Filme do Dia: Nazarín (1958), Luis Buñuel

Nazarín (México, 1958). Direção: Luís Buñuel. Rot. Original: Julio Alejandro, Luís Buñuel, Emilio Carballido & Benito Peréz Galdós. Fotografia: Gabriel Figueroa. Música: Rodolfo Haffter. Montagem: Carlos Savage. Dir. de arte: Edward Fitzgerald. Figurinos: Georgette Somohano. Com: Francisco Rabal, Marga López, Rita Macedo, Jesús Fernández, Ignacio López Tarso, Luis Aceves Castañeda, Ofélia Guilmáin, Noé Murayama, Rosenda Monteros.
          Padre Nazário (Rabal) abandona todos os seus bens materiais e a paróquia em um bairro popular e decide partir em uma peregrinação. Duas mulheres da paróquia, Beatriz (López) e Andara (Macedo), de moral duvidosa, decidem seguir seus passos, acreditando ser ele um homem iluminado e milagroso, pois acreditam que curou uma criança da comunidade. Em sua peregrinação decide tratar dos enfermos em uma cidade avassalada pela peste. Porém, sua fama chega aos ouvidos das autoridades que o prendem como um perigo à ordem estabelecida. Na prisão vem a ser maltratado. Pinto (Murayama), ex-amante de Beatriz após inúmeras tentativas, consegue levá-la consigo. Andara continua com a caravana de párias sociais vigiados por soldados.
          Menos sarcástico que em outros de seus filmes, nessa história de um personagem como Cristo – com raras exceções, como quando a imagem de Cristo aparece com um sorriso lascivo nos lábios em uma alucinação de um dos personagens – o cineasta se aproxima de uma concepção do elemento popular que já se encontrava latente em filmes menores como A Ilusão Viaja de Bonde (1954), em que o sentimentalismo cede cada vez mais espaço para uma certa mordacidade que refuta qualquer paternalismo fácil e que seria radicalizada em Viridiana (1961). Sua abordagem pessoal e pouco comum de um tema tipicamente cristão remete a semelhante incursão pela fé popular, ainda mais marcada pelo humor, que é Simão do Deserto (1965). Pasolini, por sua vez, também se aproximou de uma narrativa cristã por excelência em O Evangelho Segundo São  Mateus (1964) Prêmio Internacional em Cannes. Producciones Barbachano Ponce. 94 minutos.

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