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Mostrando postagens com o rótulo Cinema Experimental

Filme do Dia: An American March (1941), Oskar Fischinger

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  A n American March (EUA, 1941). Direção Oskar Fischinger. As formas abstratas de Fischinger aqui se rendem ao patriotismo ufanista dos tempos de guerra, não apenas em termos de motivos visuais, como a presença da bandeira americana, seja de forma unificada ou fragmentada, mas também na escolha da banda sonora do tema Stars and Stripes Forever , de 1896, da autoria de John Philip Sousa. |3 minutos.

Filme do Dia: Guerra$ (2005), Luiz Rosemberg Filho

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  G uerra$ (Brasil, 2005). Direção: Luiz Rosemberg Filho. Rot. Original: Luiz Rosemberg Filho & Sindoval Aguiar. Fotografia: Renaud Leenhardt. Montagem: Sidney Olivetti. Com: Olívia Zisman Bolliger As obsessões desse momento final da carreira do realizador se encontram muito presentes nesse curta (a guerra, o poder, a dificuldade da humanidade de lidar com o gozo) e também se refletem em uma postura estética também com muitas similaridades. Aqui não se faz uso da colagens tão frequentes em sua produção (em Auschwitz e Desobediência , por exemplo), mas se encontra presente uma ruptura ao longo da duração do vídeo, que aqui substitui as imagens de guerras (e da guerra particular brasileira, com tanques do exército nas favelas) americanas no Iraque e Afeganistão, fazendo uso de imagens de arquivo, e ao som da célebre Tocata e Fuga em Ré Menor BWV 565 de Bach a fala de alguém que apresenta um texto. Novamente uma mulher, novamente um texto de colarações nietzscheanas, ainda que sem

Filme do Dia: Sodom (1989), Luther Price

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  S o dom (EUA, 1989). Direção, Rot. Original e Montagem: Luther Price. Curta  em que uma banda sonora com o que aparenta ser um canto gregoriano acompanha cenas em que, quando discerníveis, parecem tomar partido da necessária repetição e ritmo que conformam atos sexuais para construir uma imagética que mescla elementos e “convenções” do cinema experimental com o que seria talvez uma alusão ao seu título bíblico, o que envolve não apenas sua trilha já referida mas também imagens de fogueiras e multidões. A repetição e ritmo do ato sexual, ainda quando solitário ou produto de uma contorção que gera auto-felação são grandemente construídas na própria apresentação das imagens, que prima pela repetição de planos inúmeras vezes, como o de um coito anal seguido pelo plano aproximado do rosto de quem pretensamente está sendo penetrado. Com o avançar de sua metragem – existem fontes que acusam ele possuir 5 minutos a mais em sua versão integral – tanto o ritmo das imagens e das verdadeiras “

Filme do Dia: Manhatta (1921), Charles Sheeler & Paul Strand

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  M anhatta (EUA, 1921). Direção e Fotografia: Charles Sheeler & Paul Strand. Antecipando as “sinfonias urbanas” de alguns anos após, o filme faz uma elegia a Nova York e ao progresso. Nenhum elemento é mais presente em suas imagens do que a fumaça, provocada seja pelos motores a vapor de balsas, locomotiva, chaminés de transatlânticos  ou ainda dos sumidoros do alto dos telhados dos arranha-céus. Esse encantamento com o progresso será visto com uma perspectiva invertida, não menos manipuladora, mas certamente menos poética, décadas após, em Koyaanisqatsi , de Reggio. É tido como o primeiro filme conscientemente vanguardista do cinema norte-americano.  11 minutos.

Filme do Dia: L'idée (1932), Berthold Bartosch

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  L ’idée (França, 1932). Direção: Berthold Bartosch. Rot. Adaptado: a partir do romance de Frans Masereel. Um dos clássicos da animação de vanguarda, menos conhecido que Uma Noite Sobre o Monte Calvo (1933), de Alexander Alexeiff, mas sem dúvida mais radical em suas pretensões do que aquele, sendo o curta de Alexeiff mais poético e inovador em termos de técnica. O produto da imaginação de um homem, uma mulher nua de pequenas proporções, acaba ganhando o mundo e despertando desprezo, admiração ou cobiça nas mais diversas instâncias da sociedade como a justiça, a academia e o mundo artístico. Para acentuar sua dimensão surreal existe a trilha musical, a primeira de música eletrônica jamais composta para um filme. Embora o filme tenha sido sonorizado, não existem diálogos e a única dimensão para além da imagem e do som é a das cartelas na abertura do mesmo. 25 minutos.

