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Mostrando postagens de setembro, 2016

The Film Handbook#95: Terence Davies

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Terence Davies Nascimento: 10/11/1945, Liverpool, Inglaterra Carreira (como diretor): 1972- E mbora seus filmes até o momento sejam poucos, Terence Davies é talvez o mais ambicioso e promissor diretor atualmente em atividade na Inglaterra. Com somente uma trilogia e um díptico em seu nome (cada um durando menos de duas horas) ele tem demonstrado, de uma vez por todas, que o cinema britânico pode ser poético, pessoal e profundo. A Trilogia de Terence Davies  > 1 ( Children , Madonna and Child e Death and Transfiguration ) foi realizada a um período de mais de dez anos, durante e após o tempo em que estudou arte dramática e cinema. Inspirado por suas próprias experiências emocionais, os filmes seguem um liverpooliano católico e gay de uma escola execrável e intimidadora passando por uma dominadora mãe de meia-idade até uma morte dolorosa em um hospital. A litania de crueldade e culpa é tanto honesta quanto não sentimental, sendo a maior façanha de Davies transcender os clichê

Filme do Dia: Na Época do Ragtime (1981), Milos Forman

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Na Época do Ragtime ( Ragtime , EUA, 1981). Direção: Milos Forman. Rot. Adaptado: Michael Keller, baseado no conto Michael Kohlhass , de Heinrich Von Kleist e no romance de E.L. Doctorow. Fotografia: Miroslav Ondrícek. Música: Randy Newman. Montagem: Anne V. Coates, Stanley Gibbs & Stanley Warnow. Dir. de arte: John Graysmark. Figurines:  Anna Hill Johnstone. Com: Howard E. Rollins Jr., James Olson, Elizabeth MacGovern, Brad Douriff, James Cagney, Moses Gunn, Kenneth McMillan, Pat O´Brien, Mary Steenburgen, Debbie Allen, Donald O´Connor, Jeff Daniels . Nova York, anos de 1910. Tendo amealhado uma fortuna como músico de jazz, o negro Coalhouse Walker Jr. (Rollins Jr.) tenta se reaproximar da garota Sarah (Allen), com quem teve um filho e trabalha na casa de um  liberal de classe média alta, Pai (Olson), cujo irmão mais jovem (Douriff) possui uma relação com a extravagante Evelyn Nesbitt (McGovern), que após o marido, da alta sociedade, ter sido preso por assassinato, não co

Filme do Dia: O Barba Ruiva (1965), Akira Kurosawa

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O Barba Ruiva ( Akahige , Japão, 1965). Direção: Akira Kurosawa. Rot. Adaptado: Masato Ide, Ryuzo Kikushima, Akira Kurosawa & Hideo Oguni, baseado no romance Akahige Shinryotan , de Shugoro Yamamoto. Fotografia: Asakazu Nakai & Takao Saitô. Música: Masaru Satô. Dir. de arte: Yoshirô Muraki. Figurinos: Yoshiko Samejima. Com: Toshirô Mifune, Yuzo Kayama, Tsotumo Yamazaki, Reiko Dan, Miyuki Kuwano, Kyôko Kagawa, Tatsuyoshi Ehara, Terumi Niki. Século XIX. Yasumoto chega em um hospital de caridade da província proveniente de Nagasaki e inicialmente detesta a opção ao qual foi indicado, sem nenhuma chance de conquistar brilho em sua carreira. Subordinado ao circunspecto Dr. Niide (Mifune), conhecido como Barba Ruiva, ele se nega a seguir a hierarquia do serviço. Após acompanhar o caso de dois pacientes que morrem, Yasumoto se envolve como nunca com a adolescente Tomoyo (Niki), retirada de um bordel quando se encontrava doente. Após cuidar da agressiva Tomoyo, o próprio Yasum

Filme do Dia: Magia ao Luar (2014), Woody Allen

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M agia ao Luar ( Magic in the Moonlight , EUA/Reino Unido, 2014). Direção e Rot. Original: Woody Allen. Fotografia: Darius Khondji. Montagem: Alisa Lepselter. Dir.de arte: Anna Seibel. Cenografia: Jille Azis & Fanny Landsberg. Figurinos: Sonia Grande. Com: Colin Firth, Emma Stone, Eileen Atkins,  Simon McBurney, Marcia Gay Harden, Hamish Linklater, Catherine McCormack, Jacki Weaver, Erica Leerhsen. 1928. Stanley (Firth) é um mágico de reputação internacional e que tem como um dos passatempos prediletos descobrir farsas que envolvam qualquer coisa de sobrenatural. Seu amigo próximo lhe fala sobre Sophie (Stone), jovem aparentemente sensitiva que ele descobriu recentemente. Stanley a conhece, e apesar do ceticismo inicial, começa a ficar impressionado com a precisão de seu conhecimento sobre fatos relativos não somente a ele, mas também a sua querida e velha tia Vanessa (Atkins). As vezes quando vem sob a graça da despretensão é que os filmes de Allen mais surpreendem.

