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Mostrando postagens com o rótulo Cinema Africano

Filme do Dia: Mossane (1996), Safi Faye

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  M ossane (Alemanha/Senegal, 1996). Direção e Rot. Original: Safi Faye. Fotografia: Jürgen Jürges. Música: Yandé Codou Sène. Montagem: Andrée Davanture. Dir. de arte: Assane N’Doye. Com: Magou Seck, Isseu Niang, Moustapha Yade, Abou Camara, Alioune Konaré, Alpha Diouf, Ibou N’Dong, Moussa Cissé. Mossane (Seck) é uma garota de 14 anos de extraordinária beleza que a todos cativa. Ela possui vários pretendentes, e até seu próprio irmão, Ngor (Diouf) é apaixonado por ela. Prometida desde criança a Diogoye, está apaixonada pelo pobre estudante Fara (Konaré). Sua mãe (Niang) pela primeira vez entra em conflito com ela, pois ela recusa o casamento e quando todo o ritual se encontra em andamento, Mossane afirma que o casamento não é um negócio e que não ama Diogoye. O trato de casamento é feito de todo modo, com os pais abençoando a união. Mossane foge no meio da noite. Ela pega uma canoa e se lança na noite sombria. Seu cadáver é encontrado pela comunidade no dia seguinte, e sua morte chor

Filme do Dia: 25 (1975), Celso Luccas & José Celso Martinez Correa

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  2 5 (Moçambique, 1975). Direção e Rot. Original   Celso Luccas & José Celso Martinez Correa. Fotografia Guilherme Costa & Celso Luccas. Ao contrário da mera curiosidade histórica a ser despertada pelo que se produziu neste momento e previamente, em apoio ou completamente engajado nas lutas pela independência, o filme de Luccas, em colaboração com Zé Celso Martinez, é de um arrojo estético impensável, daí ser tão pouco visto na própria Moçambique, mesmo tendo sido feito no bojo das celebrações da independência do país, do qual testemunha seu título, referente ao dia da mesma. Em menos de cinco minutos se observa acordes de Rhapsody in White , de Barry White e de Take 5 , associados a um discurso a afirmar os dias contados de Lourenço Marques, e do domínio da burguesia portuguesa na mesma. Ou ainda os agradecimentos a Deus de Roberto Carlos em A Montanha sobrepostos às imagens de corpos mutilados pela tortura. E do outro lado do espectro ideológico é musicado um poema do ang

Filme do Dia: Samba Traoré (1992), Idrissa Ouedraogo

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  S amba Traoré (Burkina Faso/França/Suíça, 1992). Direção: Idrissa Ouedraogo. Rot. Original: Santiago Amigorena, Jacques Arhex & Idrissa Ouedraogo. Fotografia: Pierre-Laurent Chénieux & Mathieu Vadipied. Música: Faton Cahen & Wasis Diop. Montagem: Joëlle Dufour. Dir. de arte: Yves Brover-Rabinovici. Figurinos: Oumou Sy. Com: Bakary Sangaré, Mariam Kaba, Abdoulaye Komboudry, Irène Tassembedo, Moumouni Campaoré, Sibidou Ouédraogo, Hippolyte Wangrava, Joseph Traoré. Samba Traoré (Sangaré) volta rico da cidade com o produto de um roubo a um posto de gasolina que envolveu morte. Ele se afeiçoa da bela Saratou (Kaba), mãe do garoto Ali,   que rapidamente se afeiçoa de Samba. Samba provoca desconfiança entre vários moradores da aldeia, dentre eles seus próprios pais e também Saratou, pela quantidade de dinheiro que possui. Para o melhor amigo Salif (Komboudry) afirma que ganhou dinheiro em plantações de banana. Um relacionamento antigo de Saratou, Ismael (Wangrawa) retorna a al

