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Mostrando postagens com o rótulo Alice Guy

Filme do Dia: Chien Jouant à la Balle (1905), Alice Guy

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  C hien Jouant à la Balle (França, 1905). Direção: Alice Guy Esse filme que apresenta as peripécias de um homem, um cachorro e um balão curiosamente pouco se importa que seu cenário pintado ao fundo, evocativo de uma iconografia estilizada de Paris que logo se tornará lugar-comum no cinema, não exclusivamente francês, seja evidentemente percebido enquanto tal, pois a ilusão de profundidade proporcionada pela pintura acaba se desfazendo quando se percebe não apenas a sombra do balão sobre a mesma como o próprio choque do balão e do cachorro contra a pintura. Ainda que certas fontes apontem essa produção como sendo de 1905, tanto sua duração como sua temática eminentemente vaudevilliana o aproxima mais dos primeiros anos do século. Societé des Etablissements L. Gaumont. 1 minuto e 13 segundos.

Filme do Dia: A Madame com Desejos (1907), Alice Guy

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  A   Madame com Desejos  (Madame a des Envies , França, 1907). Direção: Alice Guy. Mulher grávida deseja tudo que encontra pelo caminha e não se escusa em simplesmente roubar o pirulito de uma criança ou o cachimbo de um vendedor.  Apesar do filme ser estruturado em planos abertos o suficiente para enquadrar o corpo inteiro dos atores, ocorre cortes abruptos para planos aproximados da protagonista degustando o que havia surrupiado, o que empresta um interessante senso rítmico à narrativa, acentuado pela igual variação da trilha musical que acompanha essa cópia em questão, como demonstra o quanto a montagem se encontrava distante dos princípios do cinema clássico. O caráter de escracho, mais elaborado e discreto que nas produções britânicas do início do século ou mesmo em produções francesas contemporâneas, encontra-se, por exemplo, na barriga propositalmente mal feita que simula a gravidez da personagem. Guy continuaria sua carreira nos EUA. Pathé Frères. 4 minutos.

Filme do Dia: Le Frotteur (1907), Louis Feuillade & Alice Guy

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  L e Frotteur (França, 1907). Direção: Louis Feuillade & Alice Guy. No mais puro espírito anárquico do primeiro cinema, este filme, tido por alguns como dirigido por Alice Guy, apresenta um faxineiro estabanado que faz um buraco no apartamento que limpa que provocará  uma sucessão de quedas de destroços e, posteriormente, gente nos andares inferiores. Caso tenha sido efetivamente dirigido por Guy, diverge bastante do estilo de outros filmes dirigidos por ela no mesmo período.|Société des Etablissements L. Gaumont. 3 minutos e 36 segundos.

Filme do Dia: Baignade dans le Torrent (1897), Alice Guy

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  B aignade dans le Torrent (França, 1897). Direção: Alice Guy. Quatro garotos, um adulto e um cachorro se divertem entre pedras de uma cachoeira. Ainda que todos estejam com trajes de banho listrados, como era comum na época, apenas com a parte da cintura para baixo – e um deles luta ocasionalmente contra a descida do seu que ameaça lhe deixar as nádegas expostas. Um dos garotos joga o cachorro, que estava sobre as pedras, nas águas e há uma aparente interação deles com o cão – que sai do enquadramento. Guy em início de carreira, iniciada no ano anterior. Société des Etablissements. 31 segundos.

Filme do Dia: L'utilité des Rayons X (1898), Alice Guy

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  L ’ utilité des Rayons X (França, 1898). Direção Alice Guy. Mulher desce escadaria e é abordada por homens que tiram um raio-x da mesma. A cópia digitalizada deste filme se encontra, infelizmente, em tão péssimo estado, que fica difícil se compreender qual o efeito cômico buscado. Provavelmente, a mulher é um homem travestido, desengonçada como uma das “estrelas” das produções britânicas de pouco depois ( Mary Jane’s Mishappy ), embora visualmente o filme seja bem mais convencional às convenções da época, sem os cortes para planos mais fechados, como é o caso dos britânicos. |Societé des Etablissements L. Gaumont. 56 segundos.