Filme do Dia: Deus Ex (1971), Stan Brakhage

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  Deus Ex (EUA, 1971). Direção: Stan Brakhage. A imagem de um algodão que se torna umedecido de sangue que é seguido por uma rosa vermelha a balançar é uma das soluções visuais para esse curta que integra uma trilogia. Aqui, Brakhage abre mão de suas mais conhecidas abstrações construídas a partir de danificações efetuadas na própria película e fez uso de um arsenal de estratégias visuais mais próximas do cinema narrativo como fades , imagem acelerada, zoom, assim como outras que já haviam se tornado comuns do repertório do cinema de vanguarda  da terceira década do século, assim como do cinema moderno contemporâneo, como é o caso da repetição de um mesmo plano. A iluminação (ou a quase ausência dessa) assim como os movimentos de câmera são fundamentais para esse filme que se detém sobre uma cirurgia sendo efetuada por uma equipe, assim como procedimentos e ações efetuadas no ambiente hospital – uma delas observada a partir das sombras deixadas nos ladrilhos do chão. 35 minutos.

Filme do Dia: Le Tombeau de Kafka (2022), Jean-Claude Rosseau

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  L e Tombeau de Kafka (França, 2022). Direção , Rot. Original , Fotografia e Montagem Jean-Claude Rousseau. Com Jean-Claude Rousseau. Série de planos breves de Rousseau em um apartamento em Praga, intercalados por planos em negro, surgindo e desaparecendo através de cortes secos. Do apartamento (quarto de hotel ou pousada) se observa apenas uma janela – da qual se avista telhados próximos - e mobiliário simples. Eventualmente um tema musical ao piano emerge. Em muitos dos planos nos quais se divisa o pequeno ambiente no qual uma mesa, cadeira, poltrona, aquecedor e um quadro na parede o compõe, Rousseau é visto se deslocando para próximo da câmera e subindo uns degraus antes que o corte seja acionado. Noutros, mais prolongados, visto lendo e folheando um livro. Ao final, dois cervos são observados em meio a uma floresta ou parque, do qual havíamos observado com recorrência um mesmo plano ao longo do curta. E aí observamos no copo de Rousseau a pintura de um cervo e dentro dele a

Filme do Dia: Dimensões do Diálogo (1983), Jan Svankmajer

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  D imensões do Diálogo ( Moznosti Dialogu , Tchecoslováquia, 1983). Direção e Rot. Original: Jan Svankmajer. Fotografia: Vladímir Malik. Música: Jan Klusák. Montagem: Helena Lebudosková. Três sketches nessa animação que faz uso sobretudo das técnicas de stop motion e massinha acabam traçando relações satíricas sobre o que seria o diálogo. No primeiro seres que se entredevoram acabam gerando um processo de evolução em sua antropofagia. No segundo, e talvez mais interessante de todos, observa-se a relação de amor e de conflito entre um homem e uma mulher. No terceiro uma parceria de apoio nas ações entre duas cabeças gera as variações mais estapafúrdias. Uma das obras-primas do realizador. Krátký Film Praha. 12  minutos.