Filme do Dia: Mawlana (2016), Magdy Ahmed Ali

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  M awlana (Egito, 2016). Direção: Magdy Ahmed Ali. Rot. Adaptado: Magdy Ahmed Ali & Ibrahim Issa, a partir do romance de Issa. Fotografia: Ahmad Bishari. Música: Adel Hakki. Montagem: Salafa Noureddine. Dir. de arte: Hend Haider. Figurinos: Remm El Adl.  Com: Amr Saad, Dorra Zarrouk, Ahmed Magdy, Bayummi Fuad, Riham Haggag, Ramzi El Adl, Amr Wahba, Laila Ezz El Arab. O Xeique Hatem (Saad) vivencia mudanças relativamente rápidas em sua vida. Sua popularidade cresce imensamente com a TV. O filho, ser que mais ama no mundo, sofre um acidente em uma piscina, sendo hospitalizado em coma. E Hatem agora que se tornou uma verdadeira celebridade nacional, terá que se equilibrar entre as pressões de interesses de grupos poderosos. Servindo como uma espécie de pajem espiritual para o herdeiro bilionário Hasan (Magdy), que vive atormentado por crises existenciais que o levam a abraçar o cristianismo e tentar o suicídio. E, posteriormente, praticar um atentado terrorista de grandes proporçõe

Filme do Dia: Baara (1978), Souleymane Cissé

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  B aara (Mali, 1978). Direção e Rot. Original: Souleymane Cissé. Fotografia: Étienne Carton de Grammont & Abdoulaye Sidibé. Música: Lamine Konté. Montagem: Andrée Davanture. Com: Balla Moussa Keita, Baba Niare, Bubukar Keita, Oumou Diarra, Ismaila Sarr, Oumou Koné, Fanta Diabaté, Ibrahim Traoré. Balla Traoré (Keita) é um jovem engenheiro de uma indústria. Ele descobre que o carregador que lhe levara comida do mercado até sua casa, Balla Diarra (Niare) é de uma família que tradicionalmente fora escrava de sua família e consegue libertá-lo da prisão, onde se encontra por não possuir documentos, arranjando-lhe emprego na fábrica. Quando fica sabendo do quão são explorados e serão ainda mais, após o dono da fábrica, Sissoko (Moussa Keita) já contar com a demissão de 200 empregados, Traoré convoca uma reunião com os empregados para alertá-los da situação. Porém informantes já sabem de tudo, enquanto a mulher adúltera de Sissoko, Djénéba (Diarra), morre estrangulada por esse, ao desco

Filme do Dia: O Carroceiro (1963), Ousmane Sembene

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  O Carroceiro ( Boron Sarret , Senegal, 1963). Direção e Rot. Original: Ousmane Sembene. Fotografia: Christian Lacoste. Montagem: André Gaudier. Com: Ly Abdoulay, Albourah. Um dia na vida de um carroceiro (Abdoulay) que vive no subúrbio. Após suas orações e se despedir de sua mulher, dá carona a várias pessoas que encontra pelo caminho. Nega-se a sequer responder ao pedinte que lhe aborda quando descansa. Leva uma mulher grávida e seu marido ao hospital. Escuta e se emociona com o canto de um griô. Leva um homem com um recém-nascido morto para ser enterrado, mas o funcionário do cemitério afirma ao homem que ele deve ter a documentação necessária e impede o carroceiro de entrar. Enquanto o funcionário admoesta ainda ao homem, o carroceiro parte. Ele faz uma pausa à beira-mar e quando volta a se aproximar da carroça, depois de urinar, encontra um homem que lhe faz a insólita proposta de leva-lo ao centro da cidade, região  proibida aos carroceiros. Ele o leva, algo contrariado, mas com

Filme do Dia: Ousmane (2006), Dyana Gaye

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  O usmane (Senegal/França, 2006). Direção: Dyana Gaye. Ousmane é um garoto de 7 anos que pede esmolas nas ruas de Dacar. Articulado e carismático, ele consegue convencer até mesmo adultos aparentemente pouco interessados em colaborar, tocando em seus pontos fracos. Posteriormente, vai aos Correios e pede numa carta ao Papai Noel que ele ajude às pessoas que lhe beneficiaram com as esmolas. Esse espirituoso curta-metragem consegue apresentar um retrato mais complexo de seu protagonista, ao apresentar uma outra faceta do mesmo que fica encoberta no momento de sua ação, que é o fato dele realizar mesmo o prometido. Andolfi/Ika 964. 15 minutos.

