The Film Handbook#128: Michael Ritchie

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Michael Ritchie
Nascimento: 28/11/1938, Waukesha, Wisconsin
Carreira (como realizador): 1969-

Assim como os filmes recentes de Michael Ritchie obtiveram sucesso comercial negam sua obra inicial, eles se tornaram crescentemente anônimos e menos artisticamente interessantes. No início dos anos 70, sua carreira parecia ser grandemente promissora, que hoje parece tristemente não realizada.

Depois de se envolver com o teatro enquanto estava em Harvard, Ritchie encontrou trabalho na televisão em séries como O Agente da UNCLE/The Man from U.N.C.L.E e Dr.Kildare; ao mesmo tempo trabalhando em diversos documentários com os Irmãos Maysles. A última experiência lhe serviu particularmente bem  em sua estreia no longa-metragem com Os Amantes do Perigo/Downhill Racer, um retrato incisivo de um campeão de esqui (interpretado por Robert Redford), impressionante não apenas por suas cenas de esqui soberbamente editadas e montadas, mas por sua narrativa anti-sentimental da trajetória de um grosseiro, egocêntrico e desarticulado esportista, transformado pela mídia em herói popular. De fato, a ética da competição foi um tema recorrente da obra inicial de Ritchie após o escandalosamente inventivo A Marca da Brutalidade/Prime Cut>1. Esse thriller de  fantasia gangster-noir mesclava um tributo hitchcockiano e uma equação surreal  e notável de atitudes em relação à mulheres e à comida, com perversa e irreverente sátira aos valores rurais americanos. O Candidato/The Candidate>2, no entanto, foi uma parábola irônica no estilo cinema vérite sobre o compromisso político, no qual um jovem advogado idealista sucumbe as inevitáveis demandas para que adote uma imagem de mercado; Smile>3, pelo contrário, é uma piada sutilmente cômica sobre as ilusões absurdas que abastecem o Sonho Americano encarnado pelas competidoras de um concurso provinciano de beleza. O que o distingue esse, e as duas comédias que se seguem, foi um bom ouvido para diálogos divertidos e naturalistas, e a genuína afeição de Ritchie por seus personagens fracassados mas, invariavelmente, bem intencionados. Portanto, Garotos em Ponto de Bala/The Bad News Bears oferece um grupo de garotos surpreendentemente crível treinado para uma liga menor de beisebol, enquanto A Disputa dos Sexos/Semi-Tough retrata um bizarro ménage-à-trois com uma consciência benigna envolvida, ao mesmo tempo, revelando hilariamente, a desagradável comercialização do futebol e o delirante discurso duplo de certos grupos de tomada de consciência.

Talvez a última, e mais pessoal,  palavra  de Ritchie em jogar limpo, vencer, e perder, a charmosa e irregular comédia sentimental Um Caso Quase Perfeito/An Almost Perfect Affair (sobre uma ex-atriz forçada a escolher entre um marido-produtor e um ingênuo amante-diretor) foi filmado em locações durante o Festival de Cannes. Aliás, o fracasso do filme em conseguir público deve ter encorajado Ritchie a seguir um rumo mais convencionalmente comercial. Uma adaptação de um conto de horror de Peter Benchley de piratas contemporâneos, A Ilha/The Island; o documentário sobre o concerto de Bette Midler Divina Loucura/Divine Madness; o thriller de humor negro O Negócio é Sobreviver/The Survivors; e eficientes mas derivativos veículos cômicos para Chevy Chase (Assassinato por Encomenda/Fletch), Eddie Murphy (O Rapto do Menino Dourado/The Golden Child) e Dan Aykroyd (Uma Alucinante Viagem/The Couch Trip) manifestam pouca ou nenhuma da anterior ironia e vivacidade peculiares do diretor. Aparentemente, não mais envolvido em examinar o modo de vida americano como é moldado e distorcido pelas instituição e pela mídia, ele agora regurgita fórmulas amenas do cinema comercial. Seu declínio artístico tem sido um dos maiores desapontamentos de Hollywood nos anos 80.

Cronologia
Os primeiros filmes de Ritchie refletem seu antigo interesse pelo documentário, enquanto sua sátira da vida americana podem evocar tanto Mazursky e o admitidamente mais difícil e iconoclasta Robert Altman.

Leituras Futuras
American Film Now (Nova York, 1979), de James Monaco, Hollywood Renaissance (Nova York, 1977), de Diane Jacobs.

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