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Mostrando postagens de junho, 2016

Filme do Dia: Pai Patrão (1977), Paolo e Vittorio Taviani

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Pai Patrão ( Padre Padrone , Itália, 1977). Direção: Paolo e Vittorio Taviani. Rot. Adaptado: Paolo e Vittorio Taviani, baseado em livro de Gavino Ledda. Fotografia: Mario Masini. Música: Egisto Macchi. Montagem: Roberto Perpignani. Dir. de arte: Gianni Sbara. Figurinos: Lina Nerli Taviani. Com: Omero Antunutti, Saverio Marconi, Marcella Michelangeli, Fabrizio Forte, Marina Cenna, Stanko Molnar, Nanni Moretti. Desde a mais tenra idade, Gavino (Forte), filho de um rude campônio sardenho, sofre com os rigores de um pai que o retira dos bancos escolares para lhe ajudar no campo. Quando se torna um jovem adulto (Marconi) o pai lhe quer no exército. Gsvino, após uma tentativa malsucedida de emigrar para a Alemanha, vê essa como sua chance de abandonar o ambiente opressivo e patriarcal familiar. No exército é discriminado por não falar italiano e proibido de se manifestar em seu dialeto. Ele não pretende seguir carreira militar, no entanto, entrando para universidade e se tornando l

Filme do Dia: Neighbors (1920), Edward F.Cline & Buster Keaton

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Neighbors (EUA, 1920). Direção: Edward F. Cline & Buster Keaton. Rot. Original: Edward F. Cline & Buster Keaton, a partir do argumento de Keaton. Fotografia: Elgin Lessley. Com: Buster Keaton, Virginia Fox, Joe Roberts, Joe Keaton, Edward F. Cline, Jack Duffy. Dois jovens enamorados (Buster Keaton e Fox) que vivem em cortiços vizinhos decidem se casar mesmo com a oposição de seus pais. Mais do que a maior parte dos filmes curtos com Keaton produzidos no período, esse atesta a facilidade e graça que parece impregnar os movimentos do personagem em um varal de roupas transformado em cordão de equilibrismo ou vice-versa. Notadamente no momento em que o rapaz tenta fugir da agressividade de seu futuro sogro e escapole pelo varal apenas para voltar novamente pelo mesmo, após uma travessia que o havia levado até sua casa. Ou ainda, e tão surpreendentemente quanto, sobe sobre dois outros homens (do grupo acrobático Flying Escalantes) para fugir com sua amada, indo contra o canc

Filme do Dia: A Wild Hare (1940), Tex Avery

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A Wild Hare (EUA, 1940). Direção: Tex Avery. Rot. Original: Rich Hogan. Música: Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown. Nessa primeira incursão do personagem de Pernalonga, em sua forma que se tornou convencional (ainda que de traços levemente distintos de produções posteriores), também surge o personagem de Hortelino, deliciosamente dirigindo-se para a câmera e sendo tripudiado por Pernalonga. Talvez um dos traços que o diferencie da produção posterior do estúdio, seja a dos planos bem mais longos, investindo fortemente no efeito da dilatação do tempo para a construção da gag, de modo ainda mais demorado. Assim como para a ausência da utilização de efeitos fáceis ou excessivamente inverossímeis ao estilo das bombas e explosões habituais.  Destaque para os dois beijos na boca de Hortelino pelo malandro coelho e por também ter sido a primeira vez que surgiu a célebre expressão “what´s up, doc?” (traduzida para o português, como “o que é que há, velhinho?”), que acabaria se tornand

Filme do Dia: Morro dos Prazeres (2013), Maria Augusta Ramos

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Morro dos Prazeres (Brasil/Holanda, 2013). Direção: Maria Augusta Ramos. Fotografia: Leo Bittencourt & Guy Gonçalves. Montagem: Karen Akerman. Fechando a trilogia iniciada com Justiça (2003) e Juízo (2007), o filme traça um intenso retrato das tensões subterrâneas (e não tão subterrâneas) da relação entre moradores e a polícia no morro que dá nome ao título, onde foi instalada uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). De forma pouco usual, o documentário consegue se aproximar tanto de um núcleo quanto de outro, trazendo “personagens” ricos de ambos os lados e momentos bastante interessantes que se sobrepõe ao que é flagrado mais ao cotidiano e tampouco deixa de revelar muito do que há de humano, desde a jovem traficante falando sobre quando havia sido flagrada pela polícia em um jorro interminável de palavras até o chefe do comando das UPPs que faz um discurso em que associa a virilidade dos policiais ao armamento que carregam consigo “como uma extensão do próprio pêni