Filme do Dia: Kuxa Kanema - Episódio? (1979), João Costa & Fernando Silva

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  K uxa Kanema – Episódio ? (Moçambique, 1979). Direção: João Costa & Fernando Silva.  Texto: Luis Patraquim. Fotografia: João Costa & Edgar Moura. Montagem: Ismael Vuvo & Josué Chabela. A visita do líder da MPLA (Movimento Popular de Libertação da Angola), Agostinho Neto, espécie de equivalente de Samora Machel e sua FRELIMO [Frente de Libertação de Moçambique] em outro país de colonização portuguesa, e que guerreou por sua independência e conseguiu sua autonomia política em períodos próximos, toma mais da metade da metragem desse cinejornal. Primeiro, observa-se um longo trecho do discurso de Neto que demonstra ainda desconhecimento de como funciona o país. Sua fala ocorre poucas horas após sua chegada, como ele ressalta. Seu tom de voz e postura são em tudo e por tudo mais comedidos que de seu colega Machel, e ambos vestem paletós e deixam de lado os trajes militares – que Machel já passa a envergar quando falam a uma extensa multidão ao ar livre. Até mesmo quando rece

Filme do Dia: Caméra d'Afrique (1983), Férid Boughedir

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  C améra d’Afrique (Tunísia/França, 1983). Direção e Rot. Original: Férid Boughedir. Fotografia: Charly Meunies & Sékou Ouedraogo. Montagem: Andrée Davanture & Juliana Sanchéz. Med Hondo, cineasta argelino, traz uma das melhores tiradas desse documentário  ao afirmar que na África  o cinema e as imagens do continente ainda estão “no estágio de desenvolver o subdesenvolvimento”. Já Souleymane Cissé, realizador malinense, afirma que a luta pela África e pelo cinema são uma única coisa. Cenas de seu Baara demonstra uma politização ainda mais acentuada que a de Sembene, com um grupo de operários carregando o cadáver de um companheiro morto até o choro de sua viúva, iniciando posteriormente uma revolta contra seus superiores, flagrada pela polícia. Nada adivinharia a partir dessa produção o crescente encantamento posterior do realizador por um cinema “dentro do mito”, tal e qual presente em seu filme mais famoso ( Yeelen ).  Amparado entre trechos de filmes célebres do cinema af

Filme do Dia: Bamako (2006), Abderrahmane Sissako

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B amako (Mali/EUA/França, 2006). Direção e Rot. Original: Abderrahmane Sissako. Fotografia: Jacques Besse. Montagem: Nadia Ben Rachid & Pauline Casalis. Dir. de arte: Mahamadou. Figurinos: Maji-da Abdi. Com: Aïssa Maïga, Tiécoura Traoré, Maimouna Hélène Diarra, Habib Dembélé, Djénéba Koner, Hamadoun Kassogué, Mamadou Kanouté, William Bourdon, Gabriel Magma Konate. Melé (Maïga) é uma cantora da noite. Seu marido, Chaka (Traoré), encontra-se desempregado e suspeito de furto em uma indústria na qual trabalhou. No terreno da residência que o casal divide com outras famílias, inclusive um senhor em estado grave de enfermidade, desenrola-se um julgamento em que a sociedade civil se posiciona contrária ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional, a quem acusam de principais responsáveis pela miséria atual vivenciada no país. Sissako, um dos poucos realizadores de carreira continuada no cinema africano, tal como Sembene, busca uma forma apropriada a cada projeto seu. Do l