Filme do Dia: Jeux des Reflets et de la Vitesse (1925), Henri Chomette

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    J e ux des Reflets et de la Vitesse (França, 1925). Direção e Rot. Original Henri Chomette. Inicialmente observa-se superfícies de vidro rodopiando em efeito caleidoscópico e quase próximo da abstração. Depois tem-se um trem se aproximando de Paris, em velocidade supersônica (provocada pelo efeito de montagem acelerada). A partir de um determinado momento, passa-se para as águas e um barco em velocidade similar, que se aproxima da Cidade-Luz, beira a Catedral de Notre-Dame e passa por baixo de várias de suas pontes. Quando ocorre de passar por uma que passa um trem, voltamos a perspectiva férrea. Mais próximo do final há um efeito de sobreposição de imagens (algumas vezes duplicada) e também de ângulos exóticos ou invertidos. Brincadeira que se iniciará com o trem sobre os trilhos e logo passará a motivos como a Torre Eiffel, que vemos virar de ponta cabeça. As imagens de veículos ferroviários observados de baixo de ângulos incomuns, assim como os próprios efeitos de sobreposiç

Filme do Dia: Fireworks (1947), Kenneth Anger

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  F ireworks (EUA, 1947). Direção, Rot. Original e Montagem: Kenneth Anger. Com: Kenneth Anger, Gordon Gray, Bill Seltzer. Considerado como seu filme de estréia, mesmo que   aparentemente outros tenham sido dirigidos antes e se perdido, Anger já apresenta nesse filme muito do que caracterizará o seu trabalho ao longo das décadas seguintes: um senso de iconclastia visual; uma abordagem precoce do homoerotismo (aqui se trata de um universo onírico onde prazer e dor se confundem); assim como a presença da música, mais do que diálogo, como o mais importante elemento sonoro. Se as sobreimpressões e efeitos ópticos aqui ainda não se encontram presentes e o caráter amador das filmagens são mais acentuados que em seus filmes posteriores, isso se deve igualmente ao fato desse   ter sido realizado num final de semana e com pouquíssimo dinheiro. O fato de buscar representar o universo onírico do próprio Anger dormindo suscita comparações com as obras anteriores de Cocteau e Buñuel , porém um d

Filme do Dia: A Dança dos Paroxismos (1929), Jorge Brum do Canto

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  A   Dança dos Paroxismos (Portugal, 1929). Direção, Rot. Original e Montagem: Jorge Brum do Canto. Fotografia: Manuel Luís Vieira. Com: Machado Correia, Jorge Brum do Canto, Maria de Castro, Maria Emília Vilas, Maria Manuela Varela. Cavalgando há dois dias rumo ao Reino Encantado no qual desposará uma princesa, Galeswithe (Varela) o cavaleiro (Brum do Canto) é acudido por um grupo de camponesas. Ele segue sua jornada, tendo sido alertado para ter cuidado quando atravessasse Elfland, a terra dos elfos. Lá proseia com Banschi (Castro) e é convidado a dançar pelas sílfides, convite que declina. O convite embute várias promessas, para que permaneça no seu reino. Esse não cede a seus encantos e parte, logo a seguir vendo uma imagem de ninguém menos que Galeswithe, que se afirma já ter morrido. Bem mais comedido em suas experimentações formais que a maior parte dos filmes da vanguarda francesa que lhe inspirou – o filme é dedicado a Marcel L’Herbier, embora talvez seja mais próximo, es

Filme do Dia: Comingled Containers (1996), Stan Brakhage

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  C omingled Containers (EUA, 1996). Direção: Stan Brakhage. Se em filmes como Dog Star Man I , evocações abstratas passam a intervir em imagens predominante realistas e mesmo figurativas da tentativa de um homem escalar uma montanha, aqui imagens predominantemente realistas da natureza, motivos envolvendo sobretudo água e os raios solares, acabam ocasionalmente sendo interrompidas pelos habituais efeitos abstracionistas utilizados com experimentação sobre a película, num movimento que parece menos se contrapor do que apresentar uma contiguidade/continuidade entre os dois planos de imagens. 5 minutos.