Filme do Dia: Be Natural: A História não Contada da Primeira Cineasta do Mundo (2018), Pamela B. Green

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  B e Natural: A História não Contada da Primeira Cineasta do Mundo ( Be Natural: The Untold Story of Alice Guy , EUA, 2018). Direção Pamela B. Green. Rot. Original Pamela B. Green & Joan Simon. Fotografia Boubkar Benzabat. Música Peter G. Adams. Montagem Pamela B. Green. Em ritmo não menos que supersônico é construída uma espécie de instalação multimídia sobre Alice Guy-Blaché, a cineasta pioneira, a partir de um recorte documental bastante convencional. E nos tornamos conscientes da importância da pesquisa historiográfica para que nomes como o dela, passassem a ser objeto de investigação, cujo próximo passo, levaria a (re)descoberta de seus arquivos e filmes. Assim como dois de seus depoimentos (um de 1957 em áudio, outro, mais extenso aparentemente, de 1964, filmado). E toda a arrojada criação visual de ponta, ao menos de certa perspectiva, que se multiplica como rizomas em direção a locais e referências acadêmicas, artísticas ou simplesmente anônimos, que possivelmente ta

Filme do Dia: La Glu (1907), Alice Guy

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  L a Glu (França, 1907). Direção: Alice Guy. Garoto se apodera de um balde de cola para fazer uma série de traquinagens, passando a mesma na escadaria de uma mansão e em um banco do jardim e na sela da bicicleta, provocando aflições em todos e, por fim, nele mesmo ao descuidadamente sentar no próprio balde de cola. Embora o garoto seja “democrático” na escolha de seus alvos, fazendo troça tanto da mansão burguesa quanto do humilde ciclista há um interesse peculiar em observar as damas da sociedade com seus traseiros tão colados no banco que quando se levantam, o banco vai junto, na situação mais ridícula e hilária do filme. Quando se imagina que o ciclista, que flagra o autor das peraltices, irá aplicar um “corretivo” ao garoto, no estilo do pioneiro O Regador Regado , o filme finda com os dois tentando se desembaraçar da cola, e o ciclista, inclusive em posição menos favorável, estrebuchando-se como um gafanhoto para se desenredar de sua bicicleta. Société des Etablissements L. G

Filme do Dia: Os Resultados do Feminismo (1906), Alice Guy

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  O s  Resultados do Feminismo ( Les Résultats du Féminism , França, 1906). Direção: Alice Guy . Vive-se numa sociedade de inversão de papéis:   mulheres masculinizadas, homens efeminados. Uma dessas mulheres másculas se apaixona por um homem de trejeitos delicados e o acaba retirando, praticamente à força da casa dos pais, para viver com ela. Quando o casal já se encontra com filhos, esse, cansado de sua submissão e de ficar apenas cuidando desses enquanto ela é que tem a vida social e do trabalho fora do lar,   resolve abandoná-la brutalmente e invadir com outros homens, incentivados por seu clamor, o clube feminista, expulsando-as todas e saudando uma nova sociedade masculina. Guy parodia o movimento feminista através dessa confusa narrativa, típica do Primeiro Cinema, na qual a maior atração humorística pretensamente é a da inversão de papéis sexuais. Curiosamente tal sátira antecipa em uma dúzia de anos uma comédia bem mais famosa,   Algie, o Mineiro   (1912), igualmente centr

Filme do Dia: La Femme Collante (1906), Alice Guy

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L a Femme Collante (França, 1906). Direção: Alice Guy. Empregada de uma senhora tem sua língua e saliva utilizadas por sua patroa para colar selos de cartas em uma agência dos correios. Um homem observa a movimentação e estimulado pela boca aberta e língua de fora da empregada resolve tascar-lhe um beijo na boca, ficando com os lábios grudados nos da empregada, provocando o assombro e diversão de todos os presentes, até que um empregado dos correios consiga separá-los com uma tesoura. A diminuta metragem desse filme, mesmo para os padrões contemporâneos da produção da época e de sua realizadora, poderia sugerir ter o filme sobrevivido incompleto. O mais provável, no entanto, é que seu efeito-piada  tenha levado a uma condensação que em pouco mais de dois minutos se conseguisse dar conta do que se queria. A disposição da encenação neste plano-sequencia é efetuada para que os guichês sejam mantidos ao fundo e que a senhora e sua empregada se aproximem de um móvel (e também da câm

Filme do Dia: O Cair das Folhas (1912), Alice Guy

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O   Cair das Folhas ( Falling Leaves , EUA, 1912). Direção: Alice Guy. Com: Blanche Cornwall, Magda Foy, Mace Greenleaf, Darwin Karr, Marian Swayne. A jovem Winifred (Swayne) é desenganada pelo médico, Dr. Earl (Greenleaf), que afirma para seu pai (Karr) e mãe (Cornwall), que até as folhas do outono acabarem de cair sua filha morrerá. A jovem irmã, Trixie (Foy), percebendo o desespero e a tristeza dos pais, decide pela manhã segurar as folhas das árvores com barbante, pensando assim evitar a morte da irmã. Por coincidência, nessa mesma manhã o Dr. Earl chega com a novidade de um bacteriologista, que salva Winifred, que três meses depois se encontra em plena recuperação. Esse melodrama sentimental, tido como sendo dirigido por Guy, ainda que não exista confirmação de todo (ela também dirigiu comédias como Algie, the Miner , do mesmo ano), demonstra uma construção narrativa mais precária que os filmes contemporâneos de Griffith ou Ince. Inexiste, por exemplo, qualquer referência

