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As Eleições e a Mídia

N a próxima terça 19, com o início da propaganda eleitoral na televisão e no rádio, entraremos na etapa final da mais longa eleição de nossa história. Começou em 2011 e nossa vida política gira em torno dela desde então.      A batalha da sucessão de Dilma Rousseff foi iniciada quando cessou o curto período de lua de mel com as oposições, no primeiro ano de governo. Talvez em razão do vexame protagonizado por José Serra na campanha, o antipetismo andava em baixa.      Durou pouco. Na entrada de 2012, o clima político deteriorou-se. As oposições perceberam  que, se não fizessem nada, marchariam para nova derrota na eleição deste ano. Ao analisar as pesquisas de avaliação do governo e notar que Dilma batia recordes de popularidade a cada mês, notaram ser elevadas as possibilidades de o PT chegar aos 16 anos no poder. E particularmente odiosa. Serem derrotadas outra vez por Dilma doía mais do que perder para Lula.      Ela era "apenas" uma gestora petista, sem a aura m

A batalha pelo Cais José Estelita

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Não se governa uma nação sem ouvir as pessoas . A boa política é feita sempre com muito diálogo, e transparência em todos os sentidos”, escreveu o ex-governador de Pernambuco e candidato do PSB ao Palácio do Planalto, Eduardo Campos, no Twitter, na noite de segunda-feira 16. Enquanto a mensagem era postada na rede social, policiais militares do estado que Campos governava até dois meses atrás se preparavam para cumprir uma ordem de reintegração de posse no Cais José Estelita, uma área abandonada no centro do Recife que é alvo de disputa judicial e estava ocupada por aproximadamente 60 ativistas. Sob as ordens de atual governador de Pernambuco, João Lyra (PSB), sucessor de Campos, a Tropa de Choque e a Cavalaria da PM descumpriram o acordo de esperar o fim das negociações com o poder público para desocupar o local. A corporação não avisou nem mesmo o Ministério Público Federal sobre a reintegração de posse, como ficou combinado. Cerca de 150 PMs chegaram de surpresa à

O que a imprensa do Recife não conta sobre o Estelita

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  Grande parte dos veículos estaduais ignora a mobilização social contra o projeto Novo Recife e a ocupação nos armazéns do Cais José Estelita.  Por Mariana Martins e Mariana Moreira* Um dos professores mais antigos do curso de comunicação social da Universidade Federal de Pernambuco, Paulo Cunha, postou em sua página no Facebook: “Acho que amanhã vou no cemitério de Santo Amaro, fazer uma visita ao túmulo do jornalismo pernambucano”. Esta frase, escrita ainda no dia 22 de maio, pela manhã, dizia muito sobre o silêncio da imprensa de Pernambuco a respeito do início da demolição do Cais José Estelita, área histórica e um dos principais cartões-postais do Recife, e da ocupação feita por manifestantes, que impediram a demolição completa dos armazéns de açúcar, no fim da noite do dia 21. Atividades estão sendo realizadas e, último no fim de semana, a ocupação recebeu visitas e manifestações de apoio de recifenses ilustres. Pode-se dizer que a postag

Pós-proletariado, a nova classe social das ruas

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O precariado desconcerta a direita e a esquerda, diz Guy Standing, ex-diretor da OIT Guy Standing é PhD pela Universidade de Cambridge e professor de Estudos do Desenvolvimento da Escola de Estudos Oriental e Africano da Universidade de Londres. O ex-diretor da Organização Internacional do Trabalho veio ao Brasil a convite da União Geral dos Trabalhadores e do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp para falar sobre a nova classe produzida pelo neo-liberalismo, o pós-proletariado. Standing recorre a um neologismo, precariado ( precariat em inglês) para sintetizar a dupla condição de proletários e precários dessa parcela da população. Com uma agenda de reivindicações surpreendente mesmo para governos progressistas, partidos de esquerda e sindicatos, ocupa as ruas e praças das metrópoles mundiais e se manifesta, no Brasil, nos movimentos espontâneos de rua desde junho. O autor do livro  Precariado – A nova classe perigosa  concedeu esta entrevista à 
Não me reconheço como um cineasta. O cinema para mim é um ato criminoso, pois sempre tive de exercê-lo de forma ilegal, sem incentivos oficiais e pondo minha equipe em risco. Além disso,  existe uma crueldade intrínseca em utilizar a imagem de outro para fazer um filme. Cristiano Burlan (realizador de "Mataram Meu Irmão", "Construção" e "Amador", Carta Capital)