Filme do Dia: Eclipse (1984), Antônio Moreno

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  E clipse (Brasil, 1984). Direção: Antônio Moreno. Talvez a mais expressiva obra dos 15 curtas dirigidos pelo acadêmico Moreno, autor de livro sobre personagens homossexuais no cinema brasileiro. Fazendo uso de uma tradição experimentalista que remete irremediavelmente a Stan Brakhage, Moreno se afasta igualmente dessa em ao menos duas características e meia. A meia é o uso, aqui bastante saliente, de imagens filmadas de modo convencional, progressivamente ausentes na obra do norte-americano. E as duas outras são a sonorização – os filmes de Brakhage são habitualmente mudos – e, relacionado diretamente a essa, um discurso político-libertário que remete ao apagão vivido na democracia do país desde a ditadura de 64, a partir de um viés glauberiano. Visionário, portanto crítico do autoritarismo, mas também do populismo de esquerda, sempre claudicante em enfrentar o primeiro. Há referências à política internacional, que vão do endeusamento do mito Guevara à crítica ao castrismo, como ou

Filme do Dia: An American Time Capsule (1969), Charles Braverman

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  A n American Time Capsule (EUA, 1969). Direção: Charles Braverman. Braverman, que utilizou o recurso da kinestasia sobretudo para documentar, através da forma da colagem de efeito algo pop – não é à toa, nesse sentido, que ele próprio tenha sido um dos responsáveis pela disseminação da técnica em produtos midiáticos de maior apelo comercial, onde foram devidamente neutralizados de seus aspectos mais “inconvenientes”, como é o caso da abertura de No Mundo de 2020 (1973) – aqui desloca o que havia estruturado em termos de algo como uma retrospectiva do ano de 1968 ou a própria década de 60 (em Kinestasis 60 ) para a própria história norte-americana como um todo. Portanto, boa parte das fotos fixas apresentadas são menos reproduções de fotografias que de gravuras históricas quando a fotografia sequer existia ou era popular o suficiente para documentar eventos históricos. O uso que Braverman faz do recurso, do qual foi um dos mestres a dominar, é bastante convencional, senão em termos

Filme do Dia: Rio de Janeiro - Brasil (1975), Luiz Alphonsus

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R io de Janeiro – Brasil (Brasil, 1975). De Luiz Alphonsus. Um passeio pelo Rio, através das andanças de uma garota hippie e seu amigo negro e marginal, nesse poético filme que apresenta desde um jogo do Flamengo no Maracanã até cenas de Carnaval e de uso de maconha, passsando por uma seqüência em que várias pessoas se emocionam ao aproximarem-se   de uma imagem da Virgem Maria, em tamanho natural, de quem acompanharámos o traslado. Registrando algumas cenas de torcedores em arquibancadas com uma intimidade inédita, apresenta igualmente a imagem dos jogadores constantemente interrompida pela presença de uma grande bandeira do clube. Destaque igualmente para as cenas que vão do involuntariamente cômico (a imagem da virgem deitada em um banco de um carro) ao libertário (a imagem da garota atravessando destemida e sensual as ruas da cidade ao som de Janis Joplin). Apresenta, em certo momento, uma relação entre religiosidade e sexualidade, brincando com os estereótipos tradicionais da mu

Filme do Dia: A Walk (1990), Jonas Mekas

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  A   Walk (EUA, 1990). Direção: Jonas Mekas. Uma caminhada de Mekas pelo Soho no dia 15 de dezembro de 1990. Filmado em vídeo pelo próprio Mekas em um tour-de-force que, aparentemente dispensa os cortes (algo que fica ainda mais ressaltado após ele ligar o contador de tempo da câmera), observa-se seus comentários entre o que ele observa na caminhada, a diversos momentos fazendo referência igualmente visual a chuva fina que cai e suas memórias de quando chegou a cidade. O foco e o enquadramento eventualmente se tornam erráticos. Mekas procura se esquivar, o quanto pode, de registrar os transeuntes de forma mais delimitada – uma estratégia talvez de preserva-los em seu cotidiano anônimo ou mesmo temendo algum eventual processo? Com quase vinte minutos de filme em andamento finalmente surge o rosto do próprio Mekas. Noutro momento, mais adiante, observamos seus dedos tentando limpar a lente da câmera.  Por não poucas vezes Mekas lê textos aparentemente seus e seu discurso lírico se ch

