Filme do Dia: El Cuarto de Leo (2009), Enrique Buchichio

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El Cuarto de Leo (Uruguai/Argentina, 2009). Direção e Rot. Original: Enrique Buchichio. Fotografia: Pedro Luque. Música: Sebastián Kramer. Montagem: Guillermo Casanova & Julián Goyoaga. Dir. de arte: Paula Villalba. Com: Martín Rodriguez, Cecilia Cósero, Gerardo Begérez, Arturo Goetz, Mirella Pascual, Rafael Soliwoda, Carolina Alarcón, César Troncoso, Sylvia Murninkas.
A namorada de Leo (Rodriguez) rompe com ele, já  que ele não consegue fazer sexo com ela e indica um psicólogo, Juan (Goetz), que ele passa a frequentar durante um tempo. Participando de encontros furtivos com homens que mantém contato pela internet, Leo conhece o também jovem e atraente Seba (Begérez), gay assumido e procura reatar o contato com uma ex-colega da escola primária, Caro (Cósero), que sempre anda deprimida. Após vários encontros no quarto de Leo, Juan se cansa da indecisão desse quanto a tomar uma atitude efetiva sobre sua vida afetiva e o abandona. Leo finalmente comenta o nome desse “alguém” por quem disse ter se apaixonado. Sua mãe (Pascual), acena para uma possibilidade de compreensão, caso ele compartilhe sua sexualidade e vida afetiva com ela. Leo vai atrás da irmã de Caro para saber sobre ela e descobre que seu drama se encontra vinculado a morte do sobrinho, por quem se sente extremamente culpada. Caro, após uma catarse com a irmã (Murninkas), que fora durante muito tempo bastante fria e distanciada dela, decide finalmente voltar à viver. Leo, por sua vez, pede emprestado o carro do irmão e decide fazer uma viagem.
Esse bastante irregular filme de Buchichio, que não apenas se assemelha como é, de fato, seu filme de estréia, conta com um estilo visual bastante definido e relativamente seguro, e soluções dramáticas que não se encontram à altura daquele. Talvez por ausência excessiva de distanciamento sobre o que filma, o cineasta-roteirista comete falhas comuns a filmes que abordam sua temática, procurando com que nos identifiquemos com os dramas existenciais de seus protagonistas. Uma delas é a excessiva dispersão, com a presença de personagens e subtramas perfeitamente dispensáveis. Outra, ainda pior, é o modo um tanto esquemático e mesmo rígido com que as situações são apresentadas e se desenvolvem, quase como numa reprodução da tensão do jovem adolescente. De longe ainda pior, no entanto, é o modo excessivamente didático com que pretende guiar o espectador, apresentando de modo extremamente pouco convincente e  mesmo patético o conflito psicológico que “explica” o motivo de Caro se encontrar deprimida, o que em grande parte se deve a uma atuação abaixo da média do elenco de Murninkas como a irmã de Caro. Resta apenas, a seu favor, um desfecho que mesmo apontando sinais de resolução de Leo consigo próprio e da possibilidade de aproximação entre Caro e o rapaz que divide apartamento com ele, não os explicita, nem muito menos apela para um inverossímil ‘happy end” com o seu ex-caso, deixando mais que evidente que assumir a sexualidade no caso do personagem não é algo tão automático e natural quanto olhar para o pôster que menciona a liberdade em seu quarto e ser feliz, como de fato chega a ser sugerido a determinado momento como possível hipótese, mas antes um processo. Lavorágine Films.  94 minutos.


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