Filme do Dia: A Cicatriz (1976), Krzysztof Kieslowski

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A Cicatriz ( Blizna , Polônia,  1976). Direção: Krzysztof  Kieslowski. Rot. Adaptado: Romuald Karas & Krzysztof  Kieslowski, baseado no conto do primeiro. Fotografia: Slavomir Idziak. Música: Stanislaw Radwan. Montagem: Krystyna Górnicka. Dir. de arte: Andrzej Plocki. Cenografia: Ewa Kowalska. Figurinos: Izabella Konarzewska. Com: Franciszek Pieczka, Mariusz Dmochowski, Jerzy Stuhr, Stanislaw Michalski, Michal Tarkowski, Halina Winiarska, Joanna Orzechowska.             Bednarz (Pieczka) é chamado para dirigir o projeto de instalação da indústria para a qual trabalha em sua cidade natal. Para tanto, tem que se afastar da esposa (Winiarska), que não pretende voltar ao local onde vivenciou um atrito profissional com um morador local, pelo qual sente-se hoje culpada. Também se afasta da filha  (Orzechowska) , que seguindo a tendência de sua geração, vive aparentemente descompromissada e realizando abortos. A tensão só aumentará quando afasta-se de vez da esposa e filha , ao m

Filme do Dia: Moloch (1999), Aleksandr Sokurov

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Moloch ( Molokh , Alemanha/Rússia/Japão/Itália/França, 1999). Direção: Aleksandr Sokurov. Rot. Original: Yuri Arabov & Marina Koreneva. Fotografia: Aleksei Fyodorov & Anatoli Rodionov. Montagem: Leda Semyonova. Dir. de arte: Serguei Kokovkin. Figurinos: Lidiya Kryukova. Com: Yelena Rufanova, Leonid Mozgovoy, Leonid Sokol, Yelena Spiridonova, Vladimir Bogdanov, Anatoli Shvedersky.           Em 1942, no auge da Segunda Guerra, Hitler (Mozgovoy), seus homens de segurança e respectivas esposas se reúnem em um casarão na montanha e a palavra proibida para o fuhrer é justamente guerra. Sua companheira, Eva Braun (Rufanova), no convívio íntimo, é a única que tem coragem de enfrenta-lo e até mesmo intimida-lo. Enquanto Goebbels (Sokol) e Bormann (Bogdanov) se digladiam para ganhar as graças do líder, à refeição, Hitler dá voz a seus pensamentos sobre o clima  como fundamentais para a idiotia do povo finlandês e dos nórdicos em geral ou a torpeza moral dos tchecos e seus bigode

Mote:

Menina não seja vacia Recolha o seu pensamento Que beijos são impostura Palavras leva-as o vento!... (primeira cartela do filme português Mulheres da Beira )

The Film Handbook#81: Lindsay Anderson

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Lindsay Anderson Nascimento : 17/04/1923, Bangalore, Índia Morte : 30/08/1994, Angoulême, Charente, França Carreira  (como diretor): 1948-1993 Um progressivo enfraquecimento, tanto em termos de qualidade quanto de quantidade, na obra de Lindsay Gordon Anderson, desmente o fato de que de todos os realizadores associados com o  movimento do Free Cinema britânico no final dos anos 50 ele tenha sido o mais habilidoso. Desde então, o compromisso parece ter se petrificado numa postura hipócrita, a paixão em bile. Como montador do cinejornal Sequence , Anderson vociferou uma crítica polêmica da indústria de cinema britânica (por sua confiança em temas burgueses e sóbrios). Ele endossou essa visão realizando curtas documentais sobre temas tão variados quanto operários fabris, uma escola para surdos e o mercado de Covent Garden. Em 1963 dirigiria seu primeiro longa, O Pranto de um Ídolo / This Sporting Life > 1  baseado em um romance de David Storey sobre o condenado amor de um joga