Marlui Miranda - Timon (1983)

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Filme do Dia: Fermo con le Mani! (1937), Gero Zambuto

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F ermo con le Mani! (Itália, 1937). Direção: Gero Zambuto. Rot. Adaptado: Guglielmo Gianini & Gero Zambuto, a partir da obra de Guglielmo Giannini. Fotografia: Otello Martelli. Música: Umberto Mancini. Montagem: Giacinto Solito. Cenografia:  Nino Macarones & Antonio Valente. Com: Totó, Erszi Paal, Franco Coop, Tina Pica, Oreste Bilancia, Miranda Bonansea, Erminio D’Olivo, Alfredo Martinelli. Sem moradia, desde que sua residência improvisada foi posta a baixo enquanto ele fazia a barba, Totó consegue literalmente fisgar um almoço e quando encontra um local seguro para degustá-lo, encontra uma criança (Bonansea), vítima de maus tratos. Totó passa a cuidar da garota. Ele agora trabalha numa casa de massagistas e se finge de uma para atender uma estrela do teatro de revista, Eva (Paal). O noivo da estrela (Coop) faz um trato para que Totó se faça passar por janota. Esse se entusiasma e ganha a admiração da estrela. Porém, a realidade se torna premente e Totó se contenta co

Filme do Dia: Riocorrente (2013), Paulo Sacramento

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R iocorrente (Brasil, 2013). Direção e Rot. Original: Paulo Sacramento. Fotografia: Aloysio Raulino. Música: Paulo Beto. Montagem: Idê Lacreta & Paulo Sacramento. Dir. de arte: Akira Goto.  Com: Roberto Audio, Simone Iliescu, Lee Taylor, Vinícius dos Anjos. Renata (Iliescu) se divide entre dois amantes, Marcelo (Audio), sofisticado jornalista e crítico cultural e Carlos (Taylor), experiente arrombador e ladrão de automóveis, pai do garoto negro Exu (dos Anjos), a quem ocasionalmente chama para andar com ele de moto. Após uma briga fenomenal  que sinaliza para o fim da relação entre Marcelo e Renata, essa assiste uma apresentação musical, Marcelo dirige seu carro após ter chorado e Carlos arromba o apartamento de Renata, destruindo objetos e pichando a parede. Posteriormente pede um carro emprestado a um colega de oficina e parte com Exu para os arredores de São Paulo. Esse que é o  seu primeiro filme em dez anos e primeira incursão ficcional de Sacramento, mais conhecid
Segunda-Feira, 17 de setembro de 1979 - (...) Bob me contou que a razão de estar atrás da Newsweek é que quer que eles façam uma matéria de capa comigo, mas eu não quero. Quer dizer, o que é que eles vão dizer? Repórteres só requentam: "Ele mora no Upper East Side com dois daschunds e algumas vezes é a muleta de Paulette Godard. Bem, talvez eles achem o mesmo que eu, que é muito maçante. Quer dizer, a gente tem que fazer algo diferente como casar e ter dois filhos, ou usar drogas, ou perder muito peso, ou morrer para se transformar numa boa matéria.

Filme do Dia: A Estratégia da Aranha (1970), Bernardo Bertolucci

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A Estratégia da Aranha ( La Strategia del Ragno , Itália, 1970)Direção: Bernardo Bertolucci. Rot.Adaptado: Bernardo Bertolucci, Eduardo de Gregorio e Marilú Parolini baseado no conto de Jorge Luis Borges “O Traidor e o Herói”. Fotografia: Franco di Giacomo&Vittorio Storaro. Montagem: Roberto Perpignani. Com:Giulio Brogi, Alida Valli, Pippo Campanini, Franco Giovanelli,Tino Scotti.                    Athos Magnani (Brogi), filho de um herói anti-fascista de mesmo nome morto no vilarejo italiano de Tara em 1936 antes que ele nascesse, decide ir atrás da história de seu pai. Ao chegar uma das primeiras coisas  que percebe é um busto em homenagem a seu pai. Ao mesmo tempo que ouve um velho afirmar que na vila todos são de paz, é esmurrado enquanto dorme. Sua referência é Draifa (Valli), ex-amante de seu pai, que se surpreende com a extrema semelhança física entre ambos. A partir de Draifa, ele fica a par de quatro outros homens que foram companheiros de seu pai na ação ter