Filme do Dia: Mandabi (1968), Ousmane Sembene

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M andabi (Senegal/França, 1968). Direção e Rot. Original: Ousmane Sembene. Fotografia: Paul Soulignac. Montagem: Gilbert Kikoïne & Max Saldinger. Com: Makhouredia Gueye, Ynousse N’Diaye, Isseu Nyang, Serigne Sow, Serigne N’Diayes,  Mustapha Ture, Farba Sarr, Moudon Faye, Mouss Diouf. Ibrahim Dieng (Gueye) é um senhor iletrado e desempregado que vive com dificuldades, alimentando-se e sendo cuidado por suas duas esposas (N’Diaye e Nyang) a partir de compras fiadas. Certo dia um carteiro (Faye) chega com uma missiva de um sobrinho (Diouf) de Ibrahim, que mora em Paris, com uma ordem de pagamento para Ibrahim. Rapidamente a notícia se espalha pelo bairro. Porém, quando Ibrahim vai tentar sacar a ordem, não possui identidade ou qualquer documento com foto. Na peregrinação para conseguir seus documentos é enganado por várias pessoas, incluindo o fotógrafo que pretensamente tira as fotos para o documento e um homem letrado a quem recorre, que lhe afirma ter assaltado e não lhe deix

Filme do Dia: Toula ou la Génie des Eaux (1974), Moustapha Alassane & Anna Soehring

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T oula ou la Génie des Eaux (Nigéria/Al. Ocidental, 1974). Direção: Moustapha Alassane & Anna Soehring. Rot. Original: Moustapha Alassane & Boubou Hama. Fotografia: Moustapha Alassane & Bernd Rühe. Montagem: Danièle Tessier. Com: Isaa Bania, Solange Delanne, Parfait Kondo, Sotigui Kouyaté, Damouré Zika. Povo que vive em região desértica sofre com falta de água e alimentos que matou a maior parte de seus rebanhos e começa a atingir as pessoas. Pressionado, o rei (Kouyaté) consulta o sábio da aldeia (Kondo), que afirma que uma das poucas opções que restam é o monarca sacrificar sua própria e amada sobrinha, Toula (Bania). Ado (Bania), que ama Toula, afirma que um forasteiro lhe avisou sobre um rico oásis no deserto, não tão longe do povoado, mas as lideranças da tribo temem serem vítimas de salteadores. Ado decide partir então com o forasteiro e, abatido, o rei concorda em uma grande festa que testemunha o retorno da chuva com intensidade mas também a morte de Toula pe

Filme do Dia: Nha Fala (2002), Flora Gomes

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N h a Fala (Portugal/França, 2002). Direção: Flora Gomes. Rot. Original: Flora Gomes & Franck Moisnard. Fotografia: Edgar Moura. Música: Manu Dibango.  Montagem: Dominique Pâris. Dir. de arte e Cenografia: Véronique Sacrez. Figurinos: Rosário Moreira & Virginia Vogwill. Com: Fatou N’Diaye, Jean-Christophe Dollé, Ângelo Torres, Bia Gomes, Jorge Quintino Biague, Carlos Imbombo, François Hadji-Lazaro, Danièle Evenou. Vita (N’Diaye) é uma jovem guineense que recebeu uma bolsa de estudos para Paris, não quer mais nada com o namorado Yano (Torres) e recebeu o aviso da mãe (Gomes) que reza a tradição da família que quem cantar morrerá. Em Paris Vita se enamora do produtor de discos e musicólogo Pierre (Dollé), e sua canção se torna um dos maiores sucessos europeus, rendendo-lhe muitos ganhos financeiros. Vita, no entanto, decide que é hora de voltar para sua terra, morrer, para conseguir renascer sem mais a ameaça da tradição. Gomes, na chave leve de um musical – dir-se-ia que