Filme do Dia: Invasores de Corpos (1978), Philip Kaufman

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Invasores de Corpos (Invasion of the Body Snatchers, EUA, 1978). Direção: Philip Kaufman. Rot. Adaptado: W.D.Richter, baseado no romance de Jack Finney. Fotografia: Michael Chapman. Música: Denny Zeitlin. Montagem: Douglas Stewart. Dir. de arte: Charles Rosen. Cenografia: Doug von Koos. Figurinos: Aggie Guerard Rodgers. Com: Donald Sutherland, Brooke Adams, Jeff Goldblum, Veronica Cartwright, Leonard Nimoy, Art Hindle, Lelia Goldoni, Kevin McCarthy.
            Em San Francisco, a jovem laboratorista Elizabeth (Adams), começa a perceber que o comportamento de seu companheiro, Geoffrey (Hindle), passa a ficar completamente diferente: distante e sem afetividade. Ela procura ajuda do amigo Matthew (Sutherland), que igualmente trabalha para o Departamento de Saúde. Inicialmente acreditando tratar-se de problemas comuns de relacionamento, Matthew observa casos semelhantes na cidade no dia-a-dia. Aos poucos eles se dão conta de que as pessoas estão se transformando rapidamente em duplos vegetais, que agem mecanicamente. Sua descoberta, porém, passa a ser tardia, pois até mesmo as grandes corporações, como a própria polícia, já se encontram dominadas pelos alienígenas. Juntamente com o casal de amigos Jack (Goldblum) e Nancy Bellicec (Carthwright) e do famoso psiquiatra Dr. David Kibner (Nimoy), eles forma um pequeno grupo de resistência que age cada vez mais isolado.

Essa que é a segunda versão para o romance de Finney, que havia sido levado às telas na década de 1950, transformando-se em uma referência no gênero, Vampiros de Almas é, a seu modo, tão inspirado quanto o primeiro filme. Embora as referências a primeira produção estejam presentes no próprio elenco (o cineasta da primeira versão, Siegel, faz uma ponta como motorista de táxi e o astro também aparece em uma ponta, jogando-se contra o carro dos heróis para avisar que algo estranho acontece) o filme possui seus méritos justamente por recriar, em termos visuais, o universo do livro, afastando-se tanto da primeira versão quanto do próprio romance e centrando a história não numa pequena cidade mas em San Francisco e nos dias contemporâneos à produção. Sua atmosfera evoca, portanto, menos a obra original que certas obras de terror moderno como Inverno de Sangue em Veneza (1973), de Nicolas Roeg (também com Sutherland como ator principal), utilizando-se da fotografia e da montagem para extrair da própria realidade contemporânea elementos de estranhamento e bizarrice, sem os excessos do filme de Roeg. Tais recursos, centrados sobretudo na primeira metade do filme, constituem  o seu ponto forte, que cede, aos poucos, aos lugares comuns dos filmes de perseguição e suspense. Seu universo viscoso e surreal, mesmo sem ser excessivo (embora apresente como uma de suas imagens mais insólitas um cachorro com rosto humano), aproxima-o, igualmente, de David Cronenberg. As interpretações e algumas das situações por demais repetitivas em filmes do gênero, como a de um pequeno grupo que se vê constrangido por toda a sociedade geram alguns dos piores momentos do filme. Enquanto a primeira produção foi associada com a paranoia do comunismo na sociedade americana da época, essa pode ser apreciada como um reflexo das representações sobre os perigos da mesmerização e automatização das relações sociais nas sociedades de massas. A torre piramidal da Transamerica de San Francisco é uma presença constante no visual do filme. Uma terceira versão do romance foi levada às telas em 1993, com maior produção e resultado menos interessante que as duas anteriores. Solofilm para United Artists. 115 minutos.

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