Filme do Dia: O Último Tango em Paris (1972), Bernardo Bertolucci

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O Último Tango em Paris ( Ultimo Tango a Parigi , Itália/França, 1972). Direção: Bernardo Bertolucci. Rot. Original: Bernardo Bertolucci & Franco Arcalli, baseado em argumento de Bertolucci. Fotografia: Vittorio Storaro. Música: Gato Barbieri. Montagem: Franco Arcalli & Roberto Perpignani. Dir. de arte: Ferdinando Scarfiotti. Figurinos: Gitt Magrini. Com: Marlon Brando, Maria Schneider, Jean-PierreLéaud , Maria Michi, Giovanna Galetti, Massimo Girotti, Gitt Magrini, Darling Légitimus.                Paul (Brando) é um americano em Paris que passa a viver uma relação com Jeanne (Schneider), inquilina de seu apartamento, que deve ter como princípio o não envolvimento emocional de ambos, ao ponto de não se identificarem um ao outro. Jeanne pretende casar em breve com um cineasta (Léaud), que realiza um filme de coloração autobiográfica, protagonizado por Jeanne. Unidos pelo desespero, Paul e Jeanne continuam a se encontrar. Embora negue-se a escutá-la, Paul lhe revela o

The Film Handbook#94: Woody Allen

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Woody Allen Nascimento: 01/12/1935, Brooklyn, Nova York, EUA Carreira (como diretor): 1969- E mbora muitos outros cômicos recentes das telas tenham endereçado sua estúpida e descuidada fraude ao público juvenil, Allen Stewart Konigsberg, como nasceu, tem sido unicamente consistente em se direcionar a gostos mais adultos. Sua comédia é aquela crescentemente definida pelo personagem: notavelmente, o seu próprio. Como Mel Brooks  e Carl Reiner, Allen trabalhou nos anos 50 escrevendo para Sid Caesar antes de por si próprio se tornar um comediante de stand-up . Em meados dos anos 60, ele diversificou ainda mais suas contribuições de roteiros e performances em Que é Que Há, Gatinha? / What's New Pussycat? e Cassino Royale / Casino Royale . Após acrescentar uma dublagem absurda ao thriller de espionagem japonês em O Que Há, Tigresa? / What's Up, Tiger Lily? , ele realizaria sua própria estreia na direção com Um Assaltante Bem Trapalhão / Take the Money and Run . Essa sátira ao

Filme do Dia: Aquarius (2016), Kléber Mendonça Filho

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A quarius (Brasil, 2016). Direção e Rot. Original: Kléber Mendonça Filho. Fotografia: Pedro Sotero & Fabrício Tadeu. Montagem: Eduardo Serrano. Dir.de arte: Juliano Dornelles & Thales Junqueira. Figurinos: Rita Azevedo. Com: Sônia Braga, Humberto Carrão, Maeve Jinkings, Barbara Colen, Carla Ribas, Irandhir Santos, Fernando Teixeira, Pedro Queiroz, Thaia Perez. 1980. Clara (Colen) consegue vencer um câncer e recebe um tributo de seu marido no aniversário de  70 anos de sua Tia Lucia (Perez). 2015. Clara (Braga)  vive sozinha em um prédio no qual todos os outros moradores já saíram, boa parte deles por conta da proposta da Bomfim Engenharia, cujo neto de seu proprietário Geraldo (Teixeira), Diego (Carrão) é quem comanda a operação para tentar fazer com que Clara também venda seu apartamento. Tal como em seu longa de estreia, O Som ao Redor , existe pontos em comum tanto em termos de estruturação dramática quanto da proposta central do filme. Ou seja, a partir de peque

