Filme do Dia: Chappaqua (1966), Conrad Rooks


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Chappaqua (EUA, 1966). Direção e Rot. Original: Conrad Rooks. Fotografia: Étienne Becker, Robert Frank & Eugen Schüfftan. Música: Ravi Shankar. Montagem: Kenout Peltier. Figurines: Agnès Senne. Com: Conrad Rooks, Jean-Louis Barrault, William S. Burroughs, Allen Ginsberg, Ravi Shankar, Paula Pritchett, Ornette Coleman, Swami Satchidananda.
Russell Harwick, alcóolatra e viciado em várias drogas, vai a uma clínica de desintoxicação, onde conta suas aventuras e desventuras ao Dr. Benoit (Barrault).
Produzido como vários outros filmes independentes na carona da contracultura que vivia seus dias de glória e que esperaria ao menos 3 anos até ser representada numa produção dirigida ao grande público (Sem Destino), esse filme termina por reproduzir a auto-condescendência, infantilidade e falta de propósito que seu protagonista no plano diegético, assim como o oportunismo em relação a temas como o uso de drogas, a “cultura oriental” (representada por referências místicas, documentais e a trilha sonora de Shankar) e o sexo, nessa proporção. Bem fotografado e agregando diversos nomes então em evidência, dos gurus beats Ginsberg e Burroughs até o primeiro grande difusor da yoga nos Estados Unidos, curiosamente se encontra distante de apresentar seja qualquer apelo mais efetivo em termos de postura defensora da contra-cultura ou, e ainda pior, de conseguir qualquer tipo de maior experimentalismo em termos estéticos – mesmo os delírios e o nonsense surreal que o permeia do início ao final, associado aos estados de transe lisérgicos de seu protagonista, alter-ego de Hooks, são devidamente diferenciados em sua maior parte ao fazer uso de uma metragem em cores que difere do uso prioritariamente realista de suas imagens em p&b. E a insuflação de um ego narcotizado, sob a arqui-moralista e caduca premissa moral que acompanha seu letreiro inicial, talvez ainda cabível no formato curto de um filmete de divulgação de alguma canção, para todas as imagens que o acompanham de forma aparentemente infindável torna-se um exercício de tortura para qualquer espectador com o mínimo de desconfiança. Shankar e o não creditado Hervé Villechaize (mais conhecido como o Tattoo do seriado televisivo A Ilha da Fantasia, em seu primeiro papel) surgem em pontas. Minotaur para Universal Pictures. 82 minutos.


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