Filme do Dia: Flechas de Fogo (1950), Delmer Daves

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Flechas de Fogo ( Broken Arrow , EUA, 1950). Direção: Delmer Daves. Rot. Adaptado: Albert Maltz & Michael Blankfort, a partir do romance Blood Brother , de Eliott Arnold. Fotografia: Ernest Palmer. Música: Hugo Friedhofer. Montagem: J. Watson Webb Jr. Dir. de arte: Albert Hogsett & Lyle R. Wheeler. Cenografia: Thomas Little & Fred J. Rode. Figurinos: René Hubert. Com: James Stewart, Jeff Chandler, Debra Paget, Basil Ruysdael, Will Geer, Joyce Mackenzie, Arthur Hunnicutt, Chris Willow Bird, Jay Silverheels. Tom Jeffords (Stewart) desde um encontro com um jovem índio ferido, de quem cuidou e recebeu uma oferenda, torna-se cada vez mais próximo dos índios apaches, incluindo seu líder, Conchise (Chandler) e apaixonando-se pela bela Sonseeahray (Paget).  Com muita dificuldade, e desconfiança de ambos os lados, Conchise, Jeffords e o General Oliver Howard (Ruysdael) firmam um acordo de paz, ainda que os índios “renegados” por Conchise, e cuja liderança passa a ser Geroni

Filme do Dia: Tintin e Eu (2003), Anders Ostergaard

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Tintin e Eu ( Tintin og Mig , Dinamarca/Finlândia, 2003). Direção e Rot. Original: Anders Ostergaard. Fotografia: Simon Plum. Música: Halfdan E & Joachim Holbek. Montagem: Anders Villadsen. Este sensível e criativo documentário tem como base uma gravação em áudio de uma entrevista realizada no início da década de 1970 com Hergé, o criador do famoso personagem dos quadrinhos Tintin, por Numa Sadoul (aliás o filme faz o entrecruzamento, em vários momentos, entre a fala de Hergé e o comentário a posteriori de Sadoul). A educação católica de Hergé associada a sua experiência no escotismo foram fundamentais para sua visão de mundo, mesmo quando tentasse se livrar de muitos dos efeitos colaterais – principalmente com relação à influência católica – provocaram em sua vida. O próprio Hergé faz questão de identificar muitos dos personagens e situações dos quadrinhos que ilustravam suas próprias dificuldades pessoais, como a dificuldade que foi para ele se separar de sua esposa e a

Filme do Dia: O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus (2009), Terry Gilliam

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O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus ( The Imaginarium of Doctor Parnasssus ,   Reino Unido/França, 2009). Direção: Terry Gilliam. Rot. Original: Terry Gilliam & Charles McKeown. Fotografia: Nicola Perrini. Música: Jeff Danna & Michael Danna. Montagem: Mick Audsley. Dir. de arte: Terry Gilliam, Anastasia Masaro & David Warren. Figurinos: Monique Prudhomme. Com: Christopher Plummer, Andrew Garfield, Lily Cole, Verne Troyer, Heath Leadger, Tom Waits, Johnny Depp, Jude Law, Colin Farrell. Dr. Parnassus (Plummer) se livrou de sua imortalidade fazendo um pacto com o Diabo (Waits) de que lhe legaria sua filha, Valentina (Cole), quando ela completasse dezesseis anos. Quando a data se aproxima, ele e sua trupe, formada pelo anão, Percy (Troyer) e o namorado da filha, Anton (Garfield), salvam um rapaz da morte, Tony (Ledger), que também passa a fazer parte do grupo e o Dr. Parnassus faz um outro pacto com o demônio, para salvar a pele da filha. Mesmo que os mundos imagi

Filme do Dia: As Damas do Bosque de Boulogne (1945), Robert Bresson

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As Damas do Bosque de Boulogne ( Les Dames du Bois de Boulogne , França, 1945). Direção: Robert Bresson. Rot. Adaptado: Robert Bresson &  Jean Cocteau, baseado no romance Jacques le Fataliste et Son Maitre , de Denis Diderot. Fotografia: Philippe Agostini. Música: Jean-Jacques Grünenwald. Montagem: Jean Feyte. Dir. de arte: Robert Lavallée, Robert Clavel & Max Douy. Com: Maria Casarès , Elina Labourdette, Jean Marchat, Lucienne Bogaert, Paul Bernard,  Yvette Étiévant.        Agnes (Labourdette), jovem estrela de cabaré, consegue trocar os atrativos da vida mundana que a insatisfazem por uma vida digna com a mãe (Bogaert), aos cuidados da aristocrata Helene (Casarés). Vivendo agora reclusas em sua nova moradia, junto ao Bosque de Boulogne, encontram no mesmo dia Helene e o amigo Jacques (Marchat), que se apaixona perdidamente, a primeira vista, por Agnes. Disposto a conquistá-la a todo custo, sofre recusas seguidas, que apenas abrasam ainda mais o seu desejo, ao ponto d