Filme do Dia: A Múmia (1959), Terence Fisher

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A M úmia ( The Mummy , Reino Unido, 1959). Direção: Terence Fisher . Rot. Original: Jimmy Sangster. Fotografia: Jack Asher. Música: Franz Reizenstein. Montagem: Alfred Cox. Dir. de arte: Bernard Robinson. Com: Peter Cushing, Christopher Lee , Yvonne Furneaux, Eddie Byrne, Felix Aylmer, Raymond Huntley, George Pastell, Michael Ripper. Nos anos 1890, equipe de arqueólogos liderados por Stephen Banning (Aylmer) descobrem a intocada tumba da Princesa Ananka. Porém, a leitura de um documento que se encontra na tumba faz com que uma múmia (Lee) retorne a vida. Banning fica traumatizado ao ver a múmia viva e não mais recobre a razão, sendo internado em uma instituição que cuida de pessoas com transtornos mentais. Alguns anos após, um crente nos rituais de Karnak, Mehemet Bey (Pastell) conduz a múmia a vingar aqueles que, a seu ver, profanaram o templo e a deusa. A primeira vítima é John Banning, que antes de morrer havia contado tudo a seu incrédulo filho, John (Cushing). Tendo seu

Boston-More Than A Feeling

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Filme do Dia: Concerto Sem Dó (1946), Friz Freleng

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C oncerto Sem Dó ( Rhapsody Rabbit , EUA, 1946). Direção: Friz Freleng. Rot. Original: Tedd Pierce & Michael Maltese. Música: Carl W. Stalling. Pernalonga, pianista virtuoso excentrico se apresenta em um teatro e acaba se deparando com um minúsculo rival à altura que acaba obscurecendo seu brilho, um rato, que ele tenta literalmente destruir sem sucesso. É curioso perceber o quão distinto por vezes é o estilo de Freleng tanto em termos de narrativa quanto de traço dos desenhos com o mesmo personagem efetivados por Chuck Jones ou Robert Camplett. Com relação ao último, os traços mais despojados e menos detalhistas acabariam por derivar numa produção efetivamente empobrecida posteriormente, como é o caso de Shishkabugs (1962), realizado para a TV e assinado pelo mesmo Freleng. A relação entre música e animação é bastante intensa em todo o período clássico, podendo servir o desenho como mera ilustação (como é o caso da série Screen Songs ) para a canção, se tornar um importante

Filme do Dia: Mulher de Fogo (1952), Douglas Sirk

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M ulher de Fogo ( Take Me to Town , EUA, 1952). Direção: Douglas Sirk. Rot. Original: Richard Morris. Fotografia: Russell Metty. Música: F.Hugh Herbert & Milton Rosen. Montagem: Milton Carruth. Dir. de arte: Bernard Herzbrun, Hilyard Brown & Alexander Golitzen. Cenografia: Russell A.Gaussman & Julia Heron. Figurinos: Bill Thomas. Com: Ann Sheridan, Sterling Hayden, Philip Reed, Phyllis Stanley, Larry Gates, Lee Patrick, Forrest Lewis, Lee Aaker, Ann Tyrell. Vermilion O´Toole (Sheridan) é uma fugitiva da lei que encontra refúgio em uma pequena cidade, onde passa a ser dançarina de um cabaré. Sua sorte transforma-se quando os garotos de um viúvo, o pastor Will Hall (Hayden), acreditam que ela pode ser uma mãe mais amorosa e liberal que a carola Sra. Stoffer (Stanley), que ameaça ser a futura madrasta. Fugindo do delegado vai passar alguns dias na casa de Will. Sua presença provoca furor na comunidade local e Will chega às vias de fato com um homem que insinuara sobre a

Filme do Dia: Invasores de Corpos (1978), Philip Kaufman

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I nvasores de Corpos ( Invasion of the Body Snatchers , EUA, 1978). Direção: Philip Kaufman. Rot. Adaptado: W.D.Richter, baseado no romance de Jack Finney. Fotografia: Michael Chapman. Música: Denny Zeitlin. Montagem: Douglas Stewart. Dir. de arte: Charles Rosen. Cenografia: Doug von Koos. Figurinos: Aggie Guerard Rodgers. Com: Donald Sutherland, Brooke Adams, Jeff Goldblum, Veronica Cartwright, Leonard Nimoy, Art Hindle, Lelia Goldoni, Kevin McCarthy.             Em San Francisco, a jovem laboratorista Elizabeth (Adams), começa a perceber que o comportamento de seu companheiro, Geoffrey (Hindle), passa a ficar completamente diferente: distante e sem afetividade. Ela procura ajuda do amigo Matthew (Sutherland), que igualmente trabalha para o Departamento de Saúde. Inicialmente acreditando tratar-se de problemas comuns de relacionamento, Matthew observa casos semelhantes na cidade no dia-a-dia. Aos poucos eles se dão conta de que as pessoas estão se transformando rapidamente em d

