparentemente se confunde com ruídos de armas disparando e a alegria dos que celebram o ano-novo se confunde com os gritos de terror. Bela Filmes. 7 minutos e 30 segundos.

Filme do Dia: 28 Up (1984), Michael Apted

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    2 8 Up (Reino Unido, 1984). Direção: Michael Apted. Fotografia: George Jesse Turner. Montagem: Kim Horton & Oral Norrie Ottey. Talvez mais do que qualquer outro de seus três  predecessores até então, nesse documentário da longeva série Up (1964-2019, até o momento) aborda os mesmos atores naturais a cada intervalo de sete anos, perceba-se  um sentido nos homens e mulheres, agora com 28 anos de idade, enquanto continuidade aparente com suas singelas imagens aos 7 anos. De Tony Walker se adivinha uma certa força de caráter ou perseverança que o faz se sentir em vantagem, em relação aos seus colegas mais instruídos, mesmo que essa seja demonstrada sobretudo nos filmes posteriores ao primeiro ( Seven Up! ). De Bruce, as inquietações com relação à religião, associadas a um aparente travamento em relação à (homo)sexualidade. De John um conservadorismo quase pernóstico que no anterior já afirmara que não se incomoda que as pessoas possuam desvantagens em relação às outras, incomoda

Filme do Dia: Fala Brasília (1966), Nélson Pereira dos Santos

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  F ala Brasília (Brasil, 1966). Direção Nélson Pereira dos Santos . Montagem Nélson Pereira dos Santos & Alberto Salvá. O que se poderia esperar, a partir da cartela inicial, que fosse um exercício grandemente formal e acadêmico-douto sobre os sotaques de diferentes regiões do Brasil cede lugar a fala informal de diversas pessoas, provenientes de todos os quadrantes do país, sobre o que acham da cidade, seus trabalhos, suas expectativas. Embora existam belas composições visuais, como a do primeiro falante, do Pará (os entrevistados são identificados unicamente pelo seu local de origem) com um manauara vindo por trás, no geral são bastante simples e voltam a se tornar interessantes, quando o filme demonstra os próprios passos nos quais chegou a seleção dos entrevistados observados, através de suas  falas. Somente ao final se rende propriamente a questão da pesquisa e dos sotaques, ainda que superficialmente, fazendo com que cada um dos cinco que se encontram com a produção ness