Filme do Dia: Le Noël de Monsieur le Curé (1906), Alice Guy

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L e Noël de  Monsieur Le Curé (França, 1906). Direção: Alice Guy. Padre descobre se encontrar sem dinheiro para comprar uma pequena imagem de Jesus para a missa de natal.   Oportunisticamente, visita paroquianos mais pobres, sendo muito bem recebido pelo casal. Quando percebe que não conseguirá nenhum dinheiro com eles, resolve partir. Vai então visitar um escultor de posses.   Esse tenta vender uma escultura para o padre, que não possuindo dinheiro suficiente, chama a mulher da casa anterior, que traz uma galinha e ovos, que não são aceitos pelo escultor. Bastante tenso, começa a ministrar a missa de natal, mesmo sem a representação do Jesus bebê. Quando ele e os fiéis começam a orar, no entanto, uma aparição de anjos lhe traz uma pequena imagem, algo que é louvado posteriormente por eles em uma prece de agradecimento. Embora o filme já almeje apresentar o conteúdo que o cura lê ao início – relativo ao natal que faz menção o título – seu plano de detalhe soa um tanto solto dia

Filme do Dia: La Hierarchie dans L´Amour (1906), Alice Guy

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L a Hierarchie dans L´Amour (França, 1906). Direção: Alice Guy. Uma mulher é abordada em um parque por um jovem militar, que se oferece para carregar sua cesta. Logo após, um superior do militar lhe ordena uma ação para poder se aproximar da mulher. Porém, enquanto esse vai satisfazer suas necessidades, essa é abordada por um terceiro militar de patente mais alta. Quando o outro homem sai do banheiro já é tarde demais. Por fim, quando se senta para conversar com o cavalheiro, um superior seu faz com que ele se afaste dela em sinal de deferência. O senhor que chegara por último então sai com a mulher. Nesse filme de estrutura típica do Primeiro Cinema, o que importa é o efeito-piada. Gradualmente se observa a passagem da mulher para mãos de homens com patentes mais altas e também de mais idade, sem que ela refute sequer ou se prenda a qualquer um deles, numa atitude que se pode por um lado ser acusada de chauvinista em transformá-la em mero objeto do desejo de todos os quatro ho

Filme do Dia: Le Tonneau Ivre (1906), Alice Guy

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Le Tonneau Ivre (França, 1906). Direção: Alice Guy. Um vagabundo faz com que outro role dentro de um barril provocando as situações mais inusitadas como a de atropelar uma bicicleta, ser jogado do alto de uma ferrovia ou passar por cima de um homem que se encontrava deitado em um parque. O barril acaba caindo no rio. O amigo e outro homem vão ver o estado no qual se encontra o vagabundo, mas esse saí imediatamente e continua girando no mesmo ritmo de quando ainda se encontrava no barril. Exemplar típico de humor despretensioso do primeiro cinema, bastante diverso tanto das atrações típicas do vaudeville encenadas diretamente para a câmera que a realizadora havia dirigido antes ou dos dramas mais próximos de serem inseridos nos moldes da narrativa clássica tais como Falling Leaves que dirigiria após. 2 minutos.

Filme do Dia: Course a la saucisse (1907), Alice Guy

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Course à la Saucisse (França, 1907). Direção: Alice Guy. A mesma estrutura do mais conhecido La Course des Sergents de Ville (1907), de Zecca. Como naquele, um cachorro rouba um pedaço de salsicha – lá é carne - e é perseguido por um grupo de pessoas que provoca uma série de atropelos aos transeuntes que encontram no caminho. As mesmas quedas habituais assim como a necessidade de exibir todos os perseguidores em cada cena são marcas registradas desses “filmes de perseguição”. Não faltam tampouco a invasão ao espaço doméstico por conta do cachorro ter adentrado uma casa, sendo igualmente visível a precária cenografia, ao menos aos padrões do cinema narrativo clássico,  que representa a casa. Ainda que a jocosa seqüência final aqui não exista – a do cachorro subindo os muros e telhados de um edifício, não falta o plano final isolado do canino, outra marca registrada do Primeiro Cinema, presente em alguns de seus clássicos como O Grande Roubo do Trem . É tido por alguns como sido d