Filme do Dia: Marat/Sade (1967), Peter Brook

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M arat/Sade (Reino Unido, 1967). Direção: Peter Brook. Rot. Adaptado: Adrian Mitchell, baseado na peça de Peter Weiss. Fotografia: David Watkin. Montagem: John Priestley. Dir. de arte: Sally Jacobs & Ted Marshall. Figurinos: John Hales, Lynn Hope & Gunilla Palmstiern-Weiss. Com: Patrick Magee, Ian Richardson, Michael Williams, Clifford Rose, Glenda Jackson, Freddie Jones, Hugh Sullivan. No hospício de Charenton, o Marquês de Sade (Magee) dirige uma peça que tem como tema, o assassinato de Jean-Paul Marat (Richardson), líder da Revolução Francesa, por Charlotte Corday (Jackson). Árida adaptação cinematográfica da célebre peça de Weiss. Há uma elegância visual no fluido trabalho de câmera, mas ainda assim tudo se sustenta (ou não, dependendo do caso) a partir dos diálogos e canções encenadas num palco com alguns poucos recursos coreográficos e a presença de uma grade que o separa da platéia na penumbra. Aliás, talvez o mais interessante do filme seja menos sua aguda e

Filme do Dia: Rush to Judgment (1967), Emile de Antonio

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R ush to Judgment (EUA, 1967). Direção: Emile de Antonio. Rot. Adaptado: Mark Lane, a partir de seu próprio livro. Fotografia: Robert Primes. Montagem: Daniel Drisin & Peter Dyke Van Dyke. Documentário que aponta para uma versão distinta da oficial sobre o assassinato de John F. Kennedy, em 1963. O filme se apóia sobretudo nas entrevistas do advogado Mark Lane, autor de um livro sobre o tema, com diversas testemunhas que, via de regra, foram negligenciadas na investigação do assassinato, assim como numa foto recorrente que aponta a posição delas diante do momento dos disparos, sugerindo a impossibilidade dos tiros terem sido disparados do prédio no qual pretensamente se encontraria Lee Harvey Oswald. As estratégias estilísticas de Antonio, ao mesmo tempo que se diferenciam do documentário clássico, ao não fazer uso em nenhum momento da voz over e inserir imagens de arquivo, tampouco se engajam nas vinculadas ao Cinema Direto então em seus dias de glória, pois é basicamente

The Film Handbook#93: John Frankenheimer

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John Frankenheimer Nascimento: 19/02/1930, Malba, Nova York, EUA Morte: 06/07/2002, Los Angeles, Califórnia, EUA Carreira (como diretor): 1957-2002 Parece difícil agora crer na louvação crítica que, a determinado momento, coube a John Frankenheimer. Afirmações de que era o mais promissor jovem cineasta dos anos 60 tem sido efetivamente refutadas pela constante rudeza de sua obra nos últimos vinte anos. Um diretor de bem sucedidos dramas televisivos, Frankenheimer estreou no cinema com uma versão da peça para a TV No Labirinto do Vício / The Young Stranger . Bem interpretado, mas rotineiro, filme a respeito do choque de gerações sobre um jovem delinquente, sendo que seu fracasso comercial motivou o retorno de Frankenheimer para a telinha pelos próximos três anos. Foi somente após Juventude Selvagem/The Young Savages ,   marcado fortemente pela defesa especial do tipo "sociedade é culpada" enquanto o advogado nova-iorquino de Burt Lancaster questiona os motivos de se a

Filme do Dia: Tokyo-Ga (1983), Wim Wenders

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T okyo-Ga (EUA/Al. Ocidental, 1983). Direção e Rot. Original: Wim Wenders. Fotografia: Edward Lachman. Música: Laurent Petitgrand. Montagem: Solveig Dommartin, Jon Neuburger & Wim Wenders. Realizado em um período que Wenders parecia algo obcecado, como boa parte dos teóricos da imagem, pela pretensa impossibilidade crescente da conjugação entre imagem e realidade, e do papel do cinema em relação a tudo isso (como se pode comprovar nas perguntas aos cineastas de Quarto 666 ). No tocante encontro com Chishu Ryu, esse admite, quase como se desculpando,  logo após se deparar com um grupo de mulheres que o reconheceu, que isso se deve a uma participação recente em uma série para a TV e ninguém o reconheceria como ator dos filmes de Ozu . Wenders associa as imagens de Ozu como prenhes de uma realidade, de uma verdade que não mais existe no cinema, sobrando somente “Mu”, ou seja, o nada, o que justamente era a única coisa escrita sobre a lápide de Ozu . Wenders intuitivament