Filme do Dia: O Bebê Santo de Mâcon (1993), Peter Greenaway

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O Bebê Santo de Mâcon ( The Baby of Macon , Reino Unido/França/Bélgica/Alemanha, 1993) Direção: Peter Greenaway. Rot.Original: Peter Greenaway. Fotografia: Sacha Vierny. Montagem: Chris Wyatt. Com: Julia Ormond, Ralph Fiennes, Philip Stone, Jonathan Lacey, Frank Egerton, Diana Van Koick, Nils Dorando.            Em uma sociedade em 1659, Macon,  em que a esterilidade é a regra e todos sentem-se culpados acreditando que o abandono da catedral é o verdadeiro motivo para a maldição, uma peça apresenta o nascimento incomum de um bebê de uma mulher de idade (Koick) avançada provoca uma verdadeira histeria coletiva - já que ele nasce realmente no meio da encenação. Uma irmã do bebê (Ormond), estimando o quanto pode lucrar com a situação, já que são provenientes de uma família pobre, afirma que na verdade ela é a mãe, encarcerando sua mãe - a verdadeira mãe do bebê - em casa. Para tornar o fato ainda mais fantástico, ela é virgem, logo sua gravidez assumindo proporções místicas que a

Filme do Dia: Hollywood on Trial (1976), David Helpern

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H ollywood on Trial (EUA, 1976). Direção: David Helpern. Rot. Original: Arnie Raisman. Fotografia: Barry Abrams. Montage: Frank Galvin. Documentário que traça todo o percurso que vai das primeiras investidas anti-comunistas em reação aos direitos trabalhistas com relação a exploração dos trabalhadores durante a Grande Depressão (tema do contemporâneo Union Maids ) até a paranoica e pouco democrática (apenas havia direito de resposta como “sim” ou “não”) ação empreendida inicialmente por J. Parnell Thomas – ele próprio preso pouco tempo depois – contra a indústria cinematográfica. Fazendo extenso uso de material da época (que o filme Trumbo , assim como o documentário homônimo, de 1997, décadas depois fariam grande uso, inclusive reconstituindo dramaticamente a entrevista aqui incluída quando da polêmica sobre o anonimato do vencedor da  categoria de roteiro original e que Trumbo assume a autoria, iniciando o processo de desmoralização da Lista Negra, no caso do primeiro). Sobret

Filme do Dia: No Quarto da Vanda (2000), Pedro Costa

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No Quarto da Vanda (Portugal/Alemanha/Suíça/Itália, 2000). Direção e Fotografia: Pedro Costa. Montagem: Dominique Auvray & Patricia Saramago. Com: Lena Duarte, Vanda Duarte, Zita Duarte, Pedro Lanban, António Moreno, Paulo Nunes, Fernando Paixão. Experiência particularmente interessante de Costa, filmada nos subúrbios miseráveis de Lisboa, acompanha dois grupos de jovens viciados que procuram encontrar algum sentido em suas vidas. É quase inédito em sua peculiaridade, o modo intensamente ficcional que Costa se “apropria” de pessoas, situações e ambientes reais, através do ritmo cíclico em que as ações voltam a acontecer. Muito além de um caráter de pretensa denúncia social, apresentando um Portugal miserável que chega a ser achincalhado pela protagonista, o que é mais interessante no filme, e parece ser o interesse maior do realizador, é justamente essa intensidade ficcional que empresta às suas cenas pseudo-documentais. Nesse sentido, ainda que pudesse ser evocado o cin

The Film Handbook#80: James Whale

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Adicionar legenda James Whale Nascimento: 22/07/1889, Dudley, Inglaterra Morte : 30/05/1957, Hollywood, Califórnia, EUA Carreira  (como diretor): 1930-1949 Mais conhecido pelos filmes de terror que dirigiu para a Universal nos primórdios dos anos 30, James Whale é melhor considerado por seu talento errático, excêntrico e grandemente original. Devido a raridade da circulação de sua obra não vinculada ao terror, sua versatilidade tem sido frequentemente subestimada hoje. Whale iniciou a fazer seu nome no teatro, primeiro como ator e cenógrafo e depois como diretor. Sua produção londrina da peça anti-bélica Journey's End  de R.C.Sheriff lhe proporcionou um convite à Hollywood onde, após ser diretor para sequencias de diálogos para Anjos do Inferno / Hell's Angels  de Howard Hughes, traduziria o seu grande sucesso teatral para o cinema: ambientado quase exclusivamente nas trincheiras da I Guerra Mundial, seu lamento por uma juventude perdida foi empolado e lento. Após u