Filme do Dia: La Femme Image (1959), Guy Borremans

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  L a Femme Image (França, 1959). Direção: Guy Borremans. Música: Ornette Coleman. Com: Roger Blay. O longo improviso jazzístico corresponde menos a uma tentativa de equivalência nas imagens do que a sonoridade traz, tal como nas vanguardas da década de 20 (aqui lembradas pelo toque surreal do jogo de xadrez a la Entr’acte ) que da deambulação errante de seu jovem protagonista, um tanto desvairado em sua sede de encontrar uma mulher (real? Irreal? Alucinação ou demasiado sólida ao ponto de lhe lançar um olhar de interrogação reprovativa quando a toca em uma rua?). A determinado momento, quando esbarra em outro transeunte, a câmera talvez desperte mais atenção do que o próprio, provocandoo retorcesso de algumas pessoas que vinham atrás. E é sintomático que isso se dê à época em que Acossado se preocupasse ainda menos com o flagrante de quem se vê sendo filmado (como na cena em questão) ou observa uma dupla de atores em plena ação (a célebre cena do Champs-Elisées do filme-marco de Go

Filme do Dia: Mass for the Dakota Sioux (1964), Bruce Baillie

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M ass for the Dakota Sioux (EUA, 1964). Direção: Bruce Baillie. Esse fime de Baillie, talvez ainda mais fortemente do que no caso de um realizador como Pelechian, resiste a qualquer interpretação mais fechada. O amplo uso de fusões, a ausência de diálogos ou narrativa e elementos aparentemente díspares, sendo boa parte filmada – mesmo encenada – pelo próprio Baillie e outras sendo imagens de arquivo. Tudo, enfim, dificulata uma leitura compreensível de seu filme. Há um homem que cai e aparentemente morre na calçada, sendo observado por curiosos. Um homem cruza vários locais com sua motocicleta. Imagens da TV apresentam de comerciais de TV a cenas de filmes e de guerra. Talvez seja, juntamente com Castro Street (1966), o filme de Baillie mais conhecido. Aparentemente, existe uma versão 5 minutos mais longa. 19 minutos.    

Filme do Dia: Everyday (1929), Hans Richter

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  E veryday (Reino Unido/Suiça, 1929). Direção: Hans Richter. Rot. Original: Hans Richter & Hans Arp. Já da primeira imagem de seus créditos iniciais, em que se tem o título recortado contra um catálogo de indicações aparentemente do preço de ações ao fundo, encontra-se posto referências ao tema e (alguns dos) recursos estilísticos utilizados para compo-lo visualmente. O titulo parece ser resultado de um processo de colagem de letras, evocando a própria colagem visual e sonora que é o filme, já o catálogo o primeiro indicativo do processo de massificação que o filme parece reiterar ao longo de sua metragem, e uma crítica direcionada ao coração do sistema capitalista, o mundo das finanças. É impossível não observar que é a visão crítica que guia o filme, sem concessões, ao contrário das mais ambíguas sinfonias contemporâneas como Berlim, Sinfonia de uma Metrópole (1927), de Ruttman e O Homem com a Câmera (1929), de Vertov. Parece quase impensável que Richter não tenha visto o f

Filme do Dia: Uma Noite Sobre o Monte Calvo (1933), Alexander Alexeieff & Claire Parker

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  U ma Noite Sobre o Monte Calvo ( Une Nuit sur le Mont Chauve , França, 1933). Direção: Alexander Alexeieff & Claire Parker. Clássico da animação, evoca as sensações de uma criança em um ambiente inóspito, no caso o sombrio Monte Calvo, onde cavalos, sombras e bruxos parecem se confundir. Longe de pretensões realistas, o filme funde e transforma seres, demonstrando a capacidade de invenção da animação e sua recusa ao cânone de servir como mera antropormofização de animais que já estava se instituindo no momento com as produções Disney. Até mesmo a percepção de se tratar da fantasia de uma criança é uma liberdade para com o filme, pois esse não apresenta nenumha ordem de hierarquia, entre humanos, animais e natureza física. A música de Mussorgski é o elemento rítimico central. Sua técnica de alfinetes em tela suscita uma imagem não de todo definida, fundamental para a atmosfera onírica resultante.| 8 minutos e 22 segundos.