Filme do Dia: Bravura Indômita (2010), Joel Coen & Ethan Coen


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Bravura Indômita (True Grit, EUA, 2010). Direção: Joel & Ethan Coen. Rot. Adaptado: Joel & Ethan Coen, baseado no romance de Charles Portis. Fotografia: Roger Deakins. Música: Carter Burwell. Montagem: Ethan Coen & Joel Coen. Dir. de arte: Stefan Dechant & Christina Ann Wilson. Cenografia: Nancy Haigh. Figurinos: Mary Zophres. Com: Jeff Bridges, Hailee Steinfeld, Matt Damon, Josh Brolin, Barry Pepper, Dakin Matthews, Jarlath Conroy, Paul Rae, Elizabeth Marvel.
A jovem e destemida Mattie Ross (Steinfeld), de 14 anos, após perder o pai, traiçoeiramente assassinado pelo covarde Tom Chaney (Brolin), contrata o veterano e decadente pistoleiro Rooster Cogburn (Bridges) para vingar sua morte. Por sua vez, o soldado texano LaBoeuf (Damon), possui como mesmo objetivo encontrar Chaney por conta dele ter assassinado um senador texano. Eles se dirigem ao território indígena, onde acreditam que se encontra o foragido Chaney. Uma ação desavisada de LaBoeuf provoca a morte de vários homens e a certeza que a pista de Chaney se encontra mais longe que nunca de ser descoberta. Rooster Cogburn, um beberrão inverterado, decide abandonar a caçada e o mesmo acaba prometendo LaBoeuf. Pouco tempo após, Mattie é capturada pela quadrilha de Chaney que, ferido pela própria Mattie, é deixado para trás pelos comparsas. Quando ele decide matá-la, é interrompido por LaBoeuf. Enquanto isso, Rooster Cogburn enfrenta quatro homens e quando se encontra em vias de ser morto, é salvo por LaBouef. Chaney reage e ao matá-lo, Mattie cai num ninho de cobras e é picado por uma. Rooster, com muita dificuldade, consegue trazê-la o mais próximo possível de uma habitação, e ela consegue salvar sua vida, perdendo somente um braço. Aos 40 anos Mattie (Marvel) busca reencontrar o homem a quem deve tanto, mas Rooster, que se encontrava trabalhando no show de Buffalo Bill, morreu a 3 dias.

O romance de Portis, que já havia sido adaptado de forma longe de satisfatória em 1969 por Henry Hathaway, parece servir como uma luva para os intentos dos Irmãos Coen, que transformam o filme tanto numa celebração do gênero tantas vezes dado como morto, suntuosamente fotografado e representado, como ao mesmo tempo sem deixar de lado sua veia cômica, representada sobretudo na figura de Cogburn, que o aproxima mais da vertente “autoral” associada a dupla. Mesmo conscientes da aparente impossibilidade de ser extremamente criativo em um gênero que já parece ter vivenciado todas as torções possíveis e imagináveis, os Coen não enveredam pela sátira fácil, mantendo os protocolos do mesmo e sobre esses, uma camada de auto-consciência em relação a própria história do gênero que surge em diveros momentos.  Como é o caso da moldura criada pela  abertura da caverna, evocativa de John Ford, ainda que o final do personagem vivido com galhardia por Bridges (todo o elenco se sai bem superior a primeira versão, sobretudo a garota) se aproxime mais da sobrevivência dos mitos apenas através de sua pálida exibição circense como em Altman (Oeste Selvagem) que de Ford, com a honrosa saída para a vida solitária para um herói não mais necessário em tempos de mudança tão rápida e acentuada da sociedade de “deserto” para “jardim”. Mudança essa frisada em seu belo desfecho. Ainda que a narrativa se torne bastante semelhante a do filme anterior, ela abdica da desnecessária inclusão de um prólogo que apresenta a situação da morte do pai de Mattie, resumido aqui a um rápido flasback  narrado pela própria garota. E, por outro lado, dilata a situação “posterior” aos eventos narrados, muito mais relevante para a trama. Spielberg foi produtor-executivo do filme. Paramount Pictures/Skydance Prod./Scott Rudin Prod./Mike Zoss Prod. para Paramount Pictures.  110 minutos.

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