Filme do Dia: Barronhos: Quem Teve Medo do Poder Popular? (1976), Luis Filipe Rocha

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Barronhos: Quem Teve Medo do Poder Popular? (Portugal, 1976). Direção: Luis Filipe Rocha. Fotografia: João Abel Aboim. Montagem: João Pedro Andrade dos Santos. Documentário em 16 mm aborda, a partir de assassinato, as tensões sociais e interesses de grupos do bairro que dá nome ao mesmo e, por extensão, do próprio país. Consistente e fazendo uso de estratégias estilísticas diversificadas nas cinco partes que é dividido ( O Crime , O Bráulio , O Jaime , O Bairro , O País ) e que não apenas são apresentadas com cartelas como igualmente verbalizadas. Se os episódios que se vinculam ao caso do assassinato são primordialmente centrados em depoimentos para a câmera, o que aborda o bairro é direcionado pela voz over e didaticamente entre os interesses contrários de uma comunidade pobre na periferia de Lisboa e o que se refere ao país na contra-mão do anterior, centrando-se na imagem de lideranças políticas na Portugal pós-Revolução dos Cravos – o próprio narrador se apressa em afir

"So Sad (To Watch Good Love Go Bad)" The Everly Brothers

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Filme do Dia: Las Doce Sillas (1962), Tomás Gutiérrez Aléa

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L as Doce Sillas (Cuba, 1962). Direção: Tomás Gutierrez Aléa. Rot. Adaptado: Ugo Ulive & Tomás Gutierrez Aléa, a partir de um conto de Ilya Ilf & Eugene Petrov. Fotografia: Ramón F. Suarez.  Música: Juan Blanco. Montagem: Mario Gonzalez. Figurinos: Carmelina García. Com: René Sanchez, Idalberto Delgado, Piliy Vallejo, Ana Ninãs, Silvia Planas, Manuel Pereiro, Pedro Martín Planas, Ricardo Suarez. Com a morte de uma velha senhora da decadente aristocracia cubana, dá-se uma perseguição frenética as cadeiras inglesas, já que numa delas a senhora havia escondido as jóias em seu interior. Talvez o que torne essa pioneira produção da Cuba pós-revolucionária mais interessante seja a utilização de convenções de gênero para tentar mascarar seu tom fortemente ideologizado e, ainda mais que isso provavelmente, sob uma visada retrospectiva no que diz respeito a filmografia do próprio realizador, o quanto os clichês associados aos novos preceitos “revolucionários” na sociedade cu

Filme do Dia: Sombras de um Adultério (1961), Alexandre Astruc

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Sombras de um Adultério ( La Proie pour l’Ombre , França, 1961). Direção: Alexandre Astruc. Rot. Adaptado: Alexandre Astruc & Claude Brulé, a partir do romance Le Plaie et le Couteau , de Françoise Sagan. Fotografia: Marcel Grignon. Música: Richard Cornu. Montagem: Denise de Casabianca. Dir. de arte: Jacques Saulnier. Com: Annie Girardot, Daniel Gélin, Christian Marquand, Anne Caprile, Christiane Barry, Michel Chastenet, Michèle Gerbier, Corrado Guarducci. Anna (Girardot) abriu recentemente uma galeria com ajuda econômica do marido, Eric (Gélin). Se a vida profissional começa a dar frutos após muito esforço, sua relação com Eric é impessoal e movida a recepções oferecidas por ele em sua casa. Anna possui um amante, Bruno (Marquand) e com o tempo não faz questão de ocultar a relação, inclusive para o próprio marido. Ela decide abandonar Eric e passa a viver com Bruno, músico que havia lhe incutido sobre a necessidade da liberdade. Porém, Anna tampouco se sente livre ao seu

Filme do Dia: A Bela do Bas-Fond (1958), Nicholas Ray

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A Bela do Bas-Fond ( Party Girl , EUA, 1958). Direção: Nicholas Ray . Rot. Adaptado: George Wells, baseado no conto de Leo Katcher. Fotografia: Robert J. Bronner. Música: Jeff Alexander. Montagem: John McSweeney Jr. Dir. de arte: Randall Duell & Richard Pefferle. Cenografia: Henry Grove & Richard Pefferle. Figurines: Helen Rose. Com: Robert Taylor, Cyd Charisse, Lee J. Cobb, John Ireland, Kent Smith, Claire Kelly, Corey Allen, Lewis Charles. Anos 1920. Um advogado, Thomas Farrell (Taylor), cuja virtuosidade é posta a venda na defesa de criminosos, sobretudo os ligados ao poderoso gangster Rico Angelo (Cobb), decide mudar de vida quando encontra a bela dançarina de casa noturna, Vicky Gaye (Charisse). Porém, sucumbe sempre a pressão de Angelo para defender a causa de um de seus protegidos. Disputas internas e a intervenção da polícia darão um fim brutal ao seu envolvimento com Rico. Filme menor na obra de Ray , mas mesmo assim não ausente de trazer algumas qualidades,

