The Small Crucifixion (c. 1511-20)

Small Crucifixion de Thomas Grünewald é um exemplo magistral da habilidade artística para traduzir sua profunda fé espiritual em formas pictóricas. Cada indivíduo, de acordo com Grünewald, deve reviver, dentro de si próprio, não somente a infinita alegria do triunfo de Cristo, mas igualmente  as dores lancinantes de sua crucificação.

Para comunicar essa crença mística, Grünewald fez uso de uma mescla de medonho realismo e expressividade nas cores. Recortado contra um céu azul-esverdeado e iluminadas por uma fonte de  luz indefinida, o corpo abatido e magro de Cristo afunda vacilante sob a cruz. Os detalhes - os pés e mãos torcidos e retorcidos, a coroa de espinhos, o olhar suplicante em direção a face de Jesus e a tanga esfarrapada - fortalecem o enfático testemunho do sofrimento físico e tormento emocional. Essa atmosfera abjeta é intensificada pelas expressões angustiadas e gestos demonstrativos de João Evangelista, da Virgem Maria e de Maria Madelena ajoelhada. As cores dissonantes e estranhas de Grünewald também estão enraizadas em fatos bíblicos. O céu sombrio, por exemplo, corresponde a uma descrição de São Lucas de "trevas sobre toda a terra". O próprio Grünewald testemunhou um eclipse total em 1502, recriando aqui as tonalidades escuras e ricas associadas com tal fenômeno natural.

Hoje, apenas vinte pinturas de Grünewald sobreviveram, e Small Crucifixion é a única na América.
Texto: National Gallery of Art. Thames & Hudson, 2005. pp.66-67.

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