Filme do Dia: A Dançarina de Izu (1933), Heinosuke Gosho

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A Dançarina de Izu ( Koi no Hana Saku Izu no Odoriko , Japão, 1933). Direção: Heinosuke Gosho. Rot. Adaptado: Akira Fushimi, a partir do conto de Yasanuri Kawabata. Fotografia: Jôji Ohara. Música: Mikihiko Nagata. Cenografia: Ryônosuke Akita, Takashi Kanasu & Noburô Kimura. Figurinos: Tami Mitamura. Com: Kinuyo Tanaka, Den Obinata, Tokuji Kobayashi, Kinuko Wakamizu, Eiko Takamatsu, Shizue Hyôdô, Jun Arai, Ryoichi Takeuchi. Jovem estudante, Mizuhara (Obinata) acompanha uma trupe de atores itinerantes e aos poucos se dá conta que se encontra apaixonado por  Kaoru (Tanaka), dançarina cujo irmão, Eikichi (Kobayashi) havia recebido recentemente uma proposta aparentemente de cedê-la como gueixa para o mestre (Arai) de uma das cidades que passaram. Quando Mizhuhara toca no assunto com o mestre, esse afirma que fora mal compreendido, que o pai dos irmãos havia sido muito amigo dele e que pretendia casar Kaoru com seu filho, Ryûichi (Takeuchi). Mizuhara decide voltar para Tóquio pa

Darby & Tarlton-Careless Love

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Filme do Dia: Como Era Gostoso o Meu Francês (1971), Nelson Pereira dos Santos

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Como Era Gostoso o Meu Francês (Brasil, 1971). Direção e Rot. Original: Nélson Pereira dos Santos . Fotografia: Dib Lutfi. Música: Guilherme Magalhães Vaz & José Rodrix. Montagem: Carlos Alberto Camuyrano. Cenografia: Régis Monteiro. Figurinos: Mara e Maria Chaves. Com: Arduíno Colassanti, Ana Maria Magalhães, Manfredo Colassanti, Eduardo Imbassahy Filho, Gabriel Archanjo, José Kleber, Ana Maria Miranda, Luiz Carlos Lacerda. No Brasil em 1598, francês (Arduíno Colassanti) se torna prisioneiro dos Tamoios. Tenta se passar por português, mas acaba definitivamente sendo considerado como francês quando um outra francês, mercador (Manfredo Colassanti), assim o reconhece. Uma das índias, Seboipepe (Magalhães) se interessa por ele e passa a ser sua amante. Quando é ameaçado de morte pelo chefe Cunhabebe (Filho), consegue se salvar por haver estocado pólvora. Porém, mesmo tendo ajudado na vitória do grupo rival é condenado à morte. Na véspera da cerimônia, Seboipepe lhe relata como

Filme do Dia: Uma Vida Violenta (1962), Paulo Heusch & Brunello Rondi

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Uma Vida Violenta ( Uma Vita Violenta , Itália, 1962). Direção: Paolo Heusch & Brunello Rondi. Rot. Adaptado: Paolo Heusch, Brunello Rondi & Franco Salinas, baseado no conto de Pier Paolo Pasolini. Fotografia: Armando Nannuzzi. Música: Piero Piccioni. Montagem: Nino Baragli. Com: Franco Citti, Serena Vergano, Enrico Maria Salerno, Benito Poliani, Piero Morgia, Paola Petrini, Micaela Dazzi, Alfredo Leggi. Tommaso (Citti) é um jovem de origem proletária que vive a esmo nos bares e praticando delitos com os amigos. Ele ameaça mudar e se tornar um homem sério quando conhece a jovem Irene (Vergano). Convida alguns amigos para apresentarem uma serenata diante da janela da jovem. A movimentação acaba atraindo curiosos e em meio a uma discussão, Tomasso esfaqueia e mata um homem que lhe agredira. Preso em casa, passa alguns anos na prisão. Quando solto, passa a  morar com os pais, em um conjunto habitacional mais afluente do que antes e volta a se aproximar